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MÉDICOS (OU NÃO), POR FAVOR, LEIAM (ALGUNS MINUTINHOS). O ASSUNTO É SÉRIO E SE NOS FINGIRMOS DE MORTOS... ESTAMOS FERRADOS! Texto do jornalista Mário Magalhães Justo Verissimo, que odeia pobre, é o patrono dos médicos covardes, egoístas e impiedosos que tentam impedir colegas de trabalhar 28/08/2013 Um monte de médicos mais brancos do que os seus jalecos se escabela ao gritar “escravos!” para colegas negros e mestiços que chegam ao Brasil. A informação é objetiva, e o perfil racial predominante de um grupo não é necessariamente a razão da atitude do outro. No Facebook, alguém comenta que os estrangeiros, boa parte proveniente de Cuba, não têm cara de médico. Não deu para entender? Pois uma jornalista, representante dos miolos de tantos dos nossos pares, desnuda-se na internet: “Me perdoem se for preconceito, mas essas médicas cubanas têm uma cara de empregada doméstica. Será que são médicas mesmo?” A afirmação nojenta não lembra nenhum crime? O Ministério Público do Rio Grande do Norte não agirá? Um cubano se espanta com o fato de que vem atender pacientes nos rincões miseráveis onde os manifestantes se recusam a trabalhar, e mesmo assim é alvo de ira. De fato, é para se espantar. As entidades corporativas e a minoria de médicos que elas têm arrastado para seus atos públicos não se interessaram em atender os pobres nos fins de mundo onde eles padecem. Alegam preocupação com a saúde dos pobres coitados nas mãos de médicos despreparados… Lideram a gincana de farisaísmo. Dizem-se contra “trabalho escravo”, mas a maioria nunca disse um ai contra o trabalho escravo real, desgraça que perdura no Brasil. Nem nunca saiu às ruas para protestar contra governos que abandonam a saúde. Na prática, se forem vitoriosos, impedirão os mais pobres de ter acesso a médico. São covardes, egoístas e impiedosos. Até onde eu entendo, o Programa Mais Médicos está longe da perfeição. Acho um absurdo os cubanos, assalariados, não receberem diretamente o seu salário. Mais: a lei ampara eventuais pedidos de asilo de médicos cubanos ou de qualquer outra nacionalidade, por mais que burocratas intolerantes possam espernear. Mas, se os médicos brasileiros não querem ir aonde o povo está, bem-vindos sejam os estrangeiros. Justo Verissimo era aquele personagem do Chico Anysio que cometia o bordão “odeio pobre”. Eis um digno patrono dos médicos que querem impedir a medicina de amparar os mais pobres. Ao jornalista Mário Magalhães, a propósito de seu texto, divulgado pelo UOL (28/08/2013) “Justo Verissimo, que odeia pobre, é o patrono dos médicos covardes, egoístas e impiedosos que tentam impedir colegas de trabalhar” Não sou covarde, egoísta nem impiedoso. Mas sou médico há 47 anos. Estou no grupo dos que nunca foram trabalhar nos rincões miseráveis. Estou no grupo dos que reconhecem ser dever de todos os governos, em todos os tempos, criar estratégias para alocar médicos nos rincões miseráveis. O governo petista teve uma década para tentar fazer isso e não fez. Foi preciso o povo gritar nas ruas! Mas, antes tarde do que nunca. Estou no grupo dos não xenófobos e reconheço em qualquer médico estrangeiro, seja lá qual for seu país de origem, um ser humano tão digno de respeito quanto eu e com o direito de exercer a sua profissão em nosso país, desde que sejam respeitadas as leis. E o primeiro passo para respeitá-las é a revalidação dos diplomas, tal como estabelecido pelo próprio governo (exame Revalida). Estou no grupo dos que entendem ser a contratação de médicos estrangeiros para os rincões miseráveis aos quais médicos brasileiros não quiseram ou não puderam ir, uma medida emergencial aceitável, desde que executada com as devidas cautelas, criteriosa monitorização e permanente avaliação. Estou no grupo dos que defendem a imediata instituição da carreira de estado para o médico, essa, sim, a medida definitiva para fixar os médicos em todo o território nacional, com dedicação exclusiva e salários decentes, sem perder de vista que seus resultados advirão a médio prazo. Estou no grupo dos que lamentam a infeliz atitude da jornalista que, objetivando depreciar médicas cubanas, as comparou com “empregadas domésticas”. Comparação revoltante, que causa indignação e revolta. E que mostra não ser privativo da classe médica ter, entre seus membros, pessoas completamente despreparadas. Estou no grupo dos que esperam das entidades de classe dos jornalistas uma firme ação contra essa jornalista, tal como a cobram das entidades médicas diante de médicos flagrados em atitudes supostamente criminosas. Estou no grupo (abissalmente majoritário) dos que se orgulham de ser médicos, com a humildade de reconhecer suas falhas e limitações e não trocaram Hipócrates pelo Justo Veríssimo. Estou no grupo dos médicos que, na hora extrema, estarão ao seu lado, fazendo o possível (e, até, o impossível) para ajudá-lo! Paulo Roberto Pereira Toscano (médico cardiologista e professor titular da Universidade do Estado do Pará, ex-diretor da Faculdade Estadual de Medicina do Pará e ex-reitor da UEPA)
Posted on: Wed, 28 Aug 2013 20:10:33 +0000

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