Não se deve esquecer que, em todas as revoluções, a massa que luta por mudanças é manipulada, de regra, pela burguesia. Esta, depois que o poder é tomado, passa a explorar, aqueles que com ela contribuíram na mudança do statu quo. Vejamos: revolução inglesa de 1644; revolução americana de 1776; revolução francesa de 1789; revolução russa de 1917; a redentora de 1964, no Brasil e tantas outras. Essas são as mais visíveis para nós brasileiros. Em todas elas, os cabeças das mudanças, ao chegarem ao poder, mudam o discurso e passam a praticar os mesmos atos dos que "derrubaram". Os homens não mudam, trazem na alma o gosto pela glória, pelo poder e pela riqueza, sempre mergulhados em fragorosa incoerência. Vejam que os revolucionários de 1964, que se encontram, hoje, à frente da destinação política do país, mudaram o discurso e procuram, de modo subliminar, reprovar a conduta dos que, agora, deblateram, gritam, se esmurram, enfrentam a polícia, depredam numa luta infrene por mudanças. A coisa é engraçada porque a distância entre palavras e intenções é abissal... A História, mestra da vida , nas palavras de Cícero, é apenas um ir e vir, um devir repetitivo que confirma ser a revolução um ir e voltar para o mesmo ponto de partida. Tudo muito inútil diante das condições materiais que determinam o devenir histórico. Não é o homem que faz a História; esta determina o que será.
Posted on: Thu, 04 Jul 2013 12:57:43 +0000
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