O QUE TORNA BELO O DESERTO É QUE ELE ESCONDE UM POÇO EM ALGUM - TopicsExpress



          

O QUE TORNA BELO O DESERTO É QUE ELE ESCONDE UM POÇO EM ALGUM LUGAR “Numa época como a nossa há, para a comunidade cristã, dois perigos opostos: o perigo de só querer buscar a santidade no deserto, ou o perigo de esquecer a necessidade do deserto para a santidade.” Jacques Maritain. CARLOS DE FOUCAULD: UM NOVO PAI DO DESERTO? Daqui a pouco fará cem anos que Ir. Carlos foi morto no deserto do Saara, pelas mãos de um grupo de Tuareg armados, numa região que, até os dias de hoje, não conhece a paz. Apesar disso ele continua nos falando. Sua radical conversão aos 28 anos é bastante conhecida. Ele vai procurar Pe. Huvelin, um padre bastante renomado em Paris, para pedir-lhe aulas de religião. Em vez disso, Pe. Huvelin convida-o a ajoelhar-se e confessar-se. Deus não é um conceito que se apreende, mas, uma pessoa a ser encontrada. Ir. Carlos hesita, cede e a luz da fé o inunda. Mas, como em toda conversão, ela já vinha sendo gestada desde a muito tempo. Enviado ao Magreb, quando ainda era militar, essa terra e seus habitantes desvendaram a esse jovem militar um poço “descabeçado” horizontes novos. E, sùbitamente, ele deixa o exército e parte para uma viagem de exploração. Ele tem 23 anos. Ele passará um ano inteiro explorando o interior desértico do Marrocos. Alguns anos mais tarde ele escreverá a sua prima Maria de Bondy: “Este deserto é para mim tão cálido. É tão agradável, tão salutar colocar-se na solidão diante das coisas eternas: a gente se sente invadido pela verdade” Não sòmente o deserto falará à sua alma, mas também o Islã que é uma religião marcada pelo deserto, vai deixar um traço nele.: “ O islã produziu em mim uma profunda reviravolta... à vista dessa fé de pessoas vivendo na contínua presença de Deus, me fez entrever algo de grandioso, mais verdadeiro que as ocupações mundanas.” Quando o Ir. Carlos volta a Paris traz com ele uma interrogação: “Meu Deus , se você existe, faz com que eu Vos conheça.” Ele se lembrará mais tarde o quanto se sentia bem no silêncio das Igrejas, onde ficava longas horas, repetindo essa “ estranha oração.” O deserto tinha despertado nele o sentido de algo maior, ensinando-o a rezar antes mesmo de começar a ter fé. Durante quase toda sua vida religiosa ele permanecerá o homem do deserto, não somente por que passará a maior parte do tempo no Saara mas, porque ele viverá desse poço”que o deserto esconde”. Foi algo que ele aprendeu no tempo de seu noviciado com os Trapistas “:Estar só com Deus no universo é a primeira lição aprendida de Pe. Policarpo e eu agradeço por essa lição.” Alguns anos mais tarde ele escreverá ao Pe. Jerônimo que se prepara para a ordenação “Sua ocupação agora e até ordenar-se sacerdote, é estar só e ùnicamente com Deus. Estar como se você estivesse no universo sozinho com Deus. É preciso passar pelo deserto e aí permanecer para receber a graça de Deus. É aí que nos esvaziamos, expulsando de nós tudo o que não é Deus e esvaziamos completamente a pequena morada de nossa alma, para deixar todo o espaço totalmente para Deus. Os hebreus passaram pelo deserto, Moisés aí viveu antes de receber a sua missão, São Paulo ao sair de Damasco passou três anos na Arábia, o vosso patrono São Jerônimo, São João Crisóstomo se prepararam também no deserto. É indispensável. É um tempo de graça. É um período pelo qual todos que querem dar frutos devem necessàriamente passar ; é preciso esse silêncio, esse recolhimento, esse esquecimento de todo criado no meio do qual Deus estabelece seu reino e forma o espírito interior, a vida íntima com Ele, a conversa da alma com Deus