Muita gente contestou a insistência no questionamento dos entrevistadores do Roda Viva sobre a origem do dinheiro que sustentava a Mídia Ninja (e, por extensão, o Fora do Eixo). Com razão: afinal, quando é que questionam quem sustenta a grande mídia? Porém, se tivessem as informações desta longa denúncia reproduzida abaixo, talvez não fossem alvo de tantas críticas. Porque o que se denuncia não é nada mais, nada menos, que trabalho escravo. Junto com alguma lavagem cerebral, também. Dada a riqueza de detalhes deste testemunho, é preciso que essas coisas sejam investigadas a sério, sobretudo no momento em que a Mídia Ninja se prepara para angariar recursos entre seus admiradores. O texto é longo, mas merece leitura atenta até o final. Serve para, pelo menos, evitar o excessivo entusiasmo com esse suposto novo modelo de produção (inclusive jornalística), que é de fato um suposto novo modo de vida sedutor para tantos jovens idealistas. Destaco o trecho: "o que talvez seja mais grave: quem mora nas casas Fora do Eixo, abdicam de salários por meses e anos, e portanto não têm um centavo ou fundo de garantia para sair da rede. Também não adquirem portfólio de produção, uma vez que não assinaram nada do que fizeram lá dentro – nem fotos, nem cartazes, nem sites, nem textos, nem vídeos. E, portanto, acabam se submetendo àquela situação de escravidão (pós)moderna, simplesmente pois não vêem como sobreviver da produção e circulação artística, fora da rede. Muitas destas pessoas são incentivadas pelo próprio Pablo Capilé a abandonar suas faculdades para se dedicarem integralmente ao Fora do Eixo. Quanto menos autonomia intelectual e financeira estas pessoas tiverem, melhor para ele".
Posted on: Thu, 08 Aug 2013 17:50:22 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015