#Nota anti-capitalismo e posicionamento do Okupa Posted: October - TopicsExpress



          

#Nota anti-capitalismo e posicionamento do Okupa Posted: October 31, 2013 in Notas, OkupaCMN, Texto 0 Com a articulação da luta popular anticapitalista na cidade, potencializada pelas ações de Maio/2013 – que tiveram como estopim o combate ao aumento das passagens nos transportes – e culminando com as jornadas de Junho, revelou-se a total insatisfação popular para com o atual modelo de transporte – dito público -, no Brasil, bem como o questionamento radical às estruturas tradicionais ditas representativas: partidos, entidades estudantis e sindicatos pelegos que mostraram servir apenas como correia de transmissão e manutenção da ordem dominante burguesa que explora, oprime e sufoca os verdadeiros anseios populares através das câmaras, prefeituras, assembleias, governos, poderes judiciários, econômicos, midiáticos e do braço armado do Estado: a polícia que, no dia 15 de maio, realizou um verdadeiro ataque às possibilidades de articulação democráticas em nossa cidade, utilizando bombas, balas de borracha, armas de choque e repressão psicológica contra os manifestantes, tudo em nome destes que mantém a ordem capitalista, revelando a verdadeira face dessa democracia “representativa”. Assim ressurge o movimento #RevoltaDoBusão. Mediante esta situação imposta pela pressão popular, os partidos e organizações centralistas equivocados da cidade foram obrigados a rever suas práticas – com o risco de serem excluídas do processo histórico das lutas populares –, unindo-se a um grande fórum de cunho verdadeiramente democrático, horizontal, autônomo, independente e apartidário, onde as pessoas tinham a real possibilidade de participação direta nas decisões políticas e no processo de transformação social, estando sem líderes, hierarquias ou qualquer tipo de relações de dominação ideológica. O movimento garantiu não só a redução das tarifas na capital, mas também mostrou a dificuldade que o poder público e suas instituições ditas “representativas” têm em ouvir e acatar os verdadeiros anseios populares urgidos das ruas. A primeira demonstração clara dessa dificuldade se deu no esvaziamento político desse fórum, onde partidos ditos de esquerda como PT, PCdoB/UJS/UNE/UBES, PSTU/ANEL tentaram, sem êxito, controlar e direcionar a luta das ruas para seus “redutos” políticos em nome de filiações e da sua dita “representatividade”, negando, assim, toda e qualquer tipo de construção política coletiva na qual eles não sejam os donos da verdade. A segunda demonstração se deu na captura da pressão popular com a proposição de um projeto de lei dxs vereadores do PSTU e PSOL, que, segundo os mesmos, visava à garantia do passe livre irrestrito para estudantes e desempregadxs, mas que, na verdade, tinha como pano de fundo a capitulação de votos para alimentar seus mandatos e siglas – mesmo quando o fórum amplo da #RevoltaDoBusão havia deliberado a construção de um projeto de lei de iniciativa popular, pois esse traria a responsabilidade do povo para instituir seus próprios anseios, destruindo a lógica da representatividade, impedindo que parlamentares viessem a se projetar sob a luta popular. A maior prova disso foi a verdadeira negociata que se deu entre esses mandatos e vereadorxs reacionárixs, onde, em uma mesa obscura e mal explicada, retiraram xs desempregadxs do projeto, com a promessa da aprovação, na íntegra, do “novo” projeto – o qual só agregaria os estudantes e que não se concretizou. Esse esvaziamento político do movimento nos mostrou a falta de interesse dessas instituições – ditas “representativas” – em construir verdadeiramente uma unidade popular anticapitalista que respeitasse os princípios da horizontalidade, autonomia, independência e apartidarismo, revelando a verdadeira face desses movimentos aparelhistas e “vanguardistas”, que querem, a todo custo, impor seus ideários reacionários às lutas verdadeiramente populares, colocando