Mulheres vão presas por se defender de agressores, por abortar, por roubar itens de enxoval para os seus filhos. Mulheres se prostituem para guardas de presídios por absorvente, por papel higiênico, por colchão, por absolutamente qualquer coisa que possa deixar as condições carcerárias menos indignas e ultrajantes. Mulheres que se negam a isso são estupradas, de qualquer forma, não que a frase anterior não seja uma forma de estupro. Homens presos são visitados rotineiramente por suas famílias, mulheres presas são totalmente isoladas do convívio social. Mulheres presas têm seus filhos arrancados de si pouco depois que nascem, após quando muito 6 meses de amamentação. Mulheres brasileiras já tiveram que dar à luz ALGEMADAS às camas de parto pelos tornozelos! Temos fotos, e que setor do movimento feminista está reivindicando justiça nesses casos flagrantes de violação dos direitos humanos?? A maioria das mulheres presas está lá porque cometeu crimes a mando no parceiro ou ex-parceiro, principalmente relacionados com o tráfico de drogas. Mas as únicas mulheres presas sobre as quais o movimento feminista fala são as mulheres trans (embora, curiosamente, eu nunca ouça nada sobre homens trans e não tenha nada para supor que eles não sejam vítimas de estupro, se presos). Já passou bastante da hora de o movimento feminista ter uma perspectiva CLASSISTA e enfocar as mulheres mais marginalizadas, que são justamente as mulheres POBRES e negras que estão mais vulneráveis a irem presas. Chega de invisibilidade para a luta das mulheres carcerárias! De acordo com a Agência Brasil, "o sistema penitenciário brasileiro conta com apenas 15 médicos ginecologistas para uma população de 35.039 presas, ou seja, um profissional para cada grupo de 2.335 mulheres (...) para garantir pelo menos uma consulta ginecológica anual por mulher, como recomenda o Ministério da Saúde, cada ginecologista penitenciário teria que trabalhar 365 dias por ano e atender seis pacientes diariamente". Reflitam sobre.
Posted on: Fri, 20 Sep 2013 03:00:00 +0000
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