NOSSOS ÍDOLOS AGORA SÃO DE BARRO Estão no meu repertório, na - TopicsExpress



          

NOSSOS ÍDOLOS AGORA SÃO DE BARRO Estão no meu repertório, na minha memória, na minha cultura musical as obras do elenco, mas parece que os “monstros sagrados”, os “ícones”, os nossos “eternos representantes da melhor MPB e da Tropicália” viraram ídolos de barro ao desafinar a música; quebraram suas guitarras por uma causa improvável nos tempos em que eles quebravam de verdade seus instrumentos nos palcos. Fosse um artista daquela época dos festivais impedir, digamos, o Pasquim ou a Realidade, de publicarem a biografia de um artista ou intelectual em evidência, Caetano, em alto e bom protesta, seria um dos primeiros a vociferar, do alto do palco, afinal seria coisa da ditadura e não ficaria bem na biografia de um artista tal gesto. Mas..., o tempo... ah, o tempo! Mas os tempos são outros e o passado... Ora, o que é o passado?! Não, os nossos artistas, que combateram a ditadura com suas músicas e teatro, inclusive, também mudaram. São outros, a música brasileira é outra e o negócio chama-se show business. Não duvido, com certa piedade, que diante da dimensão que essa história de censurar biografias ganhou, talvez Chico, Caetano e Gil, principalmente (não diria o Rei RC), devem estar com suas cordas e microfones de molho, fazendo suas reflexões sobre “incoerência” e, quem sabe, pensando: - Estamos ferrados perante o respeitável público, Caetano! - diria Gil. Eis um bom tema para mea culpa na forma de um belo samba de Chico, quem sabe um reggae de Gil. Enquanto isso, Veja tem razão com a capa da edição que está nas bancas. E as histórias desse comportamento incoerente, para quem passou momentos vibrantes da vida enfrentando a censura, nos faz pensar que perdemos, mesmo, nossos ídolos; que eles não são os mesmos; que saltaram do bonde da história para cair no mesmo abismo, por um viés preocupante (meio venezuelano, meio cubano, meio petista de perceber o mundo, meio impróprio diante da Constituição): Enfim, o abismo da pobreza intelectual em que mergulhou a música brasileira. A matéria de Veja termina com uma frase carregada de tristeza e certo saudosismo, tal o comportamento de Caetano, Chico, Gil (sem excluir Roberto) - dos quais todos temos gratas lembranças musicais e políticas também. Diz a revista: É difícil e doloroso caracterizar Caetano, Gil, Chico e companhia como sensores. Não combina com eles e com suas obras. Talvez essa recaída no obscurantismo seja apenas uma página infeliz da nossa história. Queiram ou não, isso já está na biografia deles, no capítulo das incoerências. Na de Roberto - que deve ter medo das mancadas (por favor, sem trocadilhos!) que já deu na ida - já está há muito tempo.
Posted on: Tue, 22 Oct 2013 03:03:50 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015