sua “representatividade” como única forma de organização capaz de “concretizar” as conquistas – o que também se mostrou ineficaz. Mais uma vez, acreditando na possibilidade de construção de um movimento verdadeiramente democrático e que venha garantir a livre associação popular na luta por mudanças, houve a ocupação da Câmara Municipal de Natal – CMN -, o #OkupaCâmara, onde se reestabeleceu a ampla luta anticapitalista de forma horizontal, autônoma, independente, apartidária e autogestionada, observando que a luta pelo passe livre estudantil – que antes fora aparelhada pelos partidos ditos “representativos” – deveria ser apropriada por toda a população, entendendo que ela é fruto das revoltas populares, e que, por isso, deve servir de alimento para fortalecer a luta, com a perspectiva de uma organização sem nenhum tipo de hierarquia e livre dos conchavos burocráticos que emanam dentro das instituições ditas “representativas” – que, a todo momento, tentam usar as demandas populares como meios de auto promoção, visando o ingresso na ordem burguesa, ou seja, o poder. Nesse momento, repete-se a pelegagem dos centralistas antidemocráticos que buscam destruir a autonomia e a livre associação popular na luta por mudanças para submeter o movimento #OkupaCâmara a uma dominação ideológica, centralista, fascista e burocrática – novamente em troca de seus interesses obscuros. Mais uma vez não deu certo. O PSTU/ANEL, PSOL e Levante Popular da Juventude se retiraram do acampamento, alegando que a “maioria”, ou seja, eles, decidiram de forma “democrática” a saída do acampamento e que, por isso, todxs teriam que seguir. Entretanto, os manifestantes, acreditando em uma livre organização onde todxs podem participar diretamente das decisões políticas sem precisar de intermediários, permaneceram durante 10 dias acampados na entrada principal da CMN, organizando diversos debates e ações lúdicas, interagindo de forma livre e direta com moradores de rua, trabalhadorxs (como garis e flanelinhas), estudantes e toda a vizinhança, contando, inclusive, com o apoio popular de diversos setores que lá compareceram para prestar solidariedade e construir a luta. A mesa diretora da CMN, ao mentir que a okupação estaria obstruindo a entrada da câmara, revelou sua natureza fascista assim como seus legitimadores (a mídia hegemônica, o judiciário e a polícia), materializando-se na tentativa de criminalizar equivocadamente o Movimento Passe Livre e colocando-o como bode expiatório responsável pela okupação autônoma popular. Diante de todo esse processo, deu-se uma intensa articulação – tanto política quanto jurídica – visando o fortalecimento da sinergia política anticapitalista que brotava na okupação. Após 10 dias de okupação, florescendo discussões, críticas, ações, arte, politização, sabotando e pressionando o Estado para se atentar às vozes insurgentes das ruas, a okupação deixou o espaço físico da CMN por entender que não é ali onde seus esforços devem ser empregados, e sim nas ruas, nos bairros, nas comunidades, nas escolas, pois ficaram claros os limites impostos por essa dita democracia e a necessidade do povo de se auto-organizar para conquistar seus direitos e deveres. Em uma ação extremamente inteligente e perspicaz, a ação policial – sedenta por sangue justo e estimulada pela mídia e vereadores – foi completamente fracassada; os mais de 100 policiais, contando com a cavalaria, o CHOQUE, a ROCAM, municipal, ambiental, militar e o “escambau”, encontraram apenas um espaço vazio – sem corpos a serem violados pelos aparatos do estado – e o lixo a mídia apresentou como se os okupantes estivessem comendo lagostas e bebendo vinhos caros, mas, com certeza, a mensagem mais impactante, além das denúncias no asfalto, foi: AMANHÃ VAI SER MAIOR! Logo após a desocupação, a mensagem foi lançada na realização de um ato convocado pelo Movimento Passe Livre, em todo o Brasil, em alusão à semana nacional de luta pelo transporte público e por