Na história de São Luís, que hoje completa 401 anos desde a sua - TopicsExpress



          

Na história de São Luís, que hoje completa 401 anos desde a sua fundação pelos franceses. “Existem três regras para escrever uma história. Infelizmente ninguém sabe quais são elas.” Somerset Maugham (1874-1965), escritor inglês. Todo mundo já sabe, mas vale a pena recapitular a história. O Brasil foi descoberto em 1500 e seu território distribuído a fidalgos, distribuição mantida, por analogia, a seus sucessores em um sistema feudal, a partir de 1532. O litoral do país, alvo constante da pirataria especialmente francesa –Jacques Riffaut, em 1594- ressaltava a inexistência de alguma defesa capaz de manter “os direitos da Coroa lusitana sobre o Brasil”. A Capitania Hereditária do Maranhão, concedida a João de Barros e Fernão Álvares de Andrade, como as demais, enfrentou dificuldades ante a distância da Metrópole, problemas de limites, administração e outros pontos de discórdia entre os próprios donatários. Assim, apenas prosperaram as capitanias de São Vicente, doada a Martim Afonso de Sousa, e Pernambuco, a Duarte Coelho Pereira. Por que dúvidas sobre os verdadeiros fundadores de São Luís, se foram franceses, que pirateavam a costa brasileira desde antes, ou portugueses, já estabelecidos em nosso território, mas interessados em outras paragens, por quê? Porque as evidências da fundação não foram suficientes à outorga desse laurel, argumentam alguns aplicados pesquisadores. A verdade, porém, é que pouca gente compreende bem o porquê dessas dúvidas. É certo que os franceses permaneceram pouco tempo em terras maranhenses depois da fundação, de 1612 a 1615, ao todo cerca de três anos e meio; durante esse tempo, entretanto, implementaram várias ações à concretização da sua conquista. Jacques Riffaut, que chegara em 1594, retornou a França e tentou obter de Henrique IV proteção e apoio à posse da Ilha, o que determinou a missão chefiada pelo Senhor de La Ravardière, em 1612; ele mesmo também retornou a França e tentou viabilizar recursos, contudo circunstâncias adversas acontecidas e ainda repercutindo entre os franceses descontinuaram o seu trabalho. Poderia ter sido diferente, se essa ajuda tivesse chegado a tempo? Na página da Wikipédia, a enciclopédia livre, pode-se ler: “São Luís é a única cidade brasileira fundada pelos franceses, no dia 8 de setembro de 1612, que terminou por ser colonizada por portugueses”. Todos sabem que Daniel de La Touche, vindo de Cancale e Saint-Malo, em companhia de 500 homens, chegou para fundar a Franca Equinocial; uma missa rezada por capuchinchos e a construção de um forte denominado Saint Louis, em homenagem a Luís XIII, o rei francês da época, concretizou a fundação. Ilustres historiadores maranhenses do século passado pronunciaram-se a respeito da fundação de São Luís, em obras reeditadas pela Academia Maranhense de Letras, em 2008, por ocasião das comemorações do centenário da Casa de Antônio Lobo. Essas obras, ricas em pesquisa bibliográfica, são muito esclarecedoras. Em seu livro História do Maranhão (página 92), Barbosa de Godóis diz textualmente: “Enquanto os portugueses tentavam sem resultado estender a colonização ao Maranhão, os franceses, que tinham sido sucessivamente repelidos de vários pontos do litoral do sul e norte, neles se estabeleciam com fortes elementos que lhe auguravam uma posse longa e definitiva”. E em “Fundação do Maranhão” (páginas 54 e 99), Ribeiro do Amaral diz: “[...] plantar e arvorar em triunfo o estandarte da Santa Cruz [...], mas ainda em memória eterna do fim por que tomavam eles (os franceses) posse de sua terra [...]”. Claude d´Abbeville em “Histoire de la mission des pères capucins em l´Isle de Maragnan [...]” e Yves d´Évreux em “Voyage dans le nord du Brésil fait durant les années [...]” foram os cronistas pioneiros da Cidade, testemunhando o cotidiano dos seus primórdios. Afinal, qual a importância do que aconteceu primeiro, para oficializar a fundação de São Luís: a construção do Forte em homenagem a Luís XIII, a celebração da Missa Solene em louvor à Virgem Maria ou o Planejamento arquitetônico da cidade? Cada um no seu devido tempo, atos de posse e de religiosidade, todos foram importantes e fundamentais.
Posted on: Sun, 08 Sep 2013 13:35:35 +0000

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