NESTE DIA DO(A) PROFESSOR(A) E DO PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO AGORA - TopicsExpress



          

NESTE DIA DO(A) PROFESSOR(A) E DO PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO AGORA SAUDOSO PADRE ERNESTO SASSIDA EM SUA POSTERIDADE, A SINCERA HOMENAGEM AO FUNDADOR DA CIDADE DOM BOSCO: O AMOR COMO SISTEMA EDUCATIVO DE PROMOÇÃO INTEGRAL Cidade Dom Bosco... Oh, berço tão querido! Aqui, na sombra deste Lar, nós viemos educar, o futuro preparar... (Estribilho do Hino da Cidade Dom Bosco, de autoria do Padre Ernesto) Além da fé inarredável –que marca o comportamento singular do jovem octogenário salesiano que decidiu fazer, há 45 anos, no coração do Pantanal, o pioneiro projeto interdisciplinar carinhosamente conhecido por Cidade Dom Bosco–, o amor como sistema educativo, inspirado no método preventivo de São João Bosco, é a razão da perenidade e da invejável resolutividade na promoção integral, quando balbuciar uma palavra como essa era motivo de deboche, ainda mais se se falasse em intersetorialidade. E o que é isso? Nada mais que aprender humildemente com a própria vida e deixar de segmentar as áreas do conhecimento, divididas a partir do século XV, com a sistematização da ciência. Assim, com a simplicidade que pauta as atitudes do emblemático Padre Ernesto Sassida – incansável fundador, idealizador e realizador deste verdadeiro megaprojeto social–, educação, assistência social, saúde, cultura, lazer, esporte e sobretudo promoção integral à infância, à adolescência e à família, não são atividades inconciliáveis, e, graças à sua santa teimosia, decidiu-se por peregrinar, ao início, pelas abastadas residências de uma Corumbá que ainda conservava o esplendor cosmopolita dos idos tempos do apogeu econômico como um dos maiores –senão o maior– entreposto comercial em águas interiores da América do Sul. Período da história que, aliás, o então jovem noviço esloveno chegou a conhecer quando acabara de chegar da Europa rumo a Cuiabá, tendo ficado impactado com o contraste visível entre os abastados da, à época, área portuária e os miseráveis do entorno. Não que em meio à sociedade de então não houvesse quem se sensibilizasse com o drama de inúmeras famílias despossuídas, literalmente marginalizadas. Em meio a intelectuais, literatos e jovens idealistas –entre os quais o irreverente poeta Lobivar de Mattos, prematuramente falecido, e os irmãos Mário e Luiz Feitosa Rodrigues, os dois fundadores de uma entidade com propósitos filantrópicos. No entanto, a sagrada teimosia que dominava o filho da longínqua Domberg –que um dia foi Itália e outro Iugoslávia, para depois se afirmar como Eslovênia–, fez com que esse jovem seminarista vindo para ser missionário nas aldeias dos povos originários do Pantanal Mato-grossense concretizasse o sonho de outro sacerdote católico –de congregação franciscana– que saíra daqui sem ter concluído sua missão: o Frei Mariano de Bagnaia, vítima da intolerância do tempo em que a intransigência do pós-guerra da Tríplice Aliança imperava, a despeito da vida que vicejava em meio à imponentemente generosa mata pantaneira. Talvez por conta dos resquícios de rudeza ainda impregnados dos tempos dos colonizadores pioneiros –à exceção de alguns generosos beneméritos corumbaenses–, a obra nascida em meio aos ex-alunos de Dom Bosco, aos fundos do hoje centenário Colégio Salesiano de Santa Teresa, em fins da década de 1950, ganhou corpo e alma graças aos voluntários daqui e da Itália e às doações dos benfeitores católicos europeus, sensibilizados pela ação missionária do ainda jovem padre salesiano, por sinal, muito convincente em suas exaustivas viagens ao Velho Continente. Afinal, se não recorresse à sua eloqüência peculiar, não teria como competir com as missões caritativas voltadas para a África e a Índia, agravadas por guerras fratricidas. Cercado de leais amigos pouco mais velhos –como o incansável João Gonçalves Miguéis–, o Padre Ernesto se valeu, em fins dos anos 1950, da experiência da Legião Mato-grossense dos Amigos da Criança (LEMAC), movido pela necessidade de empreender alguma ação concreta dirigida às famílias carentes e seus numerosos filhos. Mesmo sendo rigoroso salesiano em seus princípios, atuou com desenvoltura junto a pessoas de diferentes denominações religiosas, tendo sido pioneiro nas iniciativas de caráter ecumênico na região, ainda mais numa época em que o rigor da doutrina calava fundo em jovens com formação conservadora como ele. Não por acaso, essa capacidade de conviver com pessoas de diversas convicções e posições sociais e políticas, o tornou um hábil