Não era para ser assim, mas estava acontecendo. Ele, um bobo - TopicsExpress



          

Não era para ser assim, mas estava acontecendo. Ele, um bobo sonhador, e realidade limitada mas de vontades infinitas e ela, de muitos filmes e livros, além de sua simplicidade que encantava. Realidades diferentes, vidas diferentes. Em comum: a distância que os separavam e a carência – e a insegurança também. Ele sempre se preocupou com detalhes que poderiam ser facilmente ignorados; havia muito medo nele de tentar o novo e de arriscar o que poderia lhe garantir a felicidade. Ela, por sua vez, idealizava uma realidade baseada naquilo que lhe cativava e com isso seguia a sua vida, da forma mais singela possível. Um dia, o destino decidiu reunir os dois, e eles aos poucos foram encontrando pontos em comum e sem ao menos se dar conta, já estavam se gostando. Ele a chamava de "moça", ela o chamava de "bonito" e tratavam-se num afeto que se sentia de longe, que cativava, que instigava. Havia um empecilho que o impedia deles concretizarem suas vontades: a distância. Certo dia, isso mudou; ele a viu e como se pudesse resumir tudo o que sentia naquele tempo de espera, a abraçou sem hora para começar e terminar; ela nem hesitou, nem desistiu, somente aceitou. Se abraçaram e perderam a noção do tempo, da vida, de si mesmo, porque já não adiantava mais querer saber quem era quando se estava do lado de quem se esperava. Ele sorria desajeitadamente para ela, e ela desviava o olhar, num misto de timidez e alegria. Se abraçaram novamente, mais demorado ainda, mais forte. Dava para sentir o calor dos corpos se transferindo, num afeto inexplicável. Ele passou a mão em sua nuca, percorrendo seus cabelos, num afago bem recebido por ela e a fitou por alguns segundos. Ela desviava o olhar, mas queria olhar para ele de uma forma que pudesse corresponder à sua vontade naquele instante. Havia timidez, mas havia a intensidade. Ele passou a mão em seu queixo e se aproximou dela, num gesto de coragem e de irresponsabilidade que tanto se privava. Ela não cedeu, se beijaram e tudo aquilo que foi dito ao se abraçarem não chegava ao que representava aquele momento. Ali, houve afeto. – Que beijo doce que tens, moço. – disse ela, num sussurro alegre. – Como eu queria que esse momento se realizasse. – respondeu ele, numa alegria que poderia ser representada por lágrimas, mas ele preferiu sorrir. Ele estava observando ela. Ficaram deitados, olhando para o outro, entre o sorriso sem jeito e a felicidade. Se abraçaram novamente. Se beijavam e sentiam naquele beijo a paz que procuravam e transmitiam essa paz um para o outro, num afeto mútuo. A presença, o cheiro, escutar o coração dele batendo enquanto ela pousava a cabeça ao deitar se tornou consequência de um sonho realizado. As carências deles se combinavam. – Eu me rendo e me faço seu. – Eu me rendo e me faço tua. Disseram um para o outro. por Maxwell Santos
Posted on: Sun, 25 Aug 2013 22:57:48 +0000

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