NO 1º MUNDO, CARROS ESTÃO DEIXANDO DE SER SONHO DE - TopicsExpress



          

NO 1º MUNDO, CARROS ESTÃO DEIXANDO DE SER SONHO DE CONSUMO; Montadoras como General Motors e Toyota estiveram entre as empresas com maior faturamento do planeta durante todo esse tempo. Para chegar lá, bastava seguir o caminho trilhado pelo pioneiro Ford — fabricar produtos mais bonitos, mais confortáveis, mais potentes. Mas a lógica que valeu por tanto tempo está sendo invertida. As montadoras continuam a fabricar carros cada vez melhores. A má notícia para elas é que, para boa parte dos consumidores, isso não importa mais. Os dados de venda nos países desenvolvidos são emblemáticos. Na Europa, as vendas de carros recuaram 8% em 2012 e chegaram ao pior patamar em 17 anos. No primeiro trimestre de 2013, as vendas caíram outros 10%. Os maus resultados fizeram as maiores montadoras do continente — Opel, Ford, Fiat e Peugeot — acumular 6 bilhões de dólares de prejuízo na região em 2012. Enquanto isso, nos Estados Unidos, a venda de veículos caiu 15% de 2007 a 2012 — de 16,4 milhões de carros para 13,9 milhões. Parte da má fase das montadoras tem a ver com a crise que se arrasta desde 2008. Segundo a consultoria especializada em consumo Frontier Group, o custo médio de dirigir um carro nos Estados Unidos é 8700 dólares por ano — um dinheirão em tempos de incerteza. Mas a perda de interesse pelos automóveis é um fenômeno mais social do que econômico. As novas gerações já não estão nem aí para motores, pistões e cilindros. Em 1998, 64% dos americanos de até 19 anos tinham carteira de habilitação. Em 2008, a fatia caiu para 46%. No ano passado, chegou a 28%. No Brasil, apesar de a venda de carros bater recorde atrás de recorde, os jovens também já não se entusiasmam tanto com o volante. Uma pesquisa da consultoria Box 1824, especializada em comportamento, mostra que comprar um carro é prioridade para só 3% dos jovens de 18 a 24 anos. Um conjunto de motivos explica o desinteresse dos jovens. Carros deixaram de ter o apelo que tinham porque poluem, engarrafam as cidades, custam caro — e, para uma boa parcela do público-alvo das montadoras, esses critérios importam cada vez mais. Nos países ricos e em muitas faixas sociais de países emergentes, o carro deixou de ser símbolo de status. Hoje, essa função é desempenhada por smart­phones e outros aparelhos eletrônicos. Para a indústria automotiva, o recado está dado — para vender para um público tão pouco entusiasmado por carros, será preciso mudar. A dificuldade é resumida por Sven Beiker, diretor do Centro de Pesquisas Automotivas da universidade americana Stanford. Para ele, as montadoras têm duas opções. A primeira é começar a fabricar carros menos poluentes e mais inteligentes, feitos para um público que já não tem mais interesse em dirigir. A segunda é abraçar a morte lenta. “Essa mudança na forma como os carros são vistos transformará o papel do motorista. Ele estará lá apenas para casos de emergência”, diz Beiker.
Posted on: Sun, 28 Jul 2013 13:55:44 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015