Na semana passada, postei algo sobre os demônios maniqueu, agostiniano e Decartesiano, e mencionei ainda a posição de Wiener sobre uma espécie de demônio maniqueu na construção de suas máquinas. Ludwig Von Bartalanfy, tem um trabalho interessante sobre as teoria da informação, vem como Norbert Wiener em seu livro editado pela Pensamento Cibernética e Sociedade. Comecei a reler algumas obras clássicas que tenho aqui em meu acervo, inclusive as citada acima, e a de Karl R. Popper, me chama a atenção para estas coisas, isso depois de mais de dez anos que a li, Conjecturas e refutações. Faço a priori menção da páginas 36 item VI; 37 item VII; 38, onde nestas páginas e itens o senhor Popper faz uma citação da questão das teorias da conspiração, onde ele faz afirmações claras sobre as filosofias de Descartes, Kant, e começa fazendo uma abordagem das filosofias britânicas e das escolas continentais. Mas o que me chama a atenção, e quero propor aos meus amigos postulantes, seminaristas, ou a quem possa interessar, é a questão da aplicação da palavra Diké palavra esta usada por Paulo em sua epístola aos Romanos 5. Leiamos o texto, onde resumo e faço a interpretação por ser muito extenso, onde ao encerrar, formulo a questão para vocês!. SIC!. Ao examinarmos a epistemologia otimista inerente a certas idéias liberais, descobre-se um certo número de doutrinas, que embora implicitamente aceitas, pelo que sabemos não tem sido explicitamente discutidas ou mesmo percebidas pelos filósofos e historiadores. Uma das mais importantes é a que afirma que a VERDADE É EVIDENTE. A teoria da conspiração, uma curiosa ramificação é muito estranha. Por doutrina da VERDADE EVIDENTE se referia Popper à uma visão otimista de que a VERDADE é sempre reconhecível quando colocada diante de nós. Se ela não se revelar por si só, precisará apenas ser desvelada ou descoberta. Depois disso não haverá mais necessidade de argumentos adicionais, pois recebemos olhos para a verdade, e a LUZ NATRUAL DA RAZÃO para podermos enxerga-la. Doutrina como esta representam o âmago dos ensinos de Descartes, Bacon. Descartes baseara sua epistemologia otimista por sinal na importante VERACITAS DEI, onde afirmava que aquilo que distinguimos claramente como sendo verdade SERÁ de fato VERDADEIRO, caso contrário, DEUS nos estaria nos ENGANANDO. Pelo sistema Cartesiano, logo a verdade de Deus FORÇOSAMENTE torna a verdade EVIDENTE. (Tese do Cogito). Mas em Bacon, da mesma forma encontramos ideia semelhante, que pode ser descrita como a doutrina da VERITAS NATURAE (A autenticidade da natureza). A natureza é um livro aberto, e quem o ler com MENTE PURA, não a interpretará de modo errado. O fato, é que pelas duas vertentes acima, pelos dois enunciados acima, suscita-nos o dever de EXPLICARMOS sua FALSIDADE, pois o conhecimento, ou a posse da verdade, não necessita de fato, ser explicado; todavia, como podemos incorrer em erros, se a verdade é evidente?. Cabe a seguinte resposta: Incorremos em erro devido ao fato de que optamos pela recusa pecaminosa de enxergar a verdade evidente. Isso tem gerado os maiores fanatismos, seja no campo da política, da religião e da ciência. Mas por que isso se dá desta forma?. Bem, um dos motivos, explica Popper, é que nossas mentes, abrigam pré conceitos inculcados pela educação, tradição e outras influências maléficas que nos invadem; aliás, Hume, trata das questões dos costumes e de outros pontos, quando aborda esta questão. Podemos também colocar a questão da ignorância (aliás, esta é a questão da discussão em conjecturas e refutações), pois esta, pode resultar em ação de forças para nos manter ignorantes. Partindo esta vertente, é fácil observarmos espaço para as teorias da conspiração, ou conspirações, uma visão otimista quando se nega que a verdade se mostra de forma tão evidente a nós. Mas entendamos, sobre a questão da Dike e seu uso. Como e por que Paulo o apóstolo, no mundo Romano, usa de uma palavra como Diké que no contexto aqui, no grego pré-socrático tem um conceito diferente por ele dado em Romanos, que é entendido pelos exegetas como um conceito Forense?. Como pode uma palavra sofrer uma dura modificação em sua forma pristina, que estava ligada as Musas? Por que Paulo a teria emprestado da cultura pré-socrática, e platônica posteriormente?. Platão tem um papel importante nesta questão das musas. Observemos... . A doutrina da VERACITAS DEI, afirma que a intuição intelectual de Descartes, que afirma que a intuição intelectual não nos ilude porque Deus é autentico e também não nos engana; em outras palavras, nosso intelecto é uma fonte de conhecimento porque Deus também o é. Doutrinas como essa, pode ser lida nas teogônias de Hesíodo e nas poesias de Homero. Os filósofos como Heráclito e Parmênides pensavam da mesma forma. Heráclito aparentemente considera-se um profeta, que falava palavras delirantes, possuído pelo seu deus, no caso Zeus, fonte de toda a sabedoria (Diels Kranz - Meu Acervo). Parmênides pode ser considerado o elo de ligação entre Homero e Hesíodo de um lado e Descartes do outro lado. Sua estrela guia era a DEUSA DIKÉ, a mesma palavra usada por Paulo o apostolo em sentido forense, para designar a condição de liberdade dos pecados, cujos escrito de divida foi rasgado. Como e por que a jurisprudência Romana e depois Paulo se apoderou dela, de uma palavra atribuída a uma divindade grega, pré-socrática que por exemplo, no pensamentos Hesiódico se manifestava de modo teogônico e trouxe para as páginas de sua epístola, a principal por sinal?. Parmênides, afirmava que a DIVINA GUARDIÃ DA VERDADE, que para distinguir a VERDADE da FALSIDADE, deve se recorrer ao INTELECTO, excluindo totalmente a visão, a audição e o palato. Como pode se dar a verdade em mitigando estes canais de comunicação?. Esta era a controvérsia entre a escola intelectualista de cunho continental e a empirista inglesa; porém, o que tem em haver a DIKÉ grega pré-socrática com a DIKÉ romana e posteriormente a Paulina?
Posted on: Sun, 01 Dec 2013 22:44:48 +0000
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