MOSSORÓ: BREVE HISTÓRICO A cidade de Mossoró está situada - TopicsExpress



          

MOSSORÓ: BREVE HISTÓRICO A cidade de Mossoró está situada na microrregião salineira do Estado e apresenta o seguintes limites: ao norte, com o Estado do Ceará e o município de Grossos; ao sul, com os municípios de Governador Dix-sept Rosado e Upanema; a leste, com os municípios de Areia Branca, Carnaubais e Assú, e a oeste com o município de Baraúna. Convém ressaltar que a localização privilegiada da cidade, pela proximidade com duas capitais (Natal-RN e Fortaleza-CE) contribui para a fixação de mão-de-obra migrante, emprestando altos índices ao crescimento populacional. Com uma população de aproximadamente 230.000 habitantes, somando-se ainda uma população flutuante em torno de 60.000 habitantes, corresponde a 5,35% da área total do Estado. A sede do município situa-se a 5°11 de latitude sul, 37°20, oeste de longitude e altitude de 18m, com clima do tipo Dd Aa, ou seja, semi-árido muito quente, com apenas duas estações climáticas bem definidas; uma seca, que se prolonga quase sempre por sete ou oito meses; e outra chuvosa, com distribuição bastante irregular que, quando muito, ultrapassa cinco meses, com temperatura média anual de 27°,5°C e média de precipitação de 679,5mm. Até o século XVIII, a região de Mossoró era habitada pela tribo Cariri dos Monxorós, de onde se originou o seu nome. A cidade de Mossoró tem sua origem em um povoado surgido em 1712, após a tomada de posse do sitio Santa Luzia pelo sargento-mor Antônio de Souza Machado. Em 1842, a Freguesia de Santa Luzia de Mossoró foi desmembrada de Apodi e, em 1852, o núcleo urbano foi elevado à categoria de Vila, desvinculando-se da Vila Princesa, na Comarca de Assú. Mossoró se desenvolveu graças à sua posição geográfica, à facilidade de obtenção do sal do litoral, e à proximidade da criação de gado na chapada do Apodi, que permitiram à região de Mossoró se tornar nos tempos coloniais um centro da indústria do charque, congregando as chamadas oficinas de carne, que preparavam o alimento para ser exportado para o Ceará e para o Sul do país. Entretanto, com o estabelecimento do monopólio do sal, em 1788, as oficinas de carne acabaram transferindo-se para o Ceará. O refino, moagem e preparação do sal de cozinha, iniciados no século XIX, propiciaram a Mossoró atrais atividades econômicas e urbanas, tornando-a o centro comercial da salicultura da região de Areia Branca, firmando-se gradativamente como importante centro urbano regional. A salicultura veio somar-se à comercialização e ao beneficiamento do algodão, agregando a Mossoró também a função de agro-industrial. Situada na área de contato entre o litoral salineiro e o sertão algodoeiro e pecuarista, Mossoró torna-se o centro de afluxo da produção agrícola da área sertaneja próxima, através de uma rede viária radial, congregando o comércio, bancos, pequenos estabelecimentos de beneficiamento de algodão, carnaúba e oiticica, fabricas de redes, cordoaria e sacaria para o mercado regional, produtos minerais (com destaque para o cimento), além de empresas exportadoras ligadas à tradicional atividade salineira do litoral. Comunicando-se por via rodoviária com Fortaleza, Natal e Campina Grande e, através de ferrovia, com Souza e Areia Branca, Mossoró adquiriu a importância de centro regional de primeira categoria, garantindo a posição de segunda maior cidade do Estado do Rio Grande do Norte. Essa situação, que perdurou até os anos 70, veio a sofrer impacto significativo que afetou os dois pilares básicos da economia regional e em especial a economia local: a cultura do algodão arbóreo e a atividade salineira. No primeiro caso, a concorrência das fibras e a maior produtividade da cultura do algodão herbáceo levaram ao declínio da atividade, tendo como conseqüência o enfraquecimento de um dos principais setores da fixação da população rural no sertão e o incremento das migrações para o meio urbano, ajudando a compreender o expressivo crescimento demográfico da cidade de Mossoró nesse período, em contraste com o quadro de relativa estagnação econômica. No segundo caso, a mecanização do parque salineiro, iniciando em fins dos anos 60, completado na primeira metade dos anos 70, e a formação de empresas associadas a grandes grupos econômicos, fizeram com que Mossoró perdesse a importância diante de Natal, como entreposto comercial para esse tipo de atividade. A mecanização das salinas determinou, assim, o fechamento de postos de trabalhos, não apenas em sua extração, mas também na esfera de comercialização do produto. A partir dos anos 80, duas novas atividades foram desenvolvidas na região de Mossoró, produzindo um impacto significativo em sua economia. A primeira delas é a fruticultura irrigada no Vale do Apodi-Mossoró e a segunda atividade é a extração do petróleo. O município de Mossoró é atualmente o maior produtor terrestre de petróleo bruto do Rio Grande do Norte, seno responsável por mais de um terço de sua produção no Estado, abrigando inclusive o seu maior campo petrolífero, o Canto do Amaro, descoberto em 1986 e que representa reservas da ordem de 77 milhões de barris. No que se relaciona aos aspectos econômicos, observa-se nitidamente a hegemonia do setor terciário sobre os outros setores da economia (primário e secundário) sendo o setor terciário o sustentáculo da economia local. Com a falência da agroindústria e a mecanização das salinas, Mossoró preocupa-se