Mãe pede ajuda para internar filho dependente. Mulher espera - TopicsExpress



          

Mãe pede ajuda para internar filho dependente. Mulher espera salvar o filho com internação compulsória Depois de lutar por seis anos para tirar o filho das drogas -e também temendo ser atacada por ele - uma mãe desesperada resolveu recorrer ao jornal Cruzeiro do Sul na tentativa de conseguir uma internação compulsória (aquela quando o paciente é internado à revelia). A intenção da mulher é de que, com a reportagem, consiga na Justiça que o filho seja internado numa clínica de recuperação cuja filosofia de tratamento seja em sistema fechado. A mãe, de 55 anos de idade e que tem outros dois filhos mais novos e que não são usuários de drogas, veio à redação do jornal depois que o filho, de 33 anos de idade, incendiou a própria casa em que mora, no Sorocaba 1, na madrugada de quinta-feira. A internação compulsória de dependentes químicos é prevista em lei desde 2001, mas somente em janeiro deste ano começou a ser aplicada no Estado de São Paulo. O programa foi anunciado exatamente um ano após a tentativa frustada da capital paulista de acabar com as regiões conhecidas como "cracolândias" por meio de abordagem policial e dispersão dos usuários de drogas. Sorocaba ainda não conta com o serviço, devendo instalar no município um Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), cuja entidade é a mesma que funciona na capital. De acordo com a mulher, cujo nome não é revelado até mesmo para evitar represálias por parte do filho, além do constrangimento social, o tormento se iniciou há seis anos, quando o filho começou a usar crack. Desde então ele não consegue se manter em nenhum trabalho. Até a condição física dele está precária em virtude dos malefícios do entorpecente. Na madrugada de quinta-feira, ela estava em seu quarto por volta de 0h30, quando acordou com estalos e em seguida viu uma claridade. Era o incêndio tomando conta da edícula onde reside o filho, nos fundos da casa principal. Desesperada, principalmente por acreditar que ele estivesse em seu interior, a mãe, que trabalha como faxineira, acordou o outro filho, que com ajuda de um vizinho conseguiu conter o fogo até a chegada dos bombeiros. Entretanto, para o alívio da família, o filho não estava lá, e surpreendentemente ele apareceu já em seguida acompanhado de policiais militares para fazer a ocorrência do incêndio. A mãe acredita que o fogo tenha se iniciado quando o filho fazia uso de drogas, e não de forma proposital, mas ela entende que isso demonstra a falta de capacidade dele para avaliar os riscos dos seus atos. Com expressão de quem já está cansada da situação, a mulher explicou que a edícula foi construída nos fundos da casa exatamente pelo fato de que ela não tinha mais segurança em conviver com ele sob o mesmo teto, "pois ele desaparece com tudo que tem na casa para comprar crack, além do que recolhia gente estranha". Na tentativa de ajudar o primogênito, ela já o internou cinco vezes, em clínicas situadas em Sorocaba, Piedade, Araçoiaba da Serra e Votorantim. Mas ele fugiu de todas. A mãe afirma não ter dinheiro para pagar uma clínica particular nos moldes tradicionais de tratamento, em que o paciente não fica com total liberdade. Tendo o incêndio - mesmo que ocasional - como o ponto limite, a mulher espera com esse desabafo sensibilizar o Poder Judiciário e conseguir a internação compulsória. "A droga acaba com a pessoa, e essa situação está acabando comigo, acho que estou até com depressão, vou trabalhar porque preciso, porque não tenho vontade de nada", destacou a sofrida mãe. Sorocaba Em uma reunião feita em seu gabinete em 3 de maio deste ano, o prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) anunciou a intenção de implantar na cidade o Cratod. O anúncio na ocasião foi feito para os vereadores da comissão criada na Câmara Municipal para discutir políticas públicas voltadas à prevenção e combate ao uso de drogas, Rodrigo Manga (PP), presidente da Comissão, e Saulo do Afro Art"s (PRB). A vice Edith Giorgi também participou do encontro. Localizado no bairro Bom Retiro, na capital, o Cratod é um serviço da Secretaria Estadual de Saúde que atende os dependentes químicos e seus familiares, oferecendo orientação e apoio nos aspectos sociais e jurídicos. No local, também funciona um plantão judiciário, cujo objetivo é avaliar a necessidade de internações involuntárias ou compulsórias. O programa é realizado em conjunto com o Ministério Público, Tribunal de Justiça, profissionais da saúde e da OAB. A Secretaria da Cidadania (Secid) de Sorocaba confirma que não descarta a possibilidade de instalar o Cratod na cidade. Porém, ressalta, por meio de nota, que antes disso é necessário estruturar toda a rede de proteção, atenção e cuidado ao usuário do álcool e outras drogas. Um destes dispositivos será o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas 3 (CAPS AD 24 horas), que está em processo de instalação na cidade. Outro recurso é a adesão das entidades nas modalidades do programa Recomeço -iniciativa destinada à recuperação voluntária de dependentes químicos de crack no Estado de São Paulo - que proporcionará opções para o encaminhamento dos pacientes ao CAPS AD 3 e, se for instalado em Sorocaba, também do Cratod. Em Sorocaba, como não há estrutura para internação compulsória, a orientação dada pelo presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Alexandre Oguzuku, é para que as famílias recorram à Defensoria Pùblica, que fica na rua Barão de Tatuí, 231. Notícia publicada na edição de 24/08/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 8 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h. Adriane Mendes [email protected] cruzeirodosul.inf.br/materia/496988/mae-pede-ajuda-para-internar-filho-dependente
Posted on: Sun, 01 Sep 2013 15:08:50 +0000

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