O TRÂNSITO DESUMANIZA? No trânsito as regras de solidariedade e respeito não existem? Ivan Herrera Jordão Numa mesma semana, no espaço de não mais que três dias, apenas em horários diferentes (ambos não de pico), tivemos a desagradável oportunidade de estarmos circulando próximos de locais onde haviam ocorrido acidentes, e por força da profissão nos deslocamos, a pé, até o local dos fatos. Num dos casos, algumas pessoas juravam que o condutor do veículo de quatro rodas, não havia parado no sinal que cobrava essa postura, no cruzamento com uma das vias que compõem o eixo binário, no centro da cidade. Motoqueiro no chão, felizmente consciente, nenhuma fratura exposta. Um pouco mais e sua cabeça estaria sob a roda da frente do outro veículo. Fosse um veículo maior, como ônibus, caminhão ou carreta, na via preferencial, o condutor do carro teria parado? ? No outro acidente, a causa teria sido a falta de sinalização. Falta não. O condutor do carro teria acionado a seta, assim que provocou o acidente, após fazer a conversão e após o choque com o motociclista, derrubando-o e à sua acompanhante, ambos acabando feridos, sendo socorridos pela equipe do Samu, em seguida. E mais uma vez, pelo menos meia dúzia de outros motociclistas, solidários, relatavam que teriam presenciado a colisão e que a seta do carro não havia sido acionada, antes dos fatos. Fariam a mesma afirmação às autoridades competentes? ? Num outro acidente, cerca de quinze dias antes, o condutor do veículo maior afirmava ao policial que recebia as informações, que havia acionado a seta, antes de fazer a conversão. Também se tratava de um cruzamento e ele derrubara uma motociclista, a qual sofreu lesões e também recebeu os primeiros socorros de equipe do Samu. Apesar de o condutor estar jurando "de pés juntos" que acionara a seta, esta não estava funcionando na ocasião do relato... "Mas, como? O senhor afirma que sinalizou. Por que não deixou a seta ligada então? Seria a confirmação de que o senhor a teria usado..." - interpelou-o um curioso. Evidente que ao policial ocorrera o mesmo questionamento. ? A sequência de acidentes de trânsito está assustando a população. E não é sem razão. Felizmente a Secretaria Municipal de Trânsito está tomando as medidas necessárias para amenizar o problema. Mudança de radar, de mão de direção em algumas vias que passam a ser de mão única e não dupla, entre outras. A nossa sugestão hoje é a de que a Prefeitura, novamente através de concurso, selecione pelo menos outro tanto de agentes de segurança. Devidamente treinados, sejam distribuídos em pontos estratégicos, onde os motoristas que estão na profissão errada (deveriam ser pilotos de corrida, no mínimo), estão acostumados a pisar no acelerador, ultrapassando em cruzamento e dando a mínima para motociclistas. Com o numerário (a grana, mesmo), que seria auferida com as autuações por infração de trânsito, o poder público municipal teria o suficiente para adquirir muitos radares e porque não, câmeras, com monitoramento à distância? Aí é que o bicho vai pegar. Não vai? O mundo se modernizou. Somos ou não somos uma cidade moderna? Já se disse que existem verbas em Brasília e o que falta é a elaboração de bons projetos para pleiteá-los. Temos na câmara dos vereadores um especialista na elaboração de projetos de leis, não temos? