Monitoramento das consciências: abaixo o Big Brother! A - TopicsExpress



          

Monitoramento das consciências: abaixo o Big Brother! A história de Winston Smith, membro do Partido Externo e funcionário do Ministério da Verdade, narrada por GEORGE ORWELL, em sua clássica obra “1984”, antiga, porém atual, simboliza o uso das tecnologias modernas, como o grampo eletrônico, o monitoramento por câmeras, a interceptação de e-mails e ligações telefônicas, o GPS, inclusive nos celulares, os satélites de vigilância e as pulseiras eletrônicas, instrumentos do século XXI, aparentemente imprescindíveis ao nosso cotidiano, mas perigosos, quando mal utilizados. GEORGE ORWELL, em sua grande obra, traça uma metáfora da vida moderna, deixando transparecer que o controle das consciências, na verdade, é um instrumento totalitário disfarçado de democrático. Enfim, parece que reinventamos a onipresença totalitária do “Grande Irmão” (“Big Brother”), e fizemos renascer as polícias secretas de Josef Stalin, a famigerada NKVD, e de Adolf Hitler, a temida Gestapo, que também monitoravam os cidadãos de bem, inclusive os inimigos de consciência, embora sem os recursos da moderna tecnologia. Se até a Presidente da República foi vítima dessas maravilhas tecnológicas, imagine você, simples mortal, como eu. . . Embora muito adiante do seu tempo, ORWELL não imaginou que chegaríamos tão longe, a ponto de poder monitorar a vida de alguém 24 horas por dia, como nem a Polícia do Pensamento poderia cogitar. Na fictícia “Pista de Pouso Número 1”, parte integrante do megabloco da Oceania, Winston Smith e todos os cidadãos, que também eram monitorados 24 horas por dia, sabiam que qualquer atitude suspeita poderia significar o fim da vida terrena. Os vizinhos e os próprios filhos eram incentivados a denunciar à Polícia do Pensamento quem cometesse “crimidéia”, fato comum nos regimes totalitários. Algo estava errado, Winston não sabia como, mas sentia e precisava extravasar. Com quem seria seguro comentar sobre suas angústias, se todos eram vigiados 24 horas por dia? Não tendo respostas satisfatórias, Winston compra, clandestinamente, um bloco e um lápis (artigos de venda proibida, adquiridos num antiquário). Para verbalizar seus sentimentos, Winston atualiza seu diário, usando o canto cego do apartamento, onde o “Grande Irmão” (“Big Brother”) não conseguia ver. Desta forma, ele não recebia comentários nem era focalizado pela “teletela” de seu apartamento. Um membro do Partido ( mesmo que externo como Winston ) tinha de ter uma “teletela” em casa, nem que fosse antiga. A primeira frase que Winston escreve é justificável e atual: Abaixo o “Big Brother”! Mas isso tudo é ficção!!! Será mesmo??!! Ou começamos uma nova era de totalitarismo, em que podemos controlar as pessoas e até o que elas fazem e pensam??!! A Imprensa está alugada, os partidos estão à venda, os políticos, perdidos em negociatas, o Judiciário, concedendo Embargos que infringem a nossa consciência!!! Enquanto isso, os senhores da razão e da consciência nos vigiam dos céus, leem os nossos e-mails, escutam as nossas conversas telefônicas e patrulham as nossas postagens nas redes sociais. . . Se o controle das comunicações e do pensamento não fosse o início de um processo mais amplo, que representa a perda da individualidade, e da esfera dos segredos de cada um, até poderíamos imaginar que seria uma alternativa para a liberdade, um mal necessário para permitir a sobrevivência da espécie humana. Entretanto, nesse mundo livre S/A, em que países se julgam a polícia do pensamento, recordo-me do tcheco Thomaz, de A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera, o médico que vira pintor de paredes ao renegar as ordens do partido. Acabaremos monitorando nossos inimigos políticos e de consciência! A grande incógnita, até no plano ético, é saber o limite do monitoramento das pessoas e dos seus pensamentos. Será que os detentores da infraestrutura tecnológica, Governos ou Empresas, têm o direito de monitorar, eletronicamente, qualquer cidadão, sob o pretexto de preservar a sua segurança? Não é difícil imaginar, num país em que até Magistrados desprezam a ética, que alguns mal intencionados já cogitem utilizar informações pessoais, obtidas por meios aparentemente legais, para chantagear os cidadãos, exigindo-lhes recompensa para não denunciar pequenos deslizes, inclusive morais. Sem falar na chantagem política, econômica e emocional, muito comum nesse país tropical chamado Brasil, onde sobrevive, sem reformas, a velha “Lei do Gérson”. . . Rio Branco, 17 de outubro de 2013. Jorge Araken Faria da Silva Filho, apenas um velho Escrevinhador sem Folhas.
Posted on: Thu, 17 Oct 2013 16:14:43 +0000

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