O LUGAR ESPECIAL Se alguém optar por um relacionamento amoroso deve estar preparado para conceder alguns privilégios. Uma das coisas que desgasta mais rapidamente um relacionamento é incorporá-lo à rotina sem que exista um espaço exclusivo. - Oi, amor, liguei para te dar um beijo. - Ah, tá, querida, obrigado, tenho um monte de coisas para fazer aqui e te ligo mais tarde. A mensagem foi: não tenho tempo para você. A racionalização, isto é, a auto-justificativa é a de que havia mesmo muitas coisas para fazer e, por mais que o relacionamento seja importante, ele não pode ocupar inteiramente a vida de uma pessoa. Vivemos em sociedade, trabalhamos e muitas situações precisam ser atendidas. Bem, se existe uma desculpa esfarrapada no mundo é essa. Vamos observar o nosso ocupado senhor num dia melhor: - Oi, amor, liguei para te dar um beijo. - Ah, querida, obrigado, um beijo para você também. Tenho um monte de coisas para fazer aqui, mas te ligo em cinco minutos. Saudades, adorei o seu beijo. A mensagem foi: tenho um lugar para você. Sim, o amor precisa de atos concretos. Se esses atos são em número insuficiente a tendência é de que o outro passe a reivindicar espaço. O resultado pode ser uma espiral de desentendimentos até a esfera de princípios, onde o convencimento é improvável e um equilíbrio só é atingido com vitória ou derrota. E o amor, se persistir, da realidade se volta para a memória, que passa a alimentar as esperanças do futuro. Esse verdadeiramente é um relacionamento em plena rotina, em eterno suspense do que pode ser e não é. São gestos muito simples, mas profundos, que fazem toda a diferença entre o sucesso e o fracasso.
Posted on: Fri, 30 Aug 2013 00:36:31 +0000
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