na fé, na esperança e no amor. Mais tarde a alma produzirá frutos exatamente na medida em que o “homem interior” se formará nela. Se esta vida interior é nula não adianta ter zelo,boas intenções, muito trabalho, os frutos serão nulos: é uma fonte que gostaria de dar a santidade aos outros mas não poderá dar se não a tem. Só damos aquilo que temos. E é na solidão, na vida só com Deus, no recolhimento profundo da alma, que esquece todo o criado, para viver só na união com Deus, que deus se dá inteiramente àquele/a que se dá também inteiramente a Ele. UM IRMÃOZINHO NO DESERTO Paradoxalmente, é sòmente em Nazaré, depois de ter deixado os Trapistas que o Ir. Carlos viverá como um padre do deserto. Ele passará três anos aí na “perfeita solidão” de um “delicioso eremitério”. Se antes o deserto lhe havia revelado o “Deus maior”, em seguida irá lhe revelar o “Deus pequenino”, levando-o a deixar o eremitério para retornar ao deserto, mas não é mais o deserto como lugar onde se foge da presença humana, mas como lugar de encontro com o/a outro/a. O deserto o tomou e fez dele o “homem de Deus” a fim de que, mais tarde, pudesse testemunhá-Lo no meio dos homens e mulheres. Numa carta a seu amigo Luis Massignon ele diz: “Não há, eu creio, palavra do evangelho que tenha feito uma profunda impressão e mais transformado minha vida, como esta: “tudo o que fizeres a um desses pequenos, é a mim que o fazes”. Se imaginamos que essas palavras são da Verdade Incriada, da mesma boca que diusse: “Isto é meu corpo... Isto é meu sangue”... com que força seremos levados a buscar e amar Jesus nos “pequenos”, nos pecadores, nos pobres.” No momento de sua ordenação Ir. Carlos mudará o nome da congregação que deseja fundar. Os Eremitas do Sagrado Coração vão tornar-se agora Irmãozinhos do Sagrado Coração. Seu retorno ao deserto é inseparável de seu apelo a ser irmão .Em Beni Abbés ele desejará ser o “Irmão Universal”. Isso tinha um sentido concreto pois significa ser irmão no meio de grupos humanos bem diferentes, muitos em conflitos entre si os oficiais franceses, os soldados árabes a serviço do exército francês, a população indígena, a população árabe com seus escravos, na maioria roubada quando criança, das populações pobres do Sudão e do Mali, havia também os comerciantes judeus ou espanhóis. Era um deserto bem habitado. Na vida do Ir. Carlos, o deserto terá sempre um duplo significado – um lugar onde vive só com deus, um lugar onde deus está presente nos mais pequenos. De fato, o que faz a beleza do deserto é que ele esconde dois poços, em algum lugar. OS IRMÃOZINHOS E AS IRMÃZINHAS DE JESUS. Os primeiros irmãozinhos e as primeiras irmãzinhas começaram de maneira independente, cada qual centrado num “poço”. Inspirado por uma versão da regra que reflete a vida do Ir. Carlos em Nazaré, os irmãozinhos, com Pe. René Voillaume à frente, levarão primeiro um estilo de vida monástico em pleno deserto de El Abiod, oferecendo suas vidas em adoração e intercessão pelos seus irmãos do islã. Essa primeira tentativa será marcada por um grande esforço de adaptação. Exemplo, o apelo à oração era cantado em árabe, do alto da torre da capela. Por outro lado, Irz. Madalena terá, desde o começo, a intuição de que o Ir. Carlos deveria ser seguido a partir do que viveu e não do que escreveu. Como irmãzinha quis ficar próxima das pessoas. “Ser uma com eles” será uma de suas expressões preferidas. Essa expressão ela aprendeu com a Ação Católica. Mas, enquanto a Ação Católica encorajava seus membros a fazer-se “um deles” com um fim pastoral, para Irz. Madalena será sempre com um fim contemplativo. As irmãzinhas deveriam tornar-se “árabe com os