Numa sociedade que comemora o Natal, nascimento de Jesus, comprando e comendo compulsivamente, e transformando o consumo e a troca de presentes em algo "sagrado", não é de se espantar que se faça uma festa gigante e cara para celebrar a visita de um líder cristão como o Papa. Não precisa ser ateu ou contra a igreja católica, basta um mínimo de senso crítico para enxergar que nesse movimento todo a tão falada "humildade cristã" tem ficado só no discurso. A natureza do evento não muda pelo fato de existir uma cruz no palco, pelo fato da celebridade em questão ser um líder religioso, ou pelo fato de turistas e fãs serem chamados de peregrinos. A Jornada Mundial da Juventude é, antes de tudo, um evento comercial. Isso não quer dizer que todos os "peregrinos" estejam ali pensando em dinheiro, óbvio que não. Óbvio que tem muita gente ali com o coração ingênuo e cheio de boa vontade achando que a Jornada vai tornar o mundo melhor, etc, etc. No entanto, a razão da Jornada é angariar "fiéis" do mesmo jeito que uma televisão angaria "espectadores", ou que uma loja angaria "clientes". Muito bizarro ver tantas pessoas mais apegadas aos símbolos do que ao que de fato eles representam. Ir a uma festa com um crucifixo pendurado no pescoço não faz ninguém um ser humano melhor e não difere do cara que vai pro carnaval se divertir. Se essa Jornada tiver o mínimo de verdade e coerência entre discurso e ação, a população de rua mendicante do Rio deve ter dimuído pela metade, no mínimo. Veremos na próxima semana, quando acabar o evento, se o "clima de paz", "amor na ruas", "papa dos pobres", foram verdadeiros ou se foram só asneiras ditas pela televisão e repetidas aleaotariamente por pessoas que preferem mentiras confortantes à verdades incovenientes.
Posted on: Fri, 26 Jul 2013 23:03:40 +0000
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