Na Democracia Moderna se dá troféu aos derrotados “Se - TopicsExpress



          

Na Democracia Moderna se dá troféu aos derrotados “Se houvesse um povo de deuses, esse povo se governaria democraticamente,” assim se expressou Rousseau no CONTRATO SOCIAL. Mas acrescentou: governo tão perfeito não se quadra a seres humanos, de modo que jamais haverá Democracia perfeita. Duverger expressa o mesmo conceito pessimista. “Nunca se viu e nunca se verá um povo governar por si mesmo...” Somente na Grécia houve a Democracia direta, onde as decisões eram tomadas na Ágora, praça central de Atenas. Lá era possível eliminar os que queriam mandar sozinhos, com o ostracismo, o afastamento por exílio de 10 anos, assim chamado porque o voto se escrevia na casca de uma ostra. Eram tipo aqueles que erguem placas e monumentos a si mesmo, gênio de autocratas e mesmo de tiranos. As bases da Democracia grega foram: isonomia, isotimia e isagoria. Isonomia, igualdade de todos perante a lei, sem distinção de classe ou riqueza. Isotimia, abolição de títulos ou funções hereditárias. Hereditariedade também existe dentro dos partidos através do coronelismo. Parente sempre é o mais competente! Ah! Isagoria, direito da palavra igual para todos dentro das assembléias. A base fundamental da Democracia: todo direito emana do povo, e em nome do povo será exercido. Daí a prática do referendum, quando leis importantes deveriam ser submetidas à votação popular do Sim e ou do Não. Inútil enumerar suas vantagens. Contra tudo isso, não só Brasil, mas em todas as Democracias atuais, adota-se o troféu para os derrotados. Se algum expoente, partidário ou aliado é derrotado, há o troféu do prêmio com a indicação para algum outro cargo, ferindo assim a vontade popular que o excluiu. Como em todas as transições, atualmente também são contemplados os derrotados, com uma função como consolo, para não se dizer às vezes de barganha. É chocante na Democracia ver um candidato derrotado para cargo de ponta assumir uma função inferior. Muitos técnicos competentes e atuantes são sacrificados ao compadresco, ou objeto de barganha. Mesmo assim ainda é preferível a Democracia como forma de governo. Afirmação consagrada por Afonso Arinos de Mello Franco. “Disse Clemenceau que, em matéria de desonestidade, a diferença entre o regime democrático e a ditadura é a mesma da chaga que corrói as carnes por fora, e o invisível tumor que devasta os órgãos por dentro. As chagas democráticas curam-se ao sol da publicidade, com o cautério da opinião livre; ao passo que os cânceres profundos da ditadura apodrecem internamente o corpo social.” Portanto ainda continua: troféus para os derrotados, rejeitados pelo voto popular. E viva a Democracia nacional! Rousseau, Hegel, Nietzsche e outros dizem : verdadeiramente livre foi o homem grego e não o homem moderno, o homem das praças atenienses e não o homem da sociedade ocidental de nossos dias. Norival Vieira da Silva
Posted on: Sat, 15 Jun 2013 13:43:57 +0000

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