árabes”, “operárias com os operários” e, principalmente, “humanas a entre os/as humanos”, no desejo de imitar Jesus. Para realizar este desejo ela parte com uma companheira, para Boghari, no deserto argelino. Mas, diante da situação extrema dos nômades elas se vem submergidas num turbilhão de atividades que as deixará decepcionadas nesse desejo de contemplação. Um dia escutaram a notícia de que a Igreja de El Golea, perto do túmulo do Ir. Carlos seria consagrada. Elas se dirigem para lá e lá, encontram pela primeira vez Pe. Voillaume, que também veio em peregrinação, com esse mesmo fim. A espiritualidade dos irmãozinhos e irmãzinhas, como encontramos expressa no livro “Fermento na Massa” é fruto do encontro entre essas duas pessoas tão diferentes e de experiências opostas. Os irmãozinhos deixarão a clausura e as irmãzinhas aprenderão a estruturar sua vida de maneira outra e não apenas segundo as necessidades do povo nômade. O DESERTO UM RITMO DE ORAÇÃO Mesmo se as duas comunidades nasceram no deserto, elas conhecerão rapidamente uma extensão maior, e a palavra “deserto” virá, cada vez mais, significar espaços de solidão com Deus que ritmarão uma vida de solidariedade com os mais pobres. O próprio Jesus tinha dado o exemplo. Diante das exigências de uma presença no mundo, sobretudo no mundo do trabalho, o Pe. Voillaume lembrará aos primeiros irmãozinhos essa necessidade. “ É necessário evitar, a todo preço, uma sobrecarga de trabalho, rotineiro e esmagador, encontrar um ritmo apropriado de retiro semanal, mensal e salvaguardar a qualquer preço. É preciso também, antes do retiro anual, ser fiel a estadias prolongadas no “deserto”, após vários anos de trabalho. A salvaguarda de nossa vida está nessa alternância de ritmo, conforme falei no capítulo que intitulei “Oração dos pobres”. É muito importante, temos necessidade disso, como teve Jesus de retiros no deserto.Isso não deve parecer-nos como momentos tirados às pessoas. Não aceitemos esse tipo de objeção, dizendo que os/as outros/as não podem permitir-se tais retiros e que não podemos nos distanciar dos pobres, dos trabalhadores, permitindo-nos essas ausências durante períodos mais longos. Não posso aceitar essa razão, pois ela procede de um raciocínio muito materialista. Vocês não tem a mesma vocação dos colegas de trabalho de vocês. Essa dupla alternância é o que fundamenta e unifica a vida contemplativa dos/as irmãozinhos/as. A contemplação de Deus que escolheu o caminho da encarnação envia da capela à rua, assim como a presença às alegrias e sofrimentos reenvia à Deus em atitude de adoração e intercessão. O Pe. Voillaume encontrou uma admirável síntese desta nova forma nazarena de contemplação nas palavras de Toyohiko Kagawa: “Quando enfiamos a mão no balde d´agua, quando atiçamos o fogo com o sopro do bambu, quando enfileiramos várias notas de dinheiro na nossa mesa de trabalho, quando somos queimados pelo sol, enfiados no arrozal, quando estamos em pé diante do forno de fundição, se não vivemos a mesma vida religiosa que vivemos estando no mosteiro, nunca o mundo será salvo.” Por sua encarnação Jesus fez de sua vida ordinária e comum, o lugar de encontro com o Pai. O DESERTO: SUA GRAÇA DE DESAPEGO Segundo Pe. Voillaume, uma certa aridez de deserto poderá marcar a oração dos/as irmãozinhos/as. Não basta estar corporalmente presente no deserto para ser beneficiado de suas vantagens espirituais: é preciso estar presente espiritualmente em vista de aí encontrar Deus. O deserto traz na sua realidade própria o sinal do isolamento, não somente humano, mas de todo e qualquer traço de presença e atividade humana, traz nela o selo da austeridade, do despojamento