O Fórum Microrregional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana promovido no último dia 22, na Casa dos Conselhos, iniciou um amplo debate sobre a igualdade racial e pelo reconhecimento e valorização dos povos de terreiros. Os atabaques da Casa de Mãe Jussara abriram o Fórum que emocionou os presentes diante da importância dos temas em discussão. O principal encaminhamento foi a criação de uma comissão que vai tratar da instituição do Conselho Municipal pela Promoção da Igualdade Racial de Balneário Camboriú, com reunião pré-agendada para 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. A primeira palestrante foi a pedagoga, Estela Maris Cardoso, vice-presidente nacional da UNEGRO – União de Negros pela Igualdade; Executiva do Fórum Nacional de Mulheres Negras; Conselheira do CNPIR - Conselho Nacional de Promoção de Políticas de Igualdade Racial, e professora colaboradora do Núcleo de Estudo Afro-Brasileiro da Universidade do Estado de Santa Catarina – NEAB/Udesc. Estela foi enfática quanto à importância do resgate da ancestralidade e falou da educação excludente que se pratica hoje no Brasil, apesar da Lei 10639/03 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) tornando obrigatória a inclusão da História e Cultura Afro-brasileira no currículo oficial das redes de ensino. O segundo palestrante foi o advogado José Ribeiro, presidente do Conselho Estadual das Populações Afrodescendentes de Santa Catarina, membro do Instituto Liberdade e ex-Tesoureiro da UNEGRO – União de Negros pela Igualdade. Ribeiro falou sobre direitos e destacou a necessária transversalidade entre os organismos que compõem o Estado para que se atinjam os objetivos da legislação atual. “A criação do Conselho Municipal pela Promoção da Igualdade Racial é muito importante nesse processo”, frisou. Participaram da condução dos trabalhos Sueli Marlete Leodoro, delegada dos quilombolas de Santa Catarina na 3ª CONAPIR – Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (5 a 7/11/13 | Brasília), a representante dos Povos de Terreiros e delegada da SEPPIR - Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Jussara Berenice da Silva, “Mãe Jussara, o presidente do COMSEA – Conselho Municipal de Segurança Alimentar, Nairo Ribeiro e a apoiadora, militante e pesquisadora dos direitos quilombolas, Ana Elisa Schlickmann. Em pauta também a discussão de questões inerentes à microrregião que tem duas comunidades quilombolas, povos de terreiros ainda em fase de mapeamento e inúmeras outras demandas. Exemplo dos haitianos que já residem em Balneário Camboriú em número perto de 500 pessoas. HAITI A Associação dos Haitianos local esteve representada por dois membros que falaram da acolhida, do respeito com que têm sido tratados em Balneário Camboriú e agradeceram o apoio do Conselho Municipal de Segurança Alimentar, na pessoa de seu presidente, Nairo Ribeiro. Eles externaram, também, o interesse em promover uma troca cultural por meio da música, da dança, de aulas de francês e outras iniciativas. “Já estamos agendando uma reunião com os membros da Associação para afinar esse relacionamento cultural”, revela Anderson Beluzzo, presidente da Fundação Cultural de Balneário Camboriú. Entre os haitianos que estão vivendo em Balneário Camboriú há diversos músicos com formação acadêmica, os quais estão precisando de instrumentos para formar um grupo: teclado, baixo, guitarra, violão, bateria e outros de percussão.
Posted on: Sat, 26 Oct 2013 13:03:36 +0000
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