O Fora do Eixo é uma organização voltada a si - TopicsExpress



          

O Fora do Eixo é uma organização voltada a si própria vialuisnassif O Fora do Eixo é uma organização voltada a si própria Por ArthurTaguti Comentário ao post "Mídia Ninja e Fora do Eixo: uma polêmica necessária" Olha, o que me impressionou na entrevista de Capilé/Torturra, bem como na réplica de integrantes do FdE a Beatriz Seigner, é o uso obsessivo da metalinguagem. Enquanto Beatriz parece uma amante da arte e aborda questões culturais em todo o seu texto, as respostas, em sua maioria, centraram-se no FdE em si: nós, nós, nós, nós, nós, nós. Um trecho do já viral texto dela é bem revelador. Ela diz: "e o meu choque ao discutir com o Pablo Capilé foi ver que ele não tem paixão alguma pela produção cultural ou artística, que ele diz que ver filmes é “perda de tempo”, que livros, mesmo os clássicos, (que continuam sendo lidos e necessários há séculos), são “tecnologias ultrapassadas”, e que ele simplesmente não cultiva nada daquilo que ele quer representar. Nem ele nem os outros moradores das casas Fora do Eixo (já explico melhor sobre isso)". Assim, não é por nada não. Mas como é que alguém que pensa que uma "bisoiada" no Wikipedia ou no primeiro link digitado no Google pode substituir escritores que desvelaram a alma humana, escreveram sobre temas universais como inveja, medo, cobiça, amor, ódio, culpa, como Machado de Assis, Shakespeare, Oscar Wilde, Dostoievski, e etc., pode se apresentar como um Mecenas da Cultura? Como é que pode alguém se apresentar como Mecenas, se considera filme "perda de tempo"? Será que a sociedade digital tornará obsoleta as lentes analógicas de Akira Kurosawa, Federico Fellini, Charles Chaplin, Gláuber Rocha? Será que o apego ao "novo" o torna insensível a todas as emoções humanas que a arte desperta? Como é que MinC e diversas Secretarias Estaduais e Municipais empregam milhões e milhões, para fomentar a cultura, em uma organização manejada por alguém que não reconhece a atemporalidade e universalidade da arte genuína (como os livros e os filmes clássicos)? Alguém que pensa que a linguagem vista em "Crime e Castigo" ou "Memórias Póstumas de Brás Cubas", ou até o culto a vida e ao amor em "Memórias de minhas putas tristes" pode se tornar obsoleta, como se fosse um gadget ultrapassado? Por isto que chega-se a inevitável conclusão que o FdE é uma organização voltada a si própria. E não é ojerizando o novo não. Já disse muito aqui que sou fã do pessoal do MPL, que deve ter seus defeitos (como qualquer outro movimento social), mas tem um discurso político claro, uma estrutura organizacional que nenhum ex-integrante - até agora - contestou com tanta contundência a ponto de se tornal viral nas redes sociais. Assim, vendo por este prisma, já não me espanto mais com o desrespeito aos artistas, que não são remunerados mesmo sendo o Coletivo muito competente em captar recursos públicos e privados, e aos próprios empregados, que se dedicam 24/7, sem carteira assinada, sem previdência social, sem FGTS, e ainda, segundo Laís Bellini, ficam sujeitos a todo tipo de assédio moral, lavagem cerebral e perseguição. Isto porque o objetivo maior do FdE parece ser a promoção da organização e dos seus dirigentes. Aí entramos naquela discussão que os fins justificam os meios. Atua-se como camaleão, metade estrutura empresarial bem articulada para captar milionários incentivos, metade socialismo utópico (sem o socialismo) para explorar empregados, não pagar cachê a artistas e ganhar a opinião pública (inclusive com crowdfunding), sendo tudo moralmente permitido se for para a realização do objetivo maior, promover esta estrutura que eles crêem revolucionária. Não é a toa o discurso messiânico e autoconglatulatório. Tanto que a resposta do Torturra é reveladora disto: "estou deprimido", "vocês não entendem o que fazemos", pedindo até uma tolerância ao calote, tudo em prol do sucesso deste modelo "novo". Assim, com o poder público empregando recursos a quem não cultua livros nem filmes, a consequência é o que estamos vendo aí, a instrumentalização do discurso de promoção a cultura, levando a sua desvalorização, pois se torna meio, moeda de troca, para fins outros que não culturais. Olha, eu gostava muito de assistir o Mídia Ninja, curti para caramba o baile que eles deram no Roda Viva, quando discutiram a velha mídia, mas, como dizem, nem tudo o que reluz é ouro, e infelizmente o único novo que continuo admirando é o MPL.
Posted on: Mon, 12 Aug 2013 00:46:35 +0000

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