Muitos economistas tratam, cada vez com mais freqüência, - TopicsExpress



          

Muitos economistas tratam, cada vez com mais freqüência, da chamada “crise da finitude de recursos”, consumo global de materiais (7 toneladas por habitante/ano) acima da capacidade de reposição do planeta. E tendendo a agravar-se, porque com o aumento já previsto de pelo 2 bilhões de pessoas até 2050 esse consumo, nos níveis atuais, chegaria a 65 bilhões de toneladas/ano. “O atual sistema no mundo está falido”, já se manifestou há uns dois ano o Blue Planet, que reúne 20 cientistas ganhadores do Prêmio Nobel Alternativo. Na conferência Rio + 20, o próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, falou em “exaustão do sistema econômico e social” planetário. E onde fica a saída ? A própria Universidade da ONU apresentou, na Rio + 20, seu estudo sobre um novo índice para calcular a situação de cada país, cada região – o Índice Inclusivo da Riqueza (IWR). Ele acrescenta aos fatores já avaliados pelo PIB e pelo Índice de Desenvolvimento Humano da própria ONU, através do PNUD – que inclui saneamento, expectativa de vida, educação e outros fatores – , a saúde, a segurança ambiental, os ganhos e perdas de recursos naturais nos ecossistemas. Por esse caminho, no estudo que foi feito pela Universidade para o período 1990/2008, a China, que teve um crescimento econômico de 422%, vê-lo-ia reduzido para 37%, com as perdas de recursos naturais; o Brasil, em vez de crescimento de 37%, teria 13% no mesmo período. Se a questão central, como dizem economistas, está na crise de recursos materiais, o índice vem para o centro do palco.E a avaliação da situação brasileira não deve ficar restrita ao crescimento econômico. Tem de deslocar-se para uma estratégia que leve em consideração o privilégio brasileiro em matéria de insolação permanente, recursos hídricos, biodiversidade, possibilidade de matriz energética “limpa” e renovável, com energia de hidrelétricas, energias eólica, solar, de marés, geotérmica, de biomassas (cana, dendê, pinhão manso e outras). É um alto privilégio e o será cada vez mais, nos tempos difíceis em que navegamos no mundo. Discute-se cada vez mais, entretanto, como mudar os modos de viver no mundo, torná-los compatíveis com os recursos disponíveis. E como fazer isso se cada país encara a questão de uma forma diferente, cada empresa tem sua estratégia própria e diferenciada, até cada pessoa comporta-se de forma a atender a seus interesses específicos. Como chegar a uma estratégia global adequada, sem a adesão geral ? Como observa o respeitado Edgar Morin, “há alguns processos positivos, mas eles permanecem invisíveis ou são pontuais (…) O provável não é definido, permanece incerto (…) É preciso resistir e construir o improvável (…) O que é preciso reformar ? As estruturas sociais e econômicas ? Ou as pessoas e a moral ? (…) Esses processos têm de vir juntos (…) A metamorfose é possível e torna possível criar um novo modo de desenvolvimento e um novo tipo de sociedade, que não podemos prever, mas que ultrapassa a expectativa dos indivíduos e da sociedade atual” (Le Monde Diplomatique, dezembro de 2012). Por isso tudo, Morin recomenda a todas as pessoas, estejam onde estiverem, que lutem “pelas mutações, quer elas tenham dimensão global ou local”. A briga não está confinada, portanto, ao crescimento econômico, ao PIB – embora suas múltiplas dimensões tenham de ser consideradas. Mas é preciso pensar muito além. leonardoboff.wordpress/2012/11/
Posted on: Sun, 09 Jun 2013 13:13:11 +0000

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