No começo das manifestações fui um, entre muitos, que se assustou com o nacionalismo e o uso do símbolos nacionais em protestos e momentos de tensão nas manifestações. Era natural esta reação, o nacionalismo e os símbolos da pátria nunca foram propriamente do povo, mas feitos para conformar e controlar um povo, fundar uma nação. Mas creio que estas manifestações, com suas matizes a esquerda ou a direita, nos apresentaram uma nova lógica. Uma forte e vigorosa apropriação dos símbolos da pátria e do nacionalismo pelo povo, não como sinônimo de ufanismo barato e sectarismos de classe e raça - perceptíveis, mas minoritários - mas estes foram sim, tomados como se o povo na rua disse: "quem manda neste lugar sou EU!". Difícil falar de uma mudança que sendo forte é ao mesmo tempo sutil e tão próxima no tempo. Mas devemos considerar existir uma enorme diferença do clima da década de 1990 em que o povo, se não apoiava, ao menos era indiferente ao desmonte do estado e da nação. Agora o clima da segunda década do século XXI, é a vontade de revitalizar a nação, por o povo em lugar central e o Estado como seu mais leal servo. Reivindicar símbolos nacionais não deve mais assustar, mas nos informar e contagiar do desejo de dizer aos poderosos, a classe política, e os realmente poderosos, as elites econômicas, que é chegado o tempo de radicalizar na democracia e na justiça social, pois se não, irão anéis e principalmente dedos.
Posted on: Sat, 13 Jul 2013 22:27:52 +0000
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