Na verdade, o que pedimos do Brasil é um pouco de dignidade, de vida decente e do avanço que séculos de história proporcionaram à humanidade. Mas estamos tão acostumados com a fossa, que se queremos um pouco mais somos gananciosos, cegos capitalistas, apegados demais às "coisas do plano material". Aqui, não devemos julgar perguntas como "que valor dar ao trabalho duro, se ele não tem retorno?" ou "que valor dar ao estudo, se todo o dinheiro empregado não tem volta?" Discursos bonitos enaltecem, mas realidade é suja. A merda vem de cima pra baixo, como chuva de bosta. Não é só saúde, mas é uma vida saudável. Não é só bom transporte, mas a possibilidade de ter um bom carro e uma estrada que possa ser chamada disso. Nossa nação está dando um walkman que nunca acaba e estamos aplaudindo de pé - porque não temos lugar para sentar, então nos é dito para "ficarmos de pé e nos exercitarmos". Aqui vira crime desejar um pouco mais, e dependendo do caso se você quiser mais vai ter que virar criminoso. E no fim, esse pouco mais geralmente é quase nada, valorizado apenas por uma etiqueta estupidamente cara e irreal. Você sabe o hino nacional, mas o Brasil não quer saber da sua história. Você, amigão, ama o Brasil - mas tá na friend zone e seu amor só serve para alimentar a ilusão de que isso aqui presta. Não sei a formula da felicidade, mas ela me soa como o seguinte modelo de igualdade, valendo para qualquer coisa na vida como relacionamentos ou profissão: você tem de volta na equivalência do que dá.
Posted on: Tue, 16 Jul 2013 19:44:35 +0000
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