Mente Assassina Ele percebeu que não era bem vindo por causa - TopicsExpress



          

Mente Assassina Ele percebeu que não era bem vindo por causa da longa espera na porta. Ele sempre notou isso nas pessoas, todas as intenções, os sinais que elas deixavam, mas sempre deixou passar, pois nunca foram muito graves. Não sabia se aquilo era uma dádiva ou uma maldição. Naquele dia ele estava prestes a explodir. Cada gesto e palavra das pessoas daquela casa onde ele ia pagar o aluguel já havia se tornado insuportável. Toda vez faziam uma pergunta irônica ou só pegavam o dinheiro rindo histericamente de tão bêbados. Ele suportou até começar a se perguntar se estaria realmente possuído pela raiva, sabia que era esperto, mas quanto a sano? Poderia alguém sano ter aqueles pensamentos que ele estava tendo? Mas quando ele passava por uma fase de depressão ou quebrava algum dos poucos objetos que havia no seu quarto, ele se sentia renascido. Pensava se os assassinos também pensavam assim. Mas eles devem pensar com a raiva dominando o tempo todo, no objetivo de odiar e exterminar o que seja. Porém, ele conseguia pensar sobre as consequências. Mas ou se arrepende ou faz e quer fazer outra vez. Ficou na janela fitando o céu noturno, realmente aproveitando o sentimento de ser livre. Depois de algumas horas ele se sentia enjoado de tudo aquilo e a doença mental voltava. Espalhava-se até para o seu físico, pois não sentia vontade de se alimentar, começando a dizer para si que eram aqueles sentimentos que o alimentavam agora. Ficava no quarto quieto com pensamentos muito altos, não se defendia mais de qualquer desrespeito que sofria na rua, pois ficara absorto com os planos que estava fazendo e isso o vingaria de qualquer ser humano que lhe fez mal algum dia, descontaria toda a sua fúria num crime. Aquilo iria ser o próximo pagamento para os vizinhos e senhoes ao lado. Pensou que não havia mais uma alma nele, talvez nunca houvesse desde seu nascimento. Era assim o tanto que ele se achava diferente, não haveria um lugar nem nesse e nem em outro mundo pra ele. Não possuía relações com qualquer pessoa, então olhando por certos pontos de vista, ele poderia ser entendido. Pensou em talvez buscar algum tipo de ajuda, talvez profissional, mas quanto a ler um livro? Só havia um livro inspirador em sua pequena estante empoeirada. Pegou-o e leu em apenas dois dias, e havia quase 600 páginas. Ah! E como ele se sentiu Raskólnikov! Comprou uma arma sabendo seu destino. Ele haveria de fazer o que havia nascido pra fazer, pois era o lado podre do mundo, e havia lutado contra isso a vida inteira, porém não mais. Seria o fim. ~R.A
Posted on: Tue, 26 Nov 2013 03:11:49 +0000

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