Movimentos independentes Um pouco por todos os concelhos estão - TopicsExpress



          

Movimentos independentes Um pouco por todos os concelhos estão a surgir movimentos ditos de independentes, o que, na nossa análise, possuem um lado positivo e outro negativo. No que concerne ao lado positivo é de registar o posicionamento dos cidadãos que, desta forma, procuram recusar a hegemonia dos partidos por um lado, por outro, mostram-se contra as oligarquias instituídas nas forças políticas, recusando um pacifismo perante os atos eleitorais onde, como se sabe, o voto é quem mais ordena. Em quarenta anos de democracia começa efetivamente a verificar-se uma consciencialização da problemática imposta pelos partidos políticos na vida das pessoas, onde se acaba por concluir que, em termos de Portugal, a alternância da governação entre PS e PSD tem sido um desastre, porque uma força encobre a outra e vice-versa, muito fruto do peso da máquina financeira onde estes dois grupos se movimentam e entendem perfeitamente. Registe-se que os partidos mais pequenos, que não são do arco do poder, também lhes convém este tipo de harmonia, porque, sendo minorias, sempre vão recebendo, apenas aqueles que estão nas camadas dirigentes, as mordomias que os grandes desenham para eles próprios. Não são inocentes, antes pelo contrário, são conscientes e defensores de que nada deve mudar. É que, na verdade, a nossa Constituição não está delineada para a participação ativa dos cidadãos na vida política, porque, como se sabe, só podem ser deputados aqueles que figurarem na lista de um partido. Em determinada altura, porque este espectro antidemocrático é por demais evidente, os partidos condescenderam que para o poder local poderia haver lista de independentes mas, foram logo acrescentando todo um conjunto de burocracia que, na maioria dos casos, os mentores desses movimentos ditos independentes não conseguem ultrapassar. Os políticos medíocres deram com uma mão e retiraram com outra. Veja-se que, para formar um partido é necessário uns milhares de assinaturas, somente, enquanto que para apresentar uma candidatura local independente são milhares de assinaturas com toda a documentação inerente a cada assinatura. Os movimentos independentes têm essa virtude de, pelo menos, chamar a atenção para estes factos, dando a conhecer que afinal, em Portugal, há os militantes partidários, cidadãos de primeira com todos os direitos e outros de segunda, a quem não lhes é reconhecida a possibilidade de virem a ser deputados. A chamada eleição uninominal e por círculos eleitorais tem sido rejeitada por todos os partidos políticos, sem exceção, porque isso iria mexer com todo um sistema implantado onde, como se sabe, o povo não vota nos seus representantes locais ou regionais, mas na sigla dos partidos, o que retira força à representatividade democrática e contribui para a forte abstenção que se verifica. Era importante que o eleitor passasse a conhecer o seu representante e tivesse a possibilidade de dialogar com ele em qualquer altura. Isto não interessa ao atual sistema partidário, demasiado corporativo e pouco dado a aberturas que lhe possam retirar representatividade e mordomias. Mas as listas de independentes têm um lado negativo. É que, na esmagadora maioria dos casos, o que se verifica é que quem se está a movimentar são militantes partidários ressabiados porque foram preteridos e já ninguém os quer nas listas, ou porque se pretendem vingar deste ou daquele, porque lhes retiraram confiança, numa demonstração de mera vingança pessoal, esquecendo os objetivos para os quais as listas de independentes se devem mobilizar, ou, ainda, por mera vaidade pessoal de pensarem que ainda são reconhecidos e amados pela população. Este é o lado menos bom dos ditos movimentos independentes, visto não procurarem dar lugar a novos protagonistas, trazerem novas roupagens para a cena política e limitarem-se a um corolário de enunciados muito na base da crítica fácil e com pouca criatividade nas propostas apresentadas. Para melhorar a democracia representativa tem que ser alterada a Constituição no que diz respeito aos direitos dos cidadãos para participarem na vida política, alterar a lei eleitoral para os círculos eleitorais e uninominais, como forma de fortalecer a cidadania. barlavento.pt/index.php/noticia?id=57016
Posted on: Sat, 06 Jul 2013 15:08:36 +0000

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