articulador entre as diferentes correntes de pensamento, numa época marcada pela tensão política, em pleno regime militar. A Cidade Dom Bosco, inicialmente chamada Escola Alexandre de Castro (em homenagem ao professor), nasceu num humilde cômodo do emblematicamente conhecido hoje por “Barraco de Dona Catarina”, no outrora distante bairro Cidade Jardim (atual Dom Bosco), a qual contou desde sempre com voluntários de todas as idades e origens. Mais que edificar um espaço multifuncional projetado na década de 1960 e em sua maior parte construído por voluntários italianos da Operação Mato Grosso, Padre Ernesto se empenhou na formação do caráter e da qualificação profissional de milhares de corumbaenses, ladarenses e bolivianos e paraguaios fronteiriços de várias idades e localidades. Sessenta anos atrás, num distante 17 de março de 1946, o então jovem noviço Ernesto Sassida ordenava-se sacerdote, na Igreja do Sagrado Coração, em São Paulo, para dedicar-se a sua profícua e longeva vida religiosa no coração do Pantanal, para onde aportara, ainda como seminarista, na primavera de 1935, a caminho de Cuiabá. Foi como coroou sua trajetória de pré-aspirante, iniciada em sua longínqua Domberg (ex-Itália, ex-Iugoslávia), atual Eslovênia, de onde partiu ao completar 12 anos. Se a sua primeira impressão, a bordo do Fernandes Vieira, sobre esta exuberante região do Planeta – assinalada pela injustificável pobreza de sua gente –, produzira marcas indeléveis na formação do à época religioso de aproximadamente quinze anos, o ser humano forjado na adversidade vocacional de missionário destinado a uma aldeia indígena do Norte do Mato Grosso uno temperou seu caráter para dedicar-se, uma década depois, a um projeto social ungido pelo pioneirismo ecumênico. E apesar de sua formação indisfarçavelmente conservadora, soube conviver com a diversidade política e religiosa com a desenvoltura que sempre caracterizou suas iniciativas. Não por acaso, seu primeiro empreendimento voltado para a promoção social infanto-juvenil foi ao lado do seu dileto amigo João Gonçalves Miguéis, com quem fundou a LEMAC (Legião Mato-grossense dos Amigos da Criança), em fins da década de 1950. O encontro do discípulo de Dom Bosco com o seguidor de Alan Kardec se deu por uma inexplicável necessidade de empreender uma ação concreta voltada para as famílias carentes daquela Corumbá ainda próspera e esplendorosa – até então o mais importante centro comercial e industrial do velho Mato Grosso. Da mesma forma ocorreu seu intenso relacionamento com evangélicos, espíritas, islâmicos e agnósticos, ao longo das quase cinco décadas da Cidade Dom Bosco. Sem abrir mão de seus princípios religiosos e éticos, o Padre Ernesto Sassida tem consolidado o diálogo fraternal – e sobretudo as atividades de enfrentamento à pobreza e à exclusão social – com todo o leque político-ideológico, levando consigo a palavra e a ação de um missionário incansável, obstinado em seu compromisso solitário e solidário com a população dos despossuídos nesta que é uma das mais ricas regiões da Terra. Corumbaense por opção, sacerdote por vocação, o Padre Ernesto, do alto de seus 87 anos de vida, vem dando inequívocas provas de vitalidade e determinação na consecução do projeto que é sua razão de ser. No ano em que comemora os 60 anos de vida sacerdotal, se congratula com os 45 anos da Cidade Dom Bosco e os cinco anos do CENPER (Centro Padre Ernesto de Promoção Humana e Ambiental), e traz consigo uma invejável agenda para 2006: o projeto pioneiro “À procura dos pequenos heróis”, de sua autoria, pretende ser o tão sonhado pontapé inicial das atividades da acalentada entidade criada para potencializar as ações da Cidade Dom Bosco. Sem dúvida, o obstinado realizador de sonhos generosos testemunhará o seu velho anseio de fazer com que as elites locais assumam, com dignidade e solidariedade cristã, a dívida social com as camadas populares excluídas da vida digna neste paradisíaco torrão, generosamente cravado no coração da América do Sul, do sol e do sal. Esse, sim, é o presente apropriado para quem dedica a própria vida a uma causa inesgotável. Parabéns, Padre Ernesto, pela incansável missão a que se propôs! Ahmad Schabib Hany
Posted on: Tue, 15 Oct 2013 22:31:48 +0000

Trending Topics



Mourinho: Hazard doesnt sacrifice himself 100 per cent (AFP)
OO i feel life at JFTP has been flying by too quickly these past
Chasing Christ - Part 32 What Does True Saving Grace
Rosallini Cosmetic Makeup White Facial Puff Cleaning Cotton Pads
The Good, Shepherd. Psalm 23:1 The Lord is my Shepherd, I shall

Recently Viewed Topics




© 2015