O Mito da Criação (Postado em Ideioso.br)    No - TopicsExpress



          

O Mito da Criação (Postado em Ideioso.br)    No Prose Edda, Snorri Sturlusson da uma completa descrição da criação que combina um numero de fontes de pesquisa antigas, que geralmente não eram consistentes umas com as outras. Os maiores poemas Eddicos usados por Snorri são o Vafþrúðnismál e Grímnismál (Os dizeres de Vafþrúðnir e Grímnir), que são mais ou menos uma duplificação um do outro, e a Voluspá (Profecia da Sábia ou Vidente); mas ele também utilizou alguns detalhes de fontes que hoje estão perdidas para nós e acrescentou alguns outros que são oriundos de suas próprias deduções... Parafraseando o Voluspá (vs. 3), Snorri enfatiza que no começo dos tempos não havia nada senão um grande vácuo chamado Ginnungagap, um vácuo preenchido por forças magicas poderosas (o termo ginnung é relacionado para a palavra do Old Norse(Nórdico Clássico ou Antigo) ginnregin, "Os deuses supremos", e a palavra rúnica ginArunAR, "runas dotadas de poder magico"). No Voluspá, o texto diz: "Quando Ymir viveu, em tempos mais antigos, quando não havia areia, nem mar, nem o barulho das ondas", ao passo que Snorri diz, "No começo, nenhuma coisa existiu, não havia areia, nem mar, nem o frescor das ondas.". É provável que a versão de Snorri reflita a tradição mais antiga, por causa de que a idéia de um espaço vazio e um mundo de mera potencialidade precedendo a criação e vista como que relacionada a herança ancestral dos povos Germânicos desde que nisto se acha um paralelo fabuloso com um hino cosmogonico muito conhecido pelo nome de Rgveda: "Ali não havia nem ser, nem não ser; não havia ali espaço nem acima um céu" (10.129). A mesma idéia é expressada em Old Norse pela frase "Jorð fannz æva né upphiminn" ("A Terra foi desconhecida e o Céu (mundo celestial) acima"), uma velha imagem poética com um paralelismo de uma prece Wessobrunn: "Dat ero ni was noh ufhimil" ("Não havia Terra nem um céu acima"), Bem assim como na forma em Inglês Clássico "Eorðan ... and upheofon."    Há muito tempo, muito antes da terra ser formada, existiu Niflheimr, um mundo escuro e enevoado da morte. Em Niflheimr existe um poço chamado Hvergelmir (lit., "caldeirão ressonante", de hverr, "caldeirão", e - gelmir, relacionado a galar, "rugindo"), do qual onze rios fluíam. No sul, ha o incandescente mundo quente de Múspell no qual o gigante Surtr ("negro/preto") tem como domínio. A ocorrência da palavra em Germânico Clássico múspilli no poema escatologico Bavarico no século X, aonde este designa o fogo universal ao fim do mundo, indica que o conceito reflete uma velha tradição Germânica. Os rios fustigaram por chuvaradas se derramando afora do enregelar de Niflheimr e camadas depois de mais camadas de gelo empilhadas em Ginnungagap. Entretanto, brasas faiscantes e brilhantes oriundas de Múspell encontraram a geada e o gelo, e do slush (neve suja e meio derretida; lama podre) resultante, surgiu uma vida quente emergida na forma de um ser primeiro antropomórfico que recebeu o nome de Ymir, ou Aurgelmir. Deste gigante primal provieram a terrível ninhada de gigantes do gelo, a quem ele engendrou pelo suar de um macho e uma fêmea de baixo de sua perna esquerda e criar um filho de uma de suas pernas com outra.    Obviamente, Snorri baseou-se em duas tradições em o Vafþrúðnismál : no verso 21, Ymir é nomeado como o gigante envolvido na formação do mundo, mas nos versos 29-35, Vafþrúðnir, o mais velho gigante vivo, explica para Óðinn que a genealogia dos gigantes começa com Aurgelmir, que foi pai de Þruðgelmir, que foi pai de Bergelmir, que foi pai do próprio Vafþrúðnir em si.    Nenhuma fonte direta esta disponível para contar a origem dos deuses que Snorri nos deu em Gylfaginning; o tempo do derretimento que tomou a forma de uma vaca, Auðhumla, cujo nome contem a palavra do Old Norse (Nórdico Clássico) auðr ("riquezas"), e outro termo conectado com a palavra de um dialeto Inglês que é hummel ou humble ("vaca sem chifres"), presumivelmente designando uma "rica vaca sem chifres". Esta vaca alimenta Ymir com o leite que flui de seus úberes, uma tradição que tem seu paralelismo com a vaca primal da mitologia Indo-iraniana. Auðhumla alimenta-se lambendo o gelo salgado, mas fazendo isto, ela da forma para outro ser primal, Búri, que gera um filho, Borr. Borr se casa com Bestla, a filha do gigante Bolþorn (literalmente, "espinho(thorn) maligno", um termo ainda usado no dialeto da Jutlândia (bøltorn) para designar uma "pessoa violenta, briguenta"). Borr e sua esposa tiveram três filhos: Óðinn, Vili, e Vé.    Quando os três irmãos divinos mataram o gigante Ymir, o sangue jorrado de suas feridas afogou todos os gigantes do gelo (hrímþursar), exceto Bergelmir, que escapa misteriosamente com sua família para continuar a raça. Agora os deuses se incumbiram de construir a terra. O corpo de Ymir é carregado para o meio de um grande vácuo; suas feridas formaram os mares e lagos, sua carne a terra, e seu crânio o céu (com um anão em cada canto, como se estivessem segurando-o), seus cabelos as árvores, seu cérebro as nuvens, seus ossos as montanhas, e assim vai. Fagulhas de Múspell formaram as estrelas e os corpos celestiais, e os deuses ordenaram seus movimentos, determinando as divisões do tempo.    A terra foi circundada por um vasto oceano. No meio da terra os deuses estabeleceram Miðgarðr, uma residência para a humanidade, fortificada por uma cerca feita pelas sobrancelhas de Ymir, e eles deram as terras no litoral para os gigantes se estabelecerem. A próxima tarefa dos deuses foi a criação do homem, que é relacionado ao mito de AskR e Embla (Voluspá 17-18). Finalmente, eles construíram Ásgarðr (Jardim ou Morada dos Deuses), suas próprias residências.
Posted on: Fri, 22 Nov 2013 23:47:04 +0000

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