Num recurso ao "mens sana in corpore sano", o fórum começou com - TopicsExpress



          

Num recurso ao "mens sana in corpore sano", o fórum começou com momentos de exercícios físicos, orientados pela professora Fernanda Menezes, num ambiente preenchido por jovens vindos das 18 províncias do país e muitas delegações da diáspora. Eram 10h36 e a sala quase rebentava pelas costuras. Os lugares eram escassos. Anunciada a entrada do Presidente da República, a sala vibrou e cantou “Dos Santos amigo o povo está contigo”. Seguiu-se um momento cultural com o grupo Tunezas, que a seu jeito, repleto de humor, apelou à necessidade de se ouvir mais e falar menos. E depois veio a música “O Pilau”, uma versão da música Nós somos o mundo. Foram irreverentes e conseguiram animar até os mais cépticos. O ministro da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba, leu o relatório-síntese sobre a auscultação que decorreu em todo país e permitiu a participação de 50 mil jovens. Destacou o empenho do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, enquanto dinamizador do diálogo juvenil e mais uma vez a sala vibrou com palmas fortes. “Terminamos o fórum com o sentimento de missão cumprida”, concluiu. Valter Ananas, Nicolas Ananas e Jeff Brown ofereceram aos presentes a canção da juventude. A canção profunda e apelativa exalta o diálogo. A música tem dois momentos, um mais ‘soft’ e outro mais dançante com as línguas nacionais de permeio. Cláudio Aguiar leu a mensagem da juventude e disse que o diálogo se transformou numa ferramenta para a unidade. Falou de governação participativa e da cidadania e referiu que “tudo isso não era possível se o Chefe de Estado não tomasse essa iniciativa”. A imprensa, como sempre, não ficou apática. O acontecimento é de uma grandiosidade que mereceu a presença de uma “legião” de jornalistas vindos de muitas partes do mundo. Um dia de festa O encontro nacional foi uma festa. Mais do que a colocação de problemas, foi também um encontro de cultura. Gari Sine Dima e Tota imortalizaram o grande André Mingas. O seu talento veio ao de cima e a sala vibrou. As canções foram bem cantadas, num estilo invulgar, e numa colocação de voz extraordinária. Como disse alguém, “foi o máximo”. As condições da sala estiveram à altura de um acto do género. Mas mesmo com a sua grande dimensão a sala foi pequena para o número de jovens que queria participar no encontro que muitos consideraram histórico e fundamental para o progresso social e económico. O som estava impecável e a iluminação também. Mas o ar condicionado não aguentou tanta alma jovem. Por isso, o calor não tardou. Na casa de banho jovens aproveitam para reclamar sobre o tempo. Afirmam que os problemas são transversais e por isso os delegados deviam falar de problemas específicos. Ninguém ficou de fora pois todos queriam participar, mas cobraram dos seus delegados mais objectividade. Houve a colocação de problemas específicos. Assim foi o caso de Cabinda, que pede a construção do porto de águas profundas e o Bengo que pede definição arquitectónica e a construção de uma cidade. A voz da diáspora levanta-se e sugere que a auscultação vá também para fora de Angola. Províncias Agostinho Mica Cassessa, do Kwanza-Sul, sugeriu a inclusão da cadeira de empreendedorismo no primeiro ciclo de ensino e pede a revisão dos preços das casas sociais. Solicita também subsídio de isolamento para os jovens que trabalham nas zonas rurais, bem como infra-estruturas para os conselhos municipais da juventude. “Vamos procurar aquilo que nos une e não o que nos separa”, conclui Agostinho Cassessa. Abel Domingos, do Cunene, pede que se acudam as vítimas da estiagem e também a construção de uma centralidade na província, bem como de uma universidade e espaços de lazer. Sugere o reforço das medidas de fiscalização nas obras para garantir mais qualidade e pede a visita do Chefe de Estado à província. Adelino Chitali, do Huambo, elogia a iniciativa e diz que ela significa que o Executivo pretende fazer política com a juventude e não para juventude. “Estamos de acordo com as vossas políticas e queremos ajudar”, disse, uma posição apoiada pelo representante dos estudantes em