Na hora em que órion ruge alta no céu, me apresento à pagina e - TopicsExpress



          

Na hora em que órion ruge alta no céu, me apresento à pagina e posto um estilo não comum meu como assinatura variável para nos lembrar que as palavras mais bem escolhidas ainda são volúveis e voláteis: se esvoaçam à medida que evoluímos ou escolhemos retroceder. Assim, que longas palavras sejam ditas: Eu deito querendo dormir, mas o sono sempre me deixa nos braços do meu lençol. Mesmo assim eu sonho e sonho, acordado com um painel em branco e uma lâmpada no centro; uma tela para um pintor criativo o suficiente durante toda uma madrugada. Às vezes eu durmo, pensando se eu vou acordar. Com o calor dos dias de verão eu costumo me despir de maldades e penso logo na ingenuidade daquele teto que me olha. Posso ver cada palavra que balbucio se formar e desaparecer lentamente com cada suspiro angustiado do sono que me abandona e não volta. Não volta. Às vezes eu acordo querendo dormir; sonolento e lento, faço um muxoxo para o teto que me recebe de volta a esse mundo e sempre fecho os olhos sob a luz que escapa pela cortina escura. Ainda que seja um dia nublado. Me pego querendo dormir, mas já não lembro que acordei e duvido se realmente dormi. Às vezes eu durmo querendo não acordar. Dia após dia eu conto os minutos que não demoram para virar segundos e cada respiração é uma eternidade. O Sol nasce e se eleva, de quando em quando até consigo ver a Lua, todo momento de sossego é raro e vale mais que ouro. No meu estágio, aliás, ouro não vale muito. Não muito como alguns preciosos minutos. As vezes que consigo dormir, faz meu objeto perder o acento de tão profundo torpor ligado por tão fino fio que me prende e separa dessa realidade. Vida e morte ao mesmo tempo, num fiel abraço e na confiança que serão amantes até o tempo certo de eu voltar, às vezes eu queria não voltar, e meu acento grave volta. Às vezes eu acordo, pensando que dormi e eu ainda estou no ônibus, parado em uma estrada com o Sol nascendo e as pessoas pensando nas suas vidas nem se incomodam com meu susto. Sou só um adolescente pegando no sono no seu trajeto matinal. Mas eles não vêem o que eu vejo e não sentem o que eu sinto, eles não são eu. As vezes que me perco no caminho de pouca estrada do meu pensamento de ser vivo e viver, ficam nas perguntas que faltam resposta como aquelas que o espelho nunca responde. Até nesses dias eu sento atrás de um parenteses para esconder a faltar de palavras novas, tentando explicar o óbvio. Todo dia ainda é dia enquanto o Sol não se pôs e nenhuma noite deixa de ser noite por que a Lua não está lá, e eu ainda tento encaixar meu tempo no sentimento de que nenhum ciclo é tão regular que eu possa acomodar meu pensamento de momento de que os olhos estão prestes para abrir e eu vou acordar. Dragões da Meia noite, escritor de Segunda.
Posted on: Fri, 20 Sep 2013 03:31:19 +0000

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