Miscelânea partidária Não é ilegal, não é imoral, mas - TopicsExpress



          

Miscelânea partidária Não é ilegal, não é imoral, mas a criação de duas novas legendas no país – o Solidariedade e o Partido Republicano da Ordem Social (PROS) – não acrescentam em nada às discussões no Brasil. Os partidos homologados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite de terça-feira nascem com a sina de feudos criados com o único propósito de acomodar lideranças que estavam espremidas em outras filiações e que querem lugar de destaque em 2014. “Dificilmente o eleitor vai entender a necessidade de se criarem novos partidos, e nesses partidos aparecerem os mesmos políticos de sempre. Tratam-se de políticos profissionais, em busca de fundo partidário, espaço na TV”, analisa o sociólogo e antropólogo Antonio Fábio Testa, da Universidade de Brasília (UnB). No plano nacional, o Solidariedade tem como líder o sindicalista Paulinho da Força, egresso do PDT. Figura polêmica, que outrora comungou dos ideais petistas, ele agora posiciona sua nau como “independente, mas com viés de esquerda”. Aqui, o comando ficará com o deputado federal Carlos Manato, que brigou com a cúpula do PDT, flertou com o PP e só não entrou nesse partido porque exigia entrar com status de presidente. O PROS é criação do ex-vereador goiano Eurípedes de Macedo, personagem de pequena envergadura nacional. Para chefiar a legenda no Espírito Santo, o escolhido foi o ex-deputado federal Capitão Assumção, saído do PSB – onde se dizia “apertado para a disputa de 2014”. Por se tratarem de atores que, até aqui não exerciam qualquer protagonismo, os novos presidentes poderão enfrentar dificuldades em apresentar-se ao eleitorado como “o novo” – e, veja só, não era isso que a multidão queria ao explodir nas ruas, há poucos meses? “Do ponto de vista de escopo doutrinário e ideológico, de marca política, nada muda. As migrações ocorreram por interesses meramente individuais, atrás de desempenho eleitoral”, critica o cientista político Gaudêncio Torquato. Na “fila” para se tornar o 33º partido brasileiro está o Rede Sustentabilidade, da ex-senadora e presidenciável Marina Silva, que enfrenta uma luta inglória para receber o aval do TSE. A única vez que o país teve tantas siglas foi em 1990, quando 34 partidos participaram do pleito. Se, por um lado, as neolegendas têm pouco a contribuir no quesito “qualidade” do nível da política, por outro aumentarão a corrida das lideranças de olho em um lugar ao sol para a corrida de 2014. O prazo para o troca-troca acaba daqui a nove dias, e nessa miscelânea de muitas letras e poucas propostas diferentes, é triste concluir, mas o eleitor dificilmente sai ganhando.
Posted on: Thu, 26 Sep 2013 12:50:47 +0000

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