de todos os sentidos, tanto da visão como da audição. O deserto traz em si mesmo o sinal de uma total impotência do homem que aí descobre sua fraqueza, pois a pessoa humana não pode por si mesma, subsistir no deserto. Finalmente o deserto traz em si o sinal da pobreza, da austeridade, da extrema simplicidade. É Deus quem conduz ao deserto, pois o espírito não consegue permanecer se não for alimentado diretamente por Deus. É nisso que uma estadia no deserto difere de um retiro onde, ao contrário,é bom buscar todos os meios possíveis de renovar e entreter a fé: conferências, participar de ofícios litúrgicos, encontros com diretor espiritual. O deserto é uma tentativa para se avançar ao encontro de Deus nu, fraco, despojado de todo apoio humano, no jejum de todo alimento terrestre, mesmo espiritual. A graça do deserto é o desapego. Ir. Carlos escrevia ao Pe. Jerônimo que no deserto “esvaziamos completamente a pequena casa de nossa alma para deixar todo o lugar unicamente para Deus. ”O desapego não é um fim em si mesmo, senão na medida em que permite o apego a Deus, unicamente, que é a finalidade da vida contemplativa. Para o Pe. Voillaume a adoração noturna que os irmãozinhos/as tem o costume de fazer uma vez por semana, é a maneira de oração mais pura, pois sua aridez impede toda busca de si. O deserto é o atalho do pobre para encontrar Deus. O DESERTO: UMA TERRA ÁRIDA, SECA SEM ÁGUA Ir. Carlos falou muitas vezes em Tereza d`Avila invocando-a como sua mãe e, para explicar a vida dos/as irmãozinhos/as. Ele sempre sentiu uma grande afinidade com a espiritualidade carmelita e a referência que aí se faz ao deserto. “Todo lugar carrega em si um sentido espiritual, na medida em que ele contribui, através de nossos sentidos, a imprimir sua marca sobre o espírito. São João da Cruz tinha se dado conta da importância dos lugares, como meios de ajudar a contemplação. O deserto não é um lugar solitário e silencioso, como tantos que podemos encontrar pelo mundo, mesmo no meio da cidade. O deserto é mais que um lugar de retiro, pois ele traz em sua extensão e sua violência, valores que lhe são próprios. Como tal o deserto não serve em nada para o homem, e o espaço considerável que ocupam no planeta essas solidões desérticas, aparecem como que desprovidas de sentido diante de espaços mais restritos reservados às regiões férteis e populosas, muitas vezes incapazes de alimentar os habitantes que aí se amontoam. Assim como a adoração pura, da qual ele é a imagem, o deserto não é aparentemente de nenhuma utilidade para a pessoa humana.” ( Carta às fdes. Pg.296) Assim como o deserto nos escandaliza por causa de sua inutilidade, assim aparece, aos olhos de muitos, a vida contemplativa dos/as irmãozinhos/as. Se não estão num mosteiro, então porque não fazem alguma coisa? Vendo uma irmãzinha que trabalhava em fábrica, uma religiosa resumiu assim suas impressões: “é um grande desperdício de talento”. E a pergunta que muitas vezes nos é colocada, ”o que vocês fazem na congregação de vocês”? Não é uma pergunta de fácil resposta. É uma questão que vai ao âmago do ser contemplativo/a. Colocando de lado o apelo da contemplação a todo/a batizado/a, a Igreja reconhece certas congregações como sendo voltadas à contemplação. Elas têm uma missão “invisível” no interior do corpo de Cristo que encontra sua expressão numa separação visível do mundo. Para os/as irmãozinhos/as, a separação não se situa no nível da presença ao mundo, mas na escolha das atividades. Não empreendem nenhuma obra apostólica tradicional. Suas únicas atividades são as que nutrem uma semelhança a Jesus de Nazaré. Esta renúncia às atividades “úteis” ao longo da vida forma uma experiência de deserto que é única nos/as irmãozinhos/as, entre as congregações religiosas. E, como todo deserto, tem suas tentações. “Uma tal renúncia permanece sempre difícil e não temos que nos espantar se escandalizam os que estão à nossa volta, e, em certos dias, a nós mesmas/os. A tentação da realização pessoal que se dá numa atividade exterior imediata ou quando se utilizam meios eficazes, em alguns dias, é mais premente. Renunciar a isso é nossa clausura, nosso despojamento mais profundo.”