Não é bem assim, Márcio Bittar Tenho acompanhado com certa - TopicsExpress



          

Não é bem assim, Márcio Bittar Tenho acompanhado com certa preocupação, o lobby que o Dep. Federal Márcio Bittar tem feito em favor da exploração de gás de xisto na Bacia Acre-Madre de Díos, que será licitada no fim deste mês. O deputado apresentou o gás de xisto, como uma verdadeira salvação para os problemas sociais e econômicos do Estado e, para isso, cita o verdadeiro alavancamento econômico que a comercialização do gás tem feito nos EUA, além de acusar, àqueles que vêem com ressalvas às explorações, de ambientalistas alarmistas. Infelizmente, nós não estamos no deserto do Texas, onde a legislação é forte, a fiscalização é cabal e a propriedade privada é sagrada. Estamos no Acre, no meio da Floresta Amazônica, cercados por águas – superficiais e subterrâneas -, mato, bichos, populações indígenas e ribeirinhas. Segundo a Revista Galileu, o gás de xisto é, basicamente, “metano preso numa camada profunda de rochas’’. Que para extraí-lo, as petroleiras lançam mão de um processo controverso, o fraturamento hidráulico, que usa muita água, produtos químicos e detonações subterrâneas. Esse procedimento, pode causar lesões gravíssimas ao meio ambiente, como a contaminação de grandes lençóis freáticos. Esse risco, fez com que países como a França, proibisse o procedimento, e Holanda declarasse moratória à exploração. A rápida movimentação política em torno do tema no Brasil, sem maiores avaliações, fez com que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e a Academia Brasileira de Ciências pedisse a suspensão temporária do leilão. Por isso, caro deputado, a questão não é tão simplista como o senhor propõe. Além disso, não são meros “ambientalistas alarmistas’’ que estão preocupados com o tema, a sociedade científica de um modo geral, demonstra receio. Além do embate acerca dos impactos sócio-ambientais, discute-se que ganhos são este para o Acre que poderiam levar todos nós a assumirmos este risco. Como pretenso candidato ao governo do Estado, tem-se que mudar o discurso predatório, deputado, que é muito visível em suas falas. O Governo da Floresta falhou ao tentar hipocritamente introduzir uma economia sustentável no Estado, mas isso não significa que precisamos desistir desse tipo de desenvolvimento que alia a sustentabilidade com o progresso. A economia do Acre mudará quando se mudar a postura, quando se potencializar a produção do setor rural com investimento em tecnologia para não se precisar desmatar, a economia muda quando a educação básica e profissional for acessível e possuir o mínimo de qualidade para todos, muda-se a realidade econômica de um Estado não apostando as fichas em apenas um modo de se desenvolver e demonizando os demais, tratando tudo da maneira politiqueira que se tem costume por aqui. Não precisa-se fazer também, uma tentativa que é muito conhecida nessas bandas, de desqualificar o interlocutor para poder sair vitorioso no debate. Menos certezas, mais dúvidas, menos pontos finais, mais interrogações. A sociedade anseia por mudanças de postura, éticas e de gestão, portanto, cabe àqueles que pretendem gerir, se adaptar a esse novo panorama.
Posted on: Sat, 23 Nov 2013 04:57:28 +0000

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