Matéria do Dr. Lafayette de Azevedo Lage, publicada semanalmente, - TopicsExpress



          

Matéria do Dr. Lafayette de Azevedo Lage, publicada semanalmente, no Grupo JBA: Cotovelo do tenista – Como tratar? Na edição passada iniciamos um assunto muito freqüente nos dias de hoje: lesões por “overuse” ou supertreinamento – as quais são decorrentes de um treino excessivo. As lesões são causadas tanto por exercícios de curta duração e alta intensidade ou por exercícios de longa duração e baixa intensidade. Abordamos os dois tipos de epicondilites (lateral ou backhand e medial ou forehand). Essas duas patologias têm aumentado muito em nosso meio com a difusão da prática do tênis em nossa sociedade. O tratamento tem como objetivo extinguir com o processo inflamatório e, conseqüentemente, a dor deverá desaparecer juntamente com o inchaço e vermelhidão, presentes nos casos mais graves. No entanto, o tratamento deve englobar o atleta como um todo, ou seja, deverá corrigir o grip da raquete, tensão do encordoamento, tipo de bola para a musculatura do atleta assim como a técnica de ataque e defesa. Quando falamos em musculatura, devemos lembrar que o músculo não é só o “motor” da articulação dando força ao saque e ao rebater da bola, mas é, principalmente, o “amortecedor e protetor” dos componentes da articulação e de suas estruturas periféricas. A articulação do cotovelo á composta de três ossos, a saber: - o olecrano, a cabeça do rádio e a ponta do úmero. Cada um destes ossos tem suas superfícies articulares revestidas por cartilagem. Envolvendo esses ossos que fazem movimentos de flexão, extensão, supinação ( supinare significa pedir; na supinação a palma da mão fica voltada para cima como se a pessoa estivesse pedindo esmola) e pronação ( a palma da mão fica voltada para baixo), temos a cápsula articular que produz o líquido sinovial que lubrifica a articulação. Ao redor da cápsula e, portanto, fora da articulação temos os tendões comuns dos flexores e dos extensores os quais ao se inflamarem levam ao quadro do cotovelo do tenista. O quadro do cotovelo de tenista é de fácil diagnóstico e dificilmente se confunde com outras patologias que podem envolver as estruturas acima descritas. Infelizmente, o tratamento não é tão simples! Uma vez abordados todos os aspectos técnicos e ergonômicos que podem ter levado ao quadro do cotovelo do tenista, o primeiro passo é o afastamento do esporte absoluto por um período mínimo de três semanas nos casos leves. Este repouso do tendão visa permitir uma cicatrização biológica. Neste mesmo período a fisioterapia é realizada com aparelhos de calor profundo, uso de tipóia para permitir o repouso, alongamentos assistidos, uso de gel antiinflamatório sobre o local inflamado e, finalmente, a prescrição de antiinflamatórios não hormonais pode ser necessária nos casos mais intensos. Nos casos mais graves podemos infiltrar o local da dor com corticóide. Infelizmente o paciente ou atleta não consegue ficar afastado o tempo necessário e retorna ao esporte antes da ordem médica. Teremos então uma re-lesão, a qual desta vez demandará um tratamento mais prolongado nos mesmos moldes do citado anteriormente, e o paciente, mais uma vez retornará ao esporte antes da data, pois, não consegue ficar afastado de seu esporte favorito o tempo prescrito por seu ortopedista. Chegaremos então ao quadro clínico de epicondilite crônica onde o atleta permanentemente necessitará das cintas especificas para tênis elbow onde ele poderá optar por conviver com a dor, pior ao final de cada jogo, ou submeter-se a tratamentos mais onerosos, porem, felizmente de alta eficácia. O primeiro tipo de tratamento com grande índice de sucesso foi desenvolvido na Alemanha e, felizmente já existe em nosso meio, utiliza campos eletromagnéticos pulsáteis (Pulsed Signal Therapy ou PST) onde o atleta deixa seu cotovelo dentro de uma bobina de 27 watts que emite estes campos magnéticos sem efeitos colaterais os quais desinflamam o local e regeneram as fibras tendinosas lesadas em mais de 70 % dos casos. Além das infiltrações de corticóide, ultimamente tem-se tentado o tratamento infiltrando toxina botulínica e, mais recentemente porem, com resultados animadores, a infiltração de fator de crescimento autólogo, isto é, do próprio sangue do paciente após uma preparação especial. O tratamento cirúrgico e reservado para os casos mais rebeldes onde nada do que foi dito anteriormente resolveu, A cirurgia tem um bom índice de sucesso, mas também requer um afastamento prolongado mesmo quando se utiliza a artroscopia ( cirurgia minimamente invasiva feita através de dois orifícios). Enfim, resumindo, se o seu cotovelo dói tome providencias urgentes, pois dor de cotovelo deve ser reservada somente para os invejosos não sendo tratada por nos ortopedistas! Qualquer dúvida ou sugestão acesse: clinicalage.br * Dr. Lafayette de Azevedo Lage; Diretor da Clinica Lage; Dissertação de mestrado pela FMUSP em 1993 com o tema “Artroscopia do quadril”; especialista em Medicina Esportiva pela UNIFESP; Fellow Honorário da Universidade de Cambridge - (Inglaterra).
Posted on: Mon, 10 Jun 2013 15:27:07 +0000

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