( Pe. Voillaume- carta às fdes.pg.293) Irz. Madalena, no Boletim Verde dirigindo-se às candidatas, diz o seguinte: “Será que você realmente tem consciência de tudo o que isso pode acarretar de sofrimentos espirituais, pela renúncia a ver, você mesma, os frutos de seu trabalho ? Quase sempre semeará sem ter a alegria de colher. Como o Ir. Carlos, talvez nunca veja alguém chegar ao Cristo por sua causa ...” Mas, esta forma de vida é realmente tão ineficaz? Em 1962 as irmãzinhas estavam ao ponto de fechar a comunidade de Kerbubu, no Niger, com o povo Tuareg. O bispo queria, absolutamente, que as irmãzinhas assumissem a Escola para as crianças nômades. Diante da necessidade urgente, Irz. Madalena falou a um bispo que conhecia bem a fraternidade. Ele escreveu-lhe: “Eu confesso que ficaria desolado se vocês deixassem o país, mas, se o bispo acha que no momento a única possibilidade de presença é uma inserção assim, será melhor pedir-lhe permissão de retirar-se e ir “desbravar” em outro lugar.” De fato, uma outra congregação aceitou o pedido das irmãzinhas de assumir a Escola, e as irmãzinhas puderam continuar sua inserção. Uma das irmãzinhas que aí viveu durante 40 anos, morreu em 2006. Um jovem do lugar quis dar o seguinte testemunho no momento do funeral: “Irz. Martine, tu vinhas de um país de abundância , mas preferiste abandonar tudo e dar tua vida ao povo mais pobre da terra. Durante tua vida, escolheste de viver longe dos teus, no meio de homens e mulheres, os/as mais humildes. A vida exigente que viveste em Kerbubu, onde carregavas água no jumento, tecias esteiras,, cuidavas do rebanho, é para nós um testemunho do quanto tu estimavas nossa comunidade, nossa região tão seca, nosso pais. Não podemos esquecer como carregavas água na cabeça, buscavas lenha para ajudar alguma mulher de parto ou que estivesse doente. Tua religião, tua origem, tua cultura, nunca foram obstáculo para ti. Os estudantes e todos os moradores de Azel e de Kerbubu não esquecerão jamais esta mulher com quem podiam discutir, à sombra das árvores, sobre seu futuro, de suas famílias, de seu lugarejo. Alguns de nós fomos insolentes com vocês, é verdade. Mas, a experiência de vida de vocês estava mais adiantada que a nossa, por isso vocês nunca respondiam às nossas provocações. Utilizando a arma da paciência vocês encerravam essas questões com conselhos e até com presentinhos. Mas, mais do que isso: na realidade vocês utilizavam a arma espiritual, como fez N. S. Jesus Cristo que dizia: “Senhor perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem”. E nós descobrimos isso muito tarde. A paciência de vocês se enquadra com o que nos ensina o Corão: ”Deus está com os pacientes”. Tu fazes parte dos amigos de Deus, Martine. Tu eras paciente. ...Estejas certa, tua vida não foi inútil, porque tu deixaste uma herança rica e variada que nos permite enfrentar os obstáculos da vida e também provar ao mundo inteiro que é possível a coabitação entre religiões.” EM VERDADE, O QUE TORNA BELO O DESERTO É QUE ELE ESCONDE UM POÇO EM ALGUM LUGAR.
Posted on: Tue, 22 Oct 2013 00:36:30 +0000

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