uma vida sem catracas. Centenas de pessoas compareceram ao chamado, inclusive o coletivo do okupa, revelando disposição da juventude à construção política e sendo expresso o apoio popular através de aplausos na CIENTEC, aplausos que permaneceram até mesmo para a ação direta dos adeptos da ação BLACK BLOC ao carro de transmissão da rede esgoto de alienação, quando se entoaram gritos: Mídia Fascista, sensacionalista! Logo em seguida, a ordem burguesa tratou de buscar atacar imediatamente com força policial ostensiva; os manifestantes que participavam de forma autônoma e horizontal desse ato – onde foi exposta a problemática e de forma madura – decidiram encerrar o ato comemorando na CIENTEC, entoando grito, participando de forma lúdica com as apresentações e e planejando os rumos da luta. O Movimento Passe Livre têm revelado disposição de diálogo para com todos os setores que estão somando nas manifestações e fortificando a luta anticapitalista popular na cidade, diferente de alguns setores que se colocam como donos da razão, abandonando a luta e contribuindo com a criminalização da mesma – reunindo-se em seus “redutos” políticos, em vez da construção nas ruas. O Movimento Passe Livre, os indivíduos que participaram do okupa, bem como os adeptos da tática antiautoritária – Black Bloc – que praticaram a ação direta contra a rede esgoto de alienação, estão sendo criminalizados pela Ordem Burguesa, mas nesse caso em específico, o que chamou mais a atenção foi a defesa RADICAL da vereadora Amanda Gurgel – PSTU/ANEL – a respeito deste veiculo de alienação quando, no blog oficial do seu mandato, postou uma na nota na qual (1) criminalizou os membros do okupa, chamando-os de “vândalos pichadores”, (2) atribuiu ao movimento social MPL-Natal a liderança na okupação e as responsabilidades pelo ataque direto à mídia fascista – que ocorreu na CIENTEC – chamando-os, inclusive, de MPL|BlackBloc e, assim, demonstrando ignorância sobre o processo político construído na cidade, sem distinguir a diferença entre os movimentos sociais e a tática de ação direta dos adeptos do BlackBloc, (3) afirma repudiar esses coletivos, bem como, que esses esvaziam a luta, ficando claro que o fato da mesma ter tido sua campanha fomentada após a participação em um dos programas dessa mídia, onde, após se apropriar da lutas dos trabalhadores em educação para simples auto publicidade, foi eleita, mostrando que o custo dessa “participação” no Domingão da Alienação, custou muito caro para seu mandato e partido. É importante deixar claro que a relação observada entre xs diversxs coletivos e indivíduos que participaram do ato do dia 25 de Outubro desencadeou a possibilidade de dialogo – inclusive com os BlackBlocs – através do qual foi possível entender que não se deve criminalizar os adeptos dessa tática de ação direta. Iremos construir a pluralidade entre aqueles que almejam construir a luta anticapitalista, pois entendemos que os mesmos têm severas críticas às diversas formas de organização existentes, inclusive ao próprio okupa, aos partidos e movimentos sociais como o MPL. Mas não é por isso que a possibilidade de construção coletiva deve ser impossibilitada, pois estamos todxs juntxs lutando por uma vida sem catracas! Por tudo isso, nós que construímos a okupação na CMN de forma horizontal, democrática, apartidária e livre, acreditamos que a luta por uma vida sem nenhuma restrição ou qualquer espécie de liderança é muito maior que qualquer partido ou sigla, e que a mesma se concretizará nas ruas, com todxs juntxs, pressionando pelas reais mudanças que nossa cidade precisa e denunciando sempre os partidos direitistas, sindicatos pelegos, mídia hegemônica, enfim, toda a burguesia e sua estrutura – seja ela a dita “democracia” representativa, até mesmo ao próprio capital. LUTAR, CRIAR, PODER POPULAR! +infs sobre a okupa resistenciadobusao.wordpress/
Posted on: Thu, 31 Oct 2013 18:50:12 +0000

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