NOVA VIDA AO CENTRO DA CIDADE - Sílvia Mello* (matéria sobre a Feira de Artesanato de SR, publicada na última edição do jornal Infotur) Aos poucos, o centro da cidade de São Roque começa a ganhar nova vida. A mudança lenta é resultado da iniciativa dos próprios cidadãos, com apoio moral da prefeitura, o que já é um avanço. Nos últimos oito anos, não víamos nenhuma abertura para a iniciativa das pessoas, o centro da cidade estava feio e, o que é pior, exibia a ausência de gente nas ruas, aos domingos. Cansei de andar pelas vias do centro e ouvir turistas eventuais dizendo: “aqui é igual a tal cidade, que o centro fica vazio nos finais de semana” ou “aqui devem jogar baralho em casa, aos domingos”. Mas as pessoas estão saindo da timidez e a cidadania toma conta das praças. Para citar alguns exemplos, já vemos jovens com música e skate no Largo dos Mendes com mais assiduidade. Tivemos o Luau Cultural na Brasital, há poucas semanas, também organizado por jovens. No último domingo, a Feira de Trocas na entrada da Brasital foi um alegre momento de encontro, confraternização e cidadania, com um bom público e participação de muitas crianças. A avenida Bandeirantes já foi fechada em diversas manhãs de lazer. Mas é na Praça da República que a reabertura oficial da Feira de Artesanato, tem mostrado a cara da mudança do centro da cidade, de forma mais pontual. A feira ocorre aos sábados e domingos, das 9 às 17 horas, e atrai, a cada semana, mais pessoas. Neste último domingo de inverno, com muito sol, a praça estava alegre e mostrava famílias com crianças (e bicicletas), cachorros, idosos, namorados, casais com bebês, dando conta de que o centro da cidade pede espaços de convivência como esse aos finais de semana. E houve, ainda que de forma acanhada, a presença de grupos de turistas, levados por guias. No sábado anterior, ao lado da Feira de Artesanato, tivemos outro evento de doação de animais e muitas famílias com crianças levaram filhotinhos de cachorro para cuidar. Mais cidadania no ar, iniciativa das sociedades protetoras de animais, cada vez mais comprometidas com a causa, na cidade. A Feira de Artesanato na Praça da República não é somente um local para incentivar quem produz o artesanato na cidade, mas aponta para a necessidade de eventos e espaços de encontro como esse, na região central. Necessidade dos cidadãos e apelo da Estância Turística. Quem não gosta de visitar um lugar bonito, ter a atenção chamada para produtos artesanais e ser atraído pelo aroma dos doces e salgados, além do vinho, produto tradicional da terra, vendido em garrafas? Mas, dos visitantes da Feira de Artesanato já ouvi: “aqui poderia ter música” ou “levei meu pai com cadeira de rodas para passear e não há bancos na praça”. Até o momento, os shows musicais que aconteceram foram pagos por participantes da feira. As entidades beneficentes da cidade fizeram um acordo com os organizadores da feira para a montagem de barracas de alimentação em sistema de revezamento, mas isso não tem ocorrido. Fecho essa minha reflexão sobre o movimento no centro, sugerindo à prefeitura que forneça a estrutura básica para a Feira de Artesanato de São Roque, por meio do departamento de Cultura e Turismo. A promoção de shows com música adequada para o tipo de evento e público, seria um incentivo aos músicos locais. A instalação de uma tenda com mesinhas atrairia quem gosta de se sentar, tomar um suco, saborear um quitute da terra. Os bancos na praça são imprescindíveis para quem faz um tour pelas barracas de artesanato. Outra tenda para os artistas locais que desejassem expor suas obras, seria incentivo à arte e divulgação dos talentos da cidade. Por fim, a promoção da feira, a distribuição de folhetos para divulgação e promoção dos produtos locais, além de um impulso ao evento com turismo receptivo e direcionado seriam bem-vindos. O centro da cidade precisa desse carinho. *Sílvia Mello é jornalista, escritora e produtora cultural. Imagens: Feira de Artesanato na Praça da República - São Roque Fotos: Sílvia Mello
Posted on: Sun, 28 Jul 2013 18:06:02 +0000
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