Não sou catedrático em direito eleitoral, mas ainda assim me parece que o argumento da insuficiência de assinaturas é invencível. Apenas o Ministro Gilmar Ferreira Mendes votou no sentido de que a estrita legalidade deveria ser contrastada com uma suposta e excessiva burocratização. Se a exigência, e é assim como me parece, se aplica a todos os partidos que almejam o registro para a disputa de eleições, não se pode flexibilizá-la por que se trata da ex-senadora Marina Silva, uma figura bastante simpática, aliás. Entretanto, a coleta de assinaturas pode perfeitamente prosseguir, apenas não haverá mais tempo útil considerando-se as eleições de 2014. Além do mais, segundo a imprensa, partidos já registrados vêm sondando Marina para que ela viabilize o seu desejo de ser uma alternativa para a Presidência da República. Na prática, contudo, ter em mãos a máquina pública e estar no poder há mais de dez anos, no terceiro governo consecutivo, é algo que não se pode desprezar, por mais bem feito que seja o marketing adversário. Todos nós sabemos o quanto o voto, principalmente nos rincões mais vulneráveis deste País continental, é norteado por fatores outros que não o da qualidade da escolha. Infelizmente é assim. A verdadeira reforma política emana do voto consciente, não mercadejado.
Posted on: Fri, 04 Oct 2013 10:33:31 +0000