O GIGANTE SONHOU QUE TINHA ACORDADO Depois de mais de um mês das - TopicsExpress



          

O GIGANTE SONHOU QUE TINHA ACORDADO Depois de mais de um mês das diversas manifestações que acometeram nosso país, entendo que o Gigante sonhou que tinha acordado. O que escreverei representa um ponto de vista bastante pessoal, portanto, longe de ser verdade absoluta. É só a minha verdade. Em princípio, entendi que a população havia se rebelado contra um sistema político que não a representa e que, ao meu ver, tem de ser completamente revisto e remodelado. Pois o que chamamos de democracia representativa está muito longe de ser uma democracia, e mais ainda de representar as necessidades e anseios populares. E aí falo de uma educação pública de qualidade, saúde e moradia para todos. Enfim, condições e oportunidades iguais. Entretanto, as elites econômicas detém o poder político e são eles que ditam as regras, sempre em seu benefício, é claro! E nos induzem a acreditar naquilo que querem que acreditemos, para que não questionemos o status quo. Os meios de comunicação são sua grande ferramenta, pois a grande mídia está nas mãos deles. Precisamos de uma reforma urgentíssima no sistema de comunicação do país, com revisão de concessões, para que haja,de fato, uma democratização das comunicações no país. Um país onde os meios de comunicação estejam concentrados nas mãos de poucos, jamais será democrático, e é ilusão pensar ao contrário. Vejo muitos reproduzindo os discursos enlatados de certos jornalistas que só estão à serviço do poder (não me refiro aqui só ao poder político, mas aqueles que verdadeiramente "governam"), e outros formadores de opinião pública. Gente! Não há milagres. Para que existam poucos muito ricos tem de haver muitos muito pobres. Em toda a história da humanidade não foi diferente. Não há como ser. Observo também que a questão político-partidária é tratada como se os partidos fossem times de futebol, isso é muito nítido para mim. Gosto de um odeio o outro e, consequentemente, tudo o que o outro fizer ou propor vou criticar e me opor. Há um processo de endemonização de um ou outro partido, com foco principal no partido que está no governo (seja ele qual for), o que é perigosíssimo, pois isto isenta ou dá um menor peso à culpa de todos os outros no que se refere a questões como, governar em função dos interesses das elites dominantes, incompetência de gestão pública e corrupção. Os meios de comunicação ajudam muito a difundir uma imagem totalmente maniqueísta da política onde uns representam o bem e outros o mal. Não há quem represente o bem ou o mal na política brasileira. Todos os que estão e estiveram no poder, sem exceção, representam e representaram os interesses das elites econômicas, sejam de capital nacional ou internacional. Nossos governos representam as elites que lucram com a disseminação da criminalidade e com a violência que assola o país. Criminalidade e violência significam grandes lucros para os bancos e outras empresas e instituições. Lembram quando se guardava dinheiro no colchão? Lembram quando se recebia o salário na empresa em dinheiro? Lembram quando não havia necessidade de se fazer seguro contra roubou ou andar de carro blindado ou contratar segurança privada? Então, pasmem, mas vou lhes contar um grande segredo: "a criminalidade e a violência são planejadas e executadas pelas elites econômicas e políticas, para que consumamos a segurança oferecida por eles em diferentes níveis." Nos vendem a ideia de que criminalidade e violência têm suas origens no caráter humano ou, em última instância, na pobreza. Mentira! Criminalidade e violência estão ligadas as formas de produção e distribuição das riquezas de um país. Há países muito mais pobres que o Brasil e com índices de criminalidade e violência infinitamente inferiores. A violência aqui parte do Estado, é a chamada violência institucional, planejada pelas elites econômicas e colocada em prática pelas elites políticas (que em alguns momentos se misturam). A criminalidade nasce da opressão, das injustiças sociais, da falta de oportunidades