Moçambique | Tensão REGIME INCLINA-SE MAIS PARA OPÇÃO - TopicsExpress



          

Moçambique | Tensão REGIME INCLINA-SE MAIS PARA OPÇÃO MILITAR CONTRA A RENAMO -Intenção de diálogo é discurso meramente ilusório -- Em sectores-chave da sociedade – alas do regime adversas a Guebuza, oposição partidária, organizações, igrejas e meios intelectuais, incluindo imprensa, mas também na população – há a percepção de que a opção militar visa enfraquecer a Renamo, mas também “reforçar” a contestada liderança de Guebuza e sua ala -- A impopularidade de Guebuza é de fácil apreensão na presente realidade social política do país. Na chamada vox populi, em especial nos transportes públicos, é o tópico dominante; o fenómeno reproduz a linha crítica em relação ao actual chefe de estado que a imprensa não oficial deixa transparecer Por: Xavier de Figueiredo* Através de: macua.blogs | 07/11/13 O Governo vem denotando inclinação cada vez mais nítida pela opção militar na sua atitude face à actual crise político-militar. A tónica da “abertura ao diálogo” presente no discurso do Presidente, Armando Guebuza, é considerada ilusória e calculística: ocultar/confundir a opção militar, servir de “margem de recuo” em caso de fracasso. Factos novos ou reforçados, considerados ilustrativos da opção militar: – acentuou-se o pendor ofensivo/iniciativa operacional das acções das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM). – aumentou o grau de prontidão com que as necessidades de aprovisionamentologístico das FADM são atendidas pelo Governo. – o Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) passou a concen trar a sua acção de pesquisa na recolha de informação de interesse militar. – surgiram rumores inter­nos, considerados “pertinen­tes”, segundo os quais terá sido solicitada cooperação militar específica de países vizinhos. Em meios internacionais de intelligence atentos à actual crise em Moçambique são considerados “verificados” dados segundo os quais a opção militar tem por alvo a eliminação física de Afonso Dhlakama, líder da Renamo. Entre os adeptos de tal desfecho predominam chefes militares e a ala mais jovem do gabinete presidencial. No que concerne aos milita­res é especialmente apontado o actual CEMGFA, General Graça Chongo, uma figura considerada “apagada”, que veria num tal sucesso uma oportunidade de afirmação. Entre os jovens do gabinete presidencial avulta o porta-voz e conselheiro de Guebuza, Edson Macuácua (acção concentrada na imprensa e jornalistas). 2. Em sectores-chave da sociedade – alas do regime adversas a Guebuza, oposi­ção partidária, organizações, igrejas e meios intelectuais, incluindo imprensa, mas tam­bém na população – há a per­cepção de que a opção militar visa enfraquecer a Renamo, mas também “reforçar” a con­testada liderança de Guebuza e sua ala. A análise respectiva é a de que, por via de uma bem sucedida demonstração de força para “pôr a Renamo na ordem”, Armando Guebuza capitalizará politicamente e em termos de influência tendo em vista: – ganhar ascendente sobre a influente ala que o contesta na Frelimo, votando-a assim a um estado de isolamento. – resolver em conformida­de com os seus interesses a questão presidencial; eventu­almente lançando a candida­tura da sua esposa, Maria da Luz Guebuza. Há a ideia de que Guebuza sempre deu preferência a uma solução militar, por ver na mesma virtualidades que lhe permitiriam resolver a seu contento os chamados “fac­tores internos adversos”. Ao contrário, uma solução políti­ca, por definição baseada em concessões à Renamo, agra­varia os referidos factores. As concessões a que a Renamo condicionou um com­promisso – recenseamento eleitoral credível, composição paritária da CNE – aumenta­riam a exposição da Frelimo a futuros reveses eleitorais; as irregularidades em que até agora se basearam as vitórias seriam menos possíveis. Um tal cenário fragilizaria Armando Guebuza perante os seus adversários. A ala interna que contesta Armando Guebuza é animada por históricos da Frelimo, alguns dos quais, como Sérgio Vieira, Jorge Rebelo e Óscar Monteiro, foram apoiantes da sua ascensão a Secretário-geral do partido e, depois, da sua candidatura presidencial. Juntam-se figuras prestigiadas como Marcelino dos Santos e Graça Machel. O “protagonismo” adverso a Armando Guebuza dos históricos tem dado azo a reacções internamente consideradas “divisionistas”, devido à sua inspiração racial ou tribal. É corrente que tais reacções são patrocinadas por funcionários do círculo presidencial com influências na imprensa que as veícula (semanário Domingo, em especial). 3. A ocupação de Satundjira, pelas FADM, a 21 de Outubro, representou uma escalada militar das tensões face à qual o Governo, conforme as suas próprias análises, só deverá recuar em duas circunstâncias: – circunstâncias naturais: porque obteve em campanha clara vantagem sobre a Renamo. – circunstâncias de contingência: para controlar efeitos negativos de um insucesso e/ou previsões fundadas de ocorrência do mesmo. Esta visão das coisas por parte de Guebuza é considerada decorrente de evidências entre as quais avulta a impopualridade de que goza, agora largamente alimentada pela ideia de que pôs em perigo a paz no país – um cenário merecedor de notório repúdio numa população ainda com memória da guerra. A impopularidade de Guebuza é de fácil apreensão na presente realidade social política do país. Na chamada vox populi, em especial nos transportes públicos, é o tópico dominante; o fenómeno reproduz a linha crítica em relação ao actual chefe de estado que a imprensa não oficial deixa transparecer. Na medição da importância social e política das críticas internas a Guebuza é considerado o facto de congregar personalidades políticas da Frelimo, Renamo e MDM e independentes – razão pela qual se diz que se trata de uma “união nacional”. A sociedade civil organizada é igualmente contundente. Armando Guebuza foi o “alvo mais presente” das manifestações anti-governamentais (Correio da manhã N.º 4195, págs. 1 e 2), de 31 de Outubro, Maputo, Beira e Quelimane. É visto como responsável pela crise político-militar e pela criminalidade (raptos) em Maputo. De forma discreta altos funcionários governamentais e responsáveis do partido Frelimo tentaram, em vão, desincentivar/impedir as manifestações.* In África Monitor Intelligence CORREIO DA MANHÃ – 07.11.2013
Posted on: Fri, 08 Nov 2013 18:05:31 +0000

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