O LEVANTE DOS MAIS HUMILDES E OS NOVOS HOLOCAUSTOS Todo mundo - TopicsExpress



          

O LEVANTE DOS MAIS HUMILDES E OS NOVOS HOLOCAUSTOS Todo mundo fala dos horrores de uma guerra, do inexplicável holocausto nazista e tantas outras atrocidades. Mas que arma o homem inventou que se aproxime da crueldade das novas metodologias de extermínios dos mais humildes? O que escrever, por exemplo, sobre a morte de 40 mil pessoas por ano no trânsito? Como explicar a agonia pré-mortal dos mais pobres nos hospitais públicos? E as vítimas da violência nas cidades? Recentemente, conversando com alguns pacientes no Hospital Walfredo Gurgel (Clóvis Sarinho), entre eles, um paciente de 73 anos, me chamou atenção. Ele dizia: “Amado filho... como eu gostaria de voltar para casa mesmo doente, ficar perto de todos vocês e partir em paz. É bem melhor do que ficar aqui neste campo de concentração, esperando o último trem da minha vida.” Campo de concentração? Isso mesmo, o paciente comparou o hospital com um campo de concentração. Ele não estava delirando. Pois, o termo campo de concentração significa um centro de confinamento, onde os confinados passam por todos os tipos crueldade. E que crueldade pode ser maior com um ser humano do que esperar o último trem de sua vida em um corredor de hospital, expondo sua intimidade junto aos outros seres humanos que estão ali sofrendo da mesma forma com os seus assistidos? Como dizia o escritor inglês Eric Blair (George Orwell): “A gente quer viver, é claro. Na realidade, só ficamos vivos em virtude do medo da morte, mas penso agora, como pensava então os mais antigos, que é melhor morrer violentamente e não mais de morte natural... aquela lenta, fedorenta e dolorosa vista nos hospitais públicos.” Morte natural em um hospital público? Não é uma morte natural. Pois, esperar-se que o paciente, mesmo com um quadro irreversível, tenha uma partida assistida e digna, com enfermarias, roupas limpas, higiene, carinho e privacidade que teria estando em sua residência. Entretanto, não é isso que acontece. Testemunhamos agonia dos corredores, os gritos de dores dos pacientes, a angústia de seus acompanhantes, o desprezo do corpo clínico e da gestão hospitalar para o moribundo, o sofrimento e a via crúcis dos mais humildes. Como são tiranos e sanguinários os gestores públicos do Brasil. Estes fingem “não perceber” que administram as novas tecnologias de extermínios em massa, os novos holocaustos do mundo pós-moderno. Nunca época de mentiras universais, dizer a verdade sobre tudo isso nas ruas é mais do que um ato revolucionário, é um grito de chega, basta! O povo na rua representa todas as vítimas do governo brasileiro ao longo dos anos e digo sem medo de fracassar na profecia que os membros desse manifesto não alimentam ilusões sobre as propostas de melhorias anunciadas pelos gestores da coisa pública e que irão preferir morrer lutando nas ruas por reformas no país do que ficar no leito de um hospital público, agonizando, esperando a morte chegar.
Posted on: Sat, 06 Jul 2013 12:07:22 +0000

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