Nova noite de protestos. Noite curta que pareceu longa. Noite - TopicsExpress



          

Nova noite de protestos. Noite curta que pareceu longa. Noite bela, noite negra. O protesto começou com uma belíssima marcha que saiu da Candelária e dirigiu-se à Cinelândia. Uma marcha cheia, com talvez até mesmo 50 mil pessoas sorridentes, esperançosas, bravas, guerreiras, lutando e cantando pela educação e contra o Sérgio Cabral, o Eduardo Paes e a violência policial. Marcelo Freixo, que anda bem omisso em relação aos protestos, apareceu na passeata com jeito de quem fazia campanha. Uma única grande estranheza tomou conta de todos que vão frequentemente aos protestos: não se viam policiais, não contei mais de vinte em todo o trajeto. Na Câmara, mesmo debaixo de chuva, os manifestantes iam embora bem vagarosamente, como se não quisessem sair de lá, como se quisessem fincar seu apoio como raízes na terra. Boatos de confusão na esquina da Câmara com rua Evaristo Veiga. Os Black Blocks se dirigiram para lá. A polícia soltava muitas bombas de efeito moral e os manifestantes soltavam coloridos fogos de artifício. Até que jogaram fogos de artifício contra a polícia. E ela veio com tudo. Muito, muito, muito gás lacrimogênio. Chuva. De uma multidão, a Cinelândia viu-se quase deserta. Mas os manifestantes são duros na queda e aos poucos voltaram, em número bem menor, à Cinelândia. Clube Militar e bancos depredados. Labaredas lambem o céu: um ônibus foi completamente incendiado. Barreiras na Rio Branco deram trabalho braçal aos policiais alfanuméricos, que tiveram que removê-las manualmente para o Corpo de Bombeiros chegar ao incêndio. Mais bombas de gás lacrimogênio. Aliás, a noite foi delas: das bombas de gás lacrimogênio, que deram o ar da sua graça com força total na noite de hoje. O Batalhão do Choque empurrou os manifestantes pela Rua do Passeio para a Lapa. Lá, alguns foram presos para averiguação, a prisão "da moda" nas manifestações. Novas bombas de gás lacrimogênio. Muitos feridos ao longo de toda a noite. Voltamos à Cinelândia, onde respiramos um pouco mais de gás, mas à meia-noite o trabalho nas ruas tinha findado. Até a próxima manifestação. Até o próximo inocente ser preso ou ferido. Até a próxima barbárie policial. Não até que possa-se volta a viver no Estado Democrático de Direito que a nossa bela Constituição Federal, aniversariante recente, instituiu.
Posted on: Tue, 08 Oct 2013 07:12:31 +0000

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