iguais, da desesperança. As raízes da criminalidade e violência estão fincadas ainda no período colonial, com o modelo de uma sociedade escravocrata onde indígenas e africanos foram grandes vítimas. De lá pra cá, pouco mudou em termos justiça social. O negro das senzalas foi completamente preterido e excluído, após a abolição. As elites econômicas e políticas mantiveram o status quo, maquiando uma coisa lá e outra cá, e vendendo a ideia de que as pessoas são livres e que vivem em uma democracia. Por intermédio dos meios de comunicação usam as exceções, por exemplo: alguém pobre, que estudava em escola pública e que entrou para universidade pública e prosperou (um em um milhão), para difundir e introjetar a ideia de que as oportunidades existem e se você não aproveitou é porque não se esforçou o suficiente ou não foi competente. Ou seja, há mais de uma centena de milhão de preguiçosos, indolentes e incompetentes vivendo em nosso país, enquanto grandes empresários e corporações corruptas são os nossos modelos de cidadania e sucesso. Sob minha ótica, creio ser muito importante que enxerguemos esta relação para que possamos compreender que as origens do sucateamento da educação, saúde e a falta de moradia, são projetos de sucesso das elites e governos, em todas as instâncias. Temos ouvido que o Gigante acordou! Contudo, em nenhum momento vi discussões aprofundadas sobre questões sociais, ao contrário. Fala-se de tudo e de forma genérica. "Somos contra a corrupção!". "Queremos Educação!". "Queremos saúde de qualidade!"."Queremos o impeachment de fulano e cicrano!" Antes de tudo, precisamos discutir sobre as origens de todos estes problemas, pois só aí teremos consciência das "chaves" para mudarmos nossas realidades. É preciso que entendamos como funciona este sistema sórdido. É preciso que entendamos que as elites nada nos darão, temos de conquistar. E como conquistar? Por intermédio de uma democracia participativa. É preciso que tiremos nossos bumbuns do sofá, que deixemos as novelas de lado, que pensemos sobre o que tvs, rádios e revistas nos induzem a acreditar e que definamos o que realmente queremos. Se quisermos construir um país justo e bom para todos vivermos, deveremos intensificar e muito os programas sociais, já que aparecemos com um os piores países em termos de investimentos em projetos sociais se comparados com outros do mundo. Mas só vejo críticas aos poucos que temos, que apesar das falhas, apresentam resultados positivos. Portanto, creio que o Gigante sonhou que acordou. Acreditarei que o Gigante acordou quando ver que a consternação da população pela perda da vida de um pobre é maior do que por uma vitrine ou lixeira quebrada. Quando um incêndio numa favela causar a mesma desolação do incêndio de uma boate Acreditarei que o Gigante acordou quando ver que pais, alunos e professores, juntos, lutarão por uma educação melhor. Um sentindo a dor do outro e não cada um exigindo para si. Acreditarei que o Gigante acordou quando cobrarmos dos governantes uma participação popular de fato. Isso aconteceu recentemente na Islândia, o povo fez uma "revolução" e criou nova constituição, extinguindo os benefícios a bancos e políticos. Já viu isso nos meios de comunicação? Assistiram a um programa Globo Repórter, que mostrasse o grande exemplo da Islândia para o mundo? Acreditarei que o Gigante acordou, quando as classes médias, que pensam serem as únicas a pagar impostos, deixem de pedir a supressão ou isenção fiscal e passem a exigir que os recursos fiscais sejam investidos em educação, saúde, moradia e projetos sociais diversos. Acreditarei que o Gigante acordou quando as pessoas deixarem de olhar para o próprio umbigo e passem a enxergar o que acontece na periferia de si mesmas. Acordar é olhar para o outro! Acordar é se comover com a dor e os problemas do outro e estender sua mão para mudar as injustas realidades alheias! Penso que o Gigante continua a dormir, só está sonhando que acordou. P.S. Não reli nem corrigi!
Posted on: Tue, 23 Jul 2013 18:14:01 +0000

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