Portugal. Augusto José, da Huíla, reclama da morosidade na entrega das casas sociais, na construção da estrada Quipungo a Chicomba e pede transparência na gestão dos recursos públicos. Gabriel Lemos, de Luanda, louva a iniciativa presidencial e diz estar preocupado com o acesso ao primeiro emprego. Elogia o crescimento de universidades mas diz que o acesso continua difícil e as bolsas de estudo também. Pede estágios nas empresas públicas e privadas, bem como passe bonificado para acesso aos transportes. Alan Bruno, da Lunda-Norte, fala da pista do aeroporto do Dundo e do acesso rodoviário e sugere o aumento das verbas para a Universidade Luegi Ya Nkonde. Apela à necessidade de protecção ambiental nas zonas de exploração diamantífera. “Que o diálogo continue a existir e nos tenham em conta”, referiu. Nelo de Carvalho, de Malange, diz que a província tem 1.356 quilómetros de estradas por reabilitar e pede rescisão do contrato com os actuais empreiteiros e levantou o problema da restrição de energia eléctrica. “Queremos ser mais práticos e unidos, podemos fazer Malange acontecer. O nosso governador não vai conseguir avançar sem o nosso apoio. A juventude tem fé e está tranquila porque sabe que as suas inquietações chegaram a boas mãos. As do senhor Presidente”, diz. O representante do Conselho das Igrejas Cristãs de Angola (CICA) pediu atenção e apoio para a Igreja e disse que os jovens cristãos estão prontos a peregrinar em direcção ao progresso espiritual, moral, social e económico. O jovem empreendedor realçou que tinha uma impressão negativa das províncias. O jovem pediu que haja mais informação dos programas que o Executivo realiza em prol do desenvolvimento do país e da juventude em particular. O Presidente da República ouviu tudo e todos. O representante da Juventude do Partido da Renovação Social pediu que o processo de reconciliação nacional em Angola seja simbolizado com homenagens, no dia 4 de Abril, dia da Paz, ao fundador da Nação, António Agostinho Neto, ao nacionalista Holden Roberto e ao fundador da UNITA, Jonas Savimbi. Entre ovações, Júbilo Sapalo António apresentou as suas preocupações e realçou a ocasião pelo espírito de abertura com que as intervenções foram feitas. O representante dos estudantes angolanos em Portugal, Eduardo Fonseca, pediu que o diálogo com os jovens na diáspora continue. O dirigente juvenil disse que muitos jovens angolanos no exterior do país ficam desinformados por falta deste contacto com os governantes. Eduardo Fonseca disse que a intervenção do Presidente da República reconfortou a sua esperança na resolução dos problemas dos jovens. Presidente acarinhado O último interveniente pediu que todos se pusessem de pé e batessem palmas. E aconteceu. As palmas foram fortes, efusivas e emocionais. Mas as emoções não mais pararam. O cantor gospel com a canção “Meu amigo é Jesus” arrepiou todos. Miguel Buila mostrou voz e uma musicalidade de querubim. Seguiram-se as conclusões e recomendações do acto em que participaram mais de três mil jovens de todas as províncias e da diáspora, onde os problemas centrais foram o emprego e formação profissional. Logo depois a moção de agradecimento e a imprensa mereceu um elogio pela ampla cobertura. O CNJ reconheceu o empenho do Presidente da República naquilo a que chamou a “nova era de governação participativa”. Filipe Mukenga cantou a antiga música Cabinda, Cunene mãos dadas Angola... Angola no coração... e depois disse: “A nossa geração lutou para a libertação de Angola do jugo colonial. Qual vai ser a vossa empreitada?”, questionou, pedindo “Levem Angola ao cume da montanha”. Veio Matias Damásio com a música e a juventude levantou-se e cantou... Angola, e a emoção veio à flor da pele e uma auréola cheia de energia positiva encheu a sala e o Presidente bateu palmas, levantou-se e cantou com a juventude. O momento mais alto deu-se com o discurso do Presidente. Sentiu-se um rasgo de exaltação patriótica em cada um dos jovens. “Eu também fui jovem e vivi momentos de grande exaltação patriótica. Peço que continuem assim”, pediu o Presidente da República.
Posted on: Sun, 15 Sep 2013 07:16:35 +0000

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