O QUE VI PELO MUNDO Por Paulo Panayotis, publicada semanalmente no Grupo JBA O BRASIL ESTÁ MUITO CARO II Volto ao assunto. Outro dia escrevi aqui (ou desabafei) que o Brasil estava muito caro. Continua. E aumentando! Final de ano, Natal, Ano Bom e vamos enfiar a faca no alegre consumidor brasileiro que, se não consegue reclamar durante o ano, imagine agora! Na coluna passada fiz algumas comparações: carro de luxo por aqui, carro de luxo por lá (Europa e Estados Unidos). Jantar cinco estrelas por lá, pizza por aqui. Moradia perto da Casa Branca nos Estados Unidos versus apartamentinho nas grandes cidades brasileiras. Em todas, repito, TODAS as comparações, perdemos de lavada. Feio mesmo. Agora volto para dar mais alguns exemplos e, talvez, irritar um pouco mais você! Vamos aos dois extremos: pacote de carvão com três quilos, na média, R$ 15,00. Há dois anos custava entre R$ 3,00 e R$ 4,00. Deixar o carro com manobrista em restaurante, em São Paulo: “pode deixar doutor”... pode deixar R$ 20,00! E a maioria deixa seu carro na rua mesmo! Uma manchete no jornal me chamou a atenção: “As companhias aéreas estão amargando grandes prejuízos, quase quebradas”, dizia. Não esperam decolar do atoleiro durante a Copa do Mundo embora já tenham admitido que cobrarão de acordo com a “demanda”. Traduzindo: já quadruplicaram os preços para o período do grande campeonato mundial de futebol. Não consigo entender (e acreditar também). Há praticamente um oligopólio na aviação nacional. Duas companhias majoritárias competem entre si pelo maior preço e pelo menor (ou pior) serviço. Uma, que se autodenomina de baixo custo (low fare) e portanto devendo cobrar menos, faz exatamente o contrário. A outra, um pouco mais aceitável, cobra o que quer e nunca tem passagens para quando você precisa. Ah! E a diferença de preço entre uma e outra é muito pequena. Quase inexistente. E vivem entupidas. Como pode? Para deixar você, queridos leitores, um pouco mais irritados, vai lá um último exemplo. Passagem de avião com destino à Floripa, para duas pessoas no início de dezembro: entre R$ 1.000,00 e R$ 1.600,00 dependendo do horário e se compradas com pelo menos duas semanas de antecedência. Calculando: quase US$ 700,00 considerando o dólar a R$ 2,30 na maior cotação. Irritou? Mais um pouquinho: por conta de meu trabalho vivo viajando e, no início de dezembro, embarco para Istambul, na Turquia. Vou gravar mais uma série de reportagens em vídeo para meu portal “O Que Vi Pelo Mundo” que estreia já, já! E ir para Istambul e não conhecer a Capadócia é como ir ao Rio e não passear no bondinho. Pois bem. De Istambul até a Capadócia são cerca de setecentos quilômetros. A mesma distância entre São Paulo e Florianópolis. Vou de avião, com uma companhia de baixo custo, equivalente às que temos aqui no Brasil. Quanto? Anote e guarde na memória: R$ 1.400,00! O preço é quase igual diria você. Seria, se não fossem dois detalhes. Por este valor (aproximadamente US$ 610,00), comprei duas passagens aéreas Istambul - Kayseri (coração da Capadócia, na Anatólia Central) mais o aluguel de um carro médio (diesel) por três dias, mais a hospedagem para duas pessoas em um dos mais cobiçados hotéis (um hotel boutique 4 estrelas) da região. Agora você ficou “p”... Detalhe: a Capadócia é aquele lugar mágico mostrado na penúltima novela da Rede Globo, onde as pessoas passeavam de balão e as paisagens pareciam lunares. De fato são. Já estive por lá e agora volto para mostrar em vídeo, este lugar único, indescritível e, comparado ao Brasil, barato! Por lá, há milhares de anos, os homens construíram suas casas escavando as rochas e morando em cavernas chamadas “troglis” para se proteger. Daí veio o nome troglodita, ou seja, homens que moravam em cavernas escavadas na pedra. Legal né? Mas atualmente creio que este adjetivo é mais adequado para outro País, com outro comércio, outro custo de vida... 1-Balões na Capadócia, Turquia. 2- Florianópolis, Santa Catarina. (Fotos: Divulgação)
Posted on: Fri, 29 Nov 2013 14:05:46 +0000
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