NOSSA DEDICAÇÃO: A todos aqueles que, em qualquer tempo, despojados dessa condição humana e reduzidos à situação de coisas, amargaram a infâmia de um tratamento ignóbil; a quantos, arrebatados de um lar em que se acreditavam sob a proteção da lei, viram-se transidos de pavor diante de algozes cuja brutalidade os fez descrer de estarem diante de homens e os levou a supor que enfrentavam feras; aos que tremeram ante a coação de um esbirro ou o delírio de um acusador enfurecido; aos que estremeceram diante de um juiz insensível ou cruel; aos que viram nele um acusador raivoso ao invés de um julgador sereno; aos que acreditariam enfrentar um inimigo rancoroso se alguém não lhes jurasse estarem diante de um magistrado; aos que, afligidos por tais atitudes sinistras, não ousaram levantar a vista para encarar a face iracunda e o duro olhar do julgador; aos que puderam ver-lhe no semblante hostil uma antecipada condenação; aos que morreram suplicando o reconhecimento de uma inocência desprezada. TORNAGHI. Hélio Bastos. A relação processual penal. Rio de Janeiro: Forense, 1987, p. X.
Posted on: Wed, 13 Nov 2013 09:18:27 +0000