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NÃO EXISTEM ANARQUISMO NEM ESQUERDISMO AUTÊNTICOS CONTRÁRIOS À IDÉIA DE PÁTRIA, OU NAÇÃO — Sobre a foto de um cartaz publicada na página do Anonymous Rio, em que se lê: “Eu não fujo da luta, mas não sou tua filha, me transviei dessa tua imagem de ‘famílias’. Essa luta é pelo povo! não pela pátria.”. Freud explica esse cartaz: a moça tem sérios problemas de família, problemas com pai, problemas com mãe, e transfere isso para a Pátria. Não é possível ser contra a globalização e, ao mesmo tempo, contra a noção de pátrias, ou nações. Internacionalizar é exatamente o mesmo que globalizar. Por exemplo: internacionalizar a Amazônia seria, no fundo, entregá-la ao controle da potência hegemônica, os EUA. Ampliando um pouco mais: internacionalização, globalização e imperialismo são uma única e mesma coisa, um único e mesmo processo. Nacionalismo, por outro lado, é direitismo. Então, um anarquismo sólido — e mesmo um esquerdismo bem embasado — precisa ser: plurinacionalista, e patriótico. Isto é: precisa defender o direito das nações de manterem as suas feições culturais e anímicas contra a imposição do “American way of life”, da calça jeans, do roque, do McDonald’s, da Coca-Cola. Esses excrementos culturais do imperialismo não são sinônimos de liberdade; ao contrário: a burca das mulheres árabes, daquelas que desejam ter o direito de usá-las, sim, é liberdade. Cada povo deve ser deixado em paz para evoluir historicamente, conforme as suas possibilidades e tendências, não apenas os índios (pois em relação a estes, existe, hoje, consenso sobre o assunto). Ninguém, hodiernamente, fala em aculturar aquelas tribos indígenas amazônicas recentemente descobertas e avistadas apenas de aeroplano, as quais ainda não tiveram qualquer contanto com os brancos. Mas por que há esse consenso? Porque a mídia o incute nas mentes das pessoas que vivem como sonâmbulas e marionetes do sistema? Resposta: porque não interessa à potência hegemônica e suas nações “parceiras e aliadas”, como diz Obama, que a Amazônia seja explorada pelos brasileiros: eles pretendem explorá-la, eles mesmos, quando chegar a hora. Sim: é correto, realmente, não aculturar as nações indígenas ainda preservadas na sua nacionalidade pura, e é correto não destruir a Amazônia. Mas também é correto, e pelas mesmas razões, não interferir nas culturais nacionais dos povos árabes, dos povos africanos, sul-americanos, asiáticos. Quem pensa não ser nacionalista nem patriota, observe-se com cuidado: adota sempre, inconscientemente, o ultranacionalismo de outros povos, sobretudo o do Império, contra os interesses e a sobrevivência da sua própria nação, da sua própria cultura. (Igor Buys; 07 de julho de 2013)
Posted on: Sun, 07 Jul 2013 22:35:45 +0000

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