em reorganizar sua economia, e o faz através da implementação do setor terciário que engloba as atividades que estão nas esferas de circulação, da distribuição e do consumo, não só terciário para as cidades que, como Mossoró, constituem-se “centros regionais”, aglomerando prestações de serviços das cidades circunvizinhas. Saliente-se que as instituições prestadoras de serviços geram uma massa salarial que culmina na formação de uma sucessão continua e ininterrupta de demandas, ou seja, o aumento de instituições que possibilitem maior numero de salários, propiciam o incremento das atividades comerciais locais que, por sua vez, requerem pluralidade dos serviços oferecidos, fazendo surgir, através da acumulação de capitais, novas indústrias na região. Por outro lado, a terceirização da economia viabiliza a migração campo-cidade, pela euforia que a oferta de emprego e serviços suscita, trazendo conseqüências negativas para a cidade, como sejam: desemprego, favelização e marginalização. Em Mossoró, a expansão do terciário foi inicialmente viabilizada com a prestação de serviços básicos – educação e saúde – e o incremento do comércio local. Na área de educação, teve importância ímpar a oferta de cursos superiores pela Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM) e pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), o que favoreceu 1° e 2° graus, com maior número de escolas implementadas pelos poderes públicos, municipal e estadual. Na área de saúde, novos hospitais, ambulatórios e farmácias passaram a oferecer assistência médico-hospitalar à população, e isso somado à maior dinamização da cidade, alia-se às instituições prestadoras de serviços. Dessa maneira, Mossoró foi forçada a intensificar os serviços oferecidos à população e , ainda, a multiplicar o montante de que até não dispunha, numa tentativa de atender à demanda provocada pelo significativo fluxo migratório que recebeu, decorrente da exploração petrolífera que a Petrobras desencadeou no município. A cidade teve que criar uma infra-estrutura a passos galopantes, atropelando o processo natural de desenvolvimento que, certamente, teria nos setores básicos de prestação de serviços à população. A cidade, até então interiorana, tomou ares de metrópole em curto espaço de tempo. Novos elementos passam a constar no repertório do seu cotidiano. Um cotidiano que surpreende pelas inovações que no dia-a-dia vão se sucedendo e que traz consigo visíveis transformações para a população de Mossoró. Uma cidade que hoje se vê às voltas com situações e atitudes que não sabe reverter ou enfrentar. Na proporção do aumento do número de migrantes que aqui vêm em busca da melhoria de vida, crescem as filas de desemprego, os índices de marginalidade e violência, além de inúmeros problemas socioeconômicos que inviabilizam o pseudoprogresso aqui desenvolvido. Todavia, se a população cresceu em números o aumento não se deu em nível de vida. Além da posição geográfica favorável e do aumento constante do fluxo comercial advindo do setor salineiro e do parque industrial impulsionado pela Petrobrás, Mossoró produz (via irrigação) abundante quantidade de frutas, em especial melão, acerola, caju e castanha, o que lhe permite abastecer a região e exportar alguns desses produtos para o Sul do Brasil, e até para outros países. Sem dúvida, a economia de Mossoró tem apresentado considerável desenvolvimento, em especial no setor terciário, consubstanciado pela Petrobrás e empresas por ela contratadas. Isso não impede, contudo, que a cidade apresente um índice de desemprego galopante, já sendo visível o grande número de famílias que vivem abaixo da linha internacional de pobreza, apesar de ser expressivo o aumento de estabelecimentos comerciais e industriais no município. Faz-se necessário colocar em pauta a retomada do crescimento econômico de Mossoró, sobretudo nos setores primário e secundário. A cristalização do desenvolvimento regional dependerá da vontade política do poder público e da classe empresarial e, obviamente, do papel das instituições de ensino superior existentes na região, nos labores da formação de técnicos, mão-de-obra especializada, investigações cientificas e transferência tecnológica. Só com a junção dessas forças será possível projetar Mossoró, não só na esfera estadual e regional, como também em nível nacional, pela sua destacada participação na produção nacional de frutos tropicais e na extração de recursos minerais, como petróleo, calcário, sal, gesso e gás natural. A exploração desses recursos demonstra o potencial existente e justifica todo o esforço do seu caminhar para o desenvolvimento. Como perspectiva para o futuro próximo, o Plano de Desenvolvimento Sustentável do RN (IDEC, 1997) aponta a zona mossoroense como propícia ao desenvolvimento da indústria química, com a integração da cadeia produtiva dos setores salineiro e petrolífero; a exploração mineral (calcário, gipsita, argilas); a fruticultura irrigada; a pecuária; a piscicultura e a carcinicultura; o agronegócio e a agroindústria integrada. Ao limiar de uma nova era, de um mundo globalizado, e diante de perspectivas de um salto qualitativo sem precedentes na história, se faz necessário e urgente que as forças vivas da comunidade se congreguem em torno de objetivos maiores: aproveitar potencialidades e atenuar carências, que ainda são muitas.
Posted on: Wed, 17 Jul 2013 10:34:34 +0000

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