Nesta madrugada tranquilo estou. Em vez de ir dormir, resolvi deitar-me no sofá e escutar músicas, músicas que me acalmam mais do que qualquer outra coisa neste momento. Garoa lá fora, venta um pouco, e eu aqui, escutando música e me sentindo tão calmo... Estou passando por um estranho momento na vida, momento em que não sei exatamente o que quero. Momento estranho porque não consigo contabilizar meus fracassos, minhas conquistas e meus objetivos. Aliás, é como se não houvesse objetivo para nenhum minuto a mais a frente, é como se todas as minhas experiências de vida tivessem ficado pra trás e eu, neste exato momento, fosse apenas um ser em plenitude alcançada, sem passado, sem futuro. Não me sinto bem, não me sinto mal. Não estou alegre, triste tampouco estou. Estou calmo, tranquilo, e gostaria que assim fosse até... fosse até... Não há até... rsrs. Sei que daqui a pouco me virá o sono e eu dormirei por algumas horas, depois acordarei com meus problemas para resolver, minhas dificuldades para administrar, meus medos para dosar, minha paciência treinar... Acordarei para voltar a encarar de frente isso que se chama realidade de vida. E esse mundo, tão cheio de conflitos... Essa sociedade capitalista tão cheia de desigualdades e hipocrisia... Essa falta de consciência e criticidade... Essa separação que existe entre as pessoas por causa de religião, de classe social, de gentílicos... Esse maldito pensamento de nacionalismo que criou e ainda cria radicais preconceituosos... Sinto-me por esses dias tão vulnerável, tão em situação de estranhamento... O que seria de mim se não fossem elas... Elas, as pessoas que me respeitam e me escutam nos momentos de crise... Como as palavras são atrozes, não possibilitam que a gente expresse a força de sentimentos que nos toma quando estamos em estado de introspecção sublime, como me sinto agora. Esse momento, essas palavras de agora, a melodia das canções com ouço acompanhadas da voz dos cantantes... Essa tranquilidade de agora, a paz desse silêncio, a vontade de ficar aqui, deitado e em paz, sem nada que me tire esse sossego deste momento... Como o devenir é um fato, não há garantias de estabilidade para nenhum de nós e para nada. Dizem que nem o fim da vida é um fim, pois há vida após a morte. Dizem que silêncio, músicas e olhares conseguem expressar o inexprimível... Dizem que o ser humano se perde em suas ações por ter perdido, com o passar do tempo, a capacidade de reconhecer-se como animal, como parte do que é natural por excelência... Essa tranquilidade de agora em mim é tão legítima e tão... Tão... Tranquila... Quero ela para sempre comigo, mas tê-la assim é utopia, é um sonho idealizado, não é real. Por cerca dos meus devaneios da madrugada, um mundo está, um mundo cheio de desigualdade, cheio de ignorância e inconsciência, um mundo "civilizado", um mundo estranho no qual eu por muitas vezes não quis estar, no qual porém estou e não tenho o mínimo interesse de deixar de estar, afinal, nele já estou... rsrs. Que confusão! rs Pra que tantas e tantas palavras pra dizer, não sem pra quem e não sei pra que, que... Não há nada a dizer neste momento. rsrs São apenas devaneios, ideias que vão e vêm a todo momento. Ou melhor, há algo sim a dizer: saúde, paz e respeito mútuo nessa sociedade doente é o que eu preciso ter certeza que pode existir. Saúde, paz, respeito... Se alguém leu isso até aqui, ignore a leitura feita. Foi só uma escrita feita em um tempo que passou... E assim foi. Nada é eterno. Tudo passa, tudo. :)
Posted on: Sat, 22 Jun 2013 08:16:37 +0000