Não Escreve-se apenas com três letras, mas é um advérbio - TopicsExpress



          

Não Escreve-se apenas com três letras, mas é um advérbio de poder imensurável. Usado para expressar negação, recusa. Quando não pronunciado categoricamente na hora devida, pode alimentar ilusões ou implodir tudo o que encontra, perto ou à distância. Com amor, também faz das suas, é capaz de dilacerar corações apaixonados: não me esqueças, não me toques e o desesperado não me deixes, sempre acompanhado de copiosas e sofridas lágrimas. Dúvidas, quantas provoca... não sei o que diga, para mim, não parece essencial, amanhã? Talvez... não sei se tenho tempo. Três letrinhas somente que podem causar terríveis hecatombes. Por que foi dado a todos os homens do mundo tamanho poder? Não seria melhor que apenas a alguns deveria caber o direito de usá-lo? Os justos, os ponderados, os sensatos que o utilizariam para dizer não as guerras, as discriminações, promover a harmonia, arrancando dos corações empedernidos à intolerância, a crueldade, a injustiça, o desejo de matar pelo prazer de fazê-lo ou em nome de interesses inconfessáveis, lutar para conseguir fazer com que as pessoas descubram a importância do amor, do compartilhar, parassem de aprende e começassem a conhecer. “Que os olhares cínicos” dos que mandam no mundo não olhassem tão somente para os de fora, mas, para dentro de si mesmos, descobrindo que são partes da mesma engrenagem e, como se sentiriam se estivessem do outro lado, do daqueles que insistem em assim continuar fazendo. Subitamente, aconteceu-me o estado de Vieira, por que nos excluímos desse maravilhoso direito? Aspiro terminar com a discriminação, a opressão e vivo sonhando com o possível que temiam em persistir considerando impossível. Porém, ocorreu-me também os problemas simples do nosso cotidiano, nada de mirabolante ou filosófico, deixando-os para quem de direito, também os transcendentais. Vejamos: Se não gostamos de sorvete de chocolate e a contragosto, por educação, fomos obrigados a aceitá-lo para não desagradar ao ofertante? O nosso estômago gritará: - Socorro! Não, não, por favor, não faça isso comigo. E nos fazendo de surdos, não atendemos a tão desesperado apelo. As consequências virão mais rápidas do que o pequeno advérbio não pronunciado. E a lavagem cerebral a qual somos submetidos pelo material sedutor, que usando de baixos truques, retira do mercado o que gostamos para nos induzir a comprar o que não desejávamos. É a ditadura do fashion, assim como a da silhueta. O que dizer dos casamentos de conveniência que procuram tirar da ruína famílias tradicionais? Não falei ainda das regras de viver e muito principalmente as de etiqueta, a nós impostas pela hipócrita sociedade que delas os torna prisioneiros para fugirmos dos rótulos de rebeldes, desajustados, ovelhas negras, psicóticos e outras coisas mais. Refletindo sobre tudo isso, e pelo muito a que não foi citado, mudei completamente de ideia. Tombei o não, agora patrimônio universal. Benditas e abençoadas sejam as três letras que embora tantas vezes nos custe tanto pronunciá-las, mesmo sem culpa. Responde-me com sinceridade: existe alegria maior do que um - não, absolutamente, não!, dito na hora exata? Sentimo-nos fortes, poderosos, pois acabamos de impedir a entrada goela abaixo de mais um sapo que viria juntar-se aos outro que já fomos obrigados a engolir outrora. Admirável advérbio! Descobri sua importância muito tarde, mas ainda a tempo de amá-lo e usá-lo sem remorsos. Devemos empregá-lo sempre que sentirmos que tenta nos impor o que não desejamos. Não permitamos que os escravos da desfaçatez transformem-nos em um indigesto e eterno ramário. Não, absolutamente, não!
Posted on: Fri, 22 Nov 2013 21:55:34 +0000

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