Nos últimos meses, comecei a encontrar os caminhos da felicidade, - TopicsExpress



          

Nos últimos meses, comecei a encontrar os caminhos da felicidade, percebendo-a como algo possível, quase palpável, que está em mim, e não nos outros. Não sei o que futuro me reserva, nem posso dizer que os meus caminhos serão de rosas, porque até elas escondem espinhos. Mas posso afirmar, com a convicção dos que se viram no espelho da alma, que estou mais preparado para mudar o meu destino, sem renunciar ao que sou. Nesse novo ciclo de vida, desejo mais alegrias e menos tristezas, somar menos e dividir mais, compartilhar caminhos, e não muros! A vida é muito breve para ser medíocre! É apenas um instante entre o nascimento e a morte, permeado por pequenas pausas para a reflexão, os momentos do isotônico, aqueles instantes em que caímos no poço, que servem para recompor a energia vital, combustível para novos caminhos em torno do sol. Só me resta assumir o passado, com todas as angústias e alegrias, para construir um futuro mais solidário e menos egoísta. Fui feliz? Essa não é a pergunta que me preocupa no momento! Prefiro indagar, diante do espelho: os que cruzaram os meus caminhos, receberam a melhor porção do meu ser? Poderia ter agido melhor ou, pelo menos, poderia ter pensado mais em “nós” do que em “mim”? Estou desperdiçando o meu tempo em coisas fúteis e transitórias, que mascaram o que sou de verdade, ou estou construindo pontes mais perenes entre o meu mundo interior e as conexões que criei com o mundo exterior? As boas e más escolhas fazem parte do processo da vida, moldando o que sou agora, depois de tantos anos de caminhada. A dor intensa que tenho sentido, não no corpo, mas no coração, me fez ver que a minha vida, apesar dos desgostos que tenho passado, profundos e dolorosos, deve ter sido útil para muita gente. Não sei dizer como estariam os que trilharam ao meu lado, nem os que simplesmente cruzaram os caminhos da minha existência, se eu não houvesse nascido naquele dia 18 de março de um ano já perdido no tempo. . . Prefiro imaginar que alterei o curso de muitas vidas, seja no trabalho, seja nas relações familiares, trazendo o exemplo de retidão que sempre me acompanhou. Não digo que o mundo seria pior sem a minha existência, mas não seria igual para os que compartilharam os meus caminhos. Também não digo que seria melhor, apenas diferente, talvez. Posso dizer que toquei muitas vidas, quase sempre para o bem, embora tenha deixado pelo caminho algumas pessoas, que vivem no meu coração, e nos sonhos que nunca haverei de realizar. Os últimos meses, além da passagem do tempo, significaram mais maturidade para mim, enfim, a conquista daquele saber feito só d’experiências. Agora, um pouco mais sábio, consigo viver em paz com o que não posso modificar e reconhecer, enfim, que a vida deve ser vivida com prazer, aproveitando-se cada momento como se fosse o último, sem ter a veleidade insensata de mudar o mundo. Se me derem o supérfluo, dispenso alegremente o essencial Embora não possa comprovar a sua autoria, dizem que essa frase é de Oscar Wilde. O certo, porém, é que estou cansado das coisas essenciais e importantes. Queria gastar meu tempo na superfluidade das coisas passageiras, que me alegram a cada instante, levando-me à alegria seguinte, e assim sucessivamente, até o suspiro final do meu corpo. . . Acho que a maturidade, ao invés de me trazer a seriedade carrancuda dos intelectuais, insiste em revelar o hedonista que se escondia no meu peito. Quero namorar silêncios em noites de lua cheia, na doce companhia das flores, testemunhas caladas da minha ascese monástica. Depois, quem sabe, poderei quebrar o silêncio com as Quatro Estações de Vivaldi, ao som de violinos tranquilos e serenos. . . Melhor do que lidar com as coisas essenciais da vida! A cada dia mais próximo do fim, não posso fechar os olhos à finitude da vida! Por isso, desejo um pouco de felicidade, porque ninguém é tão insignificante que não possa compartilhar a alegria de viver com as pessoas que o amam de verdade. . . Como dizia John Barrymore, que sempre gosto de lembrar, “o homem começa a envelhecer quando as lamentações começam a tomar o lugar dos sonhos.” Mas as esperanças se renovam todos os dias da nossa existência, quando podemos testemunhar, em cada pôr do sol, que completamos mais um ciclo nos mistérios do universo., fazendo sempre o bem, mesmo de coração partido! Rio Branco, 26 de outubro de 2013. Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho escrevinhador sem folhas.
Posted on: Sat, 26 Oct 2013 17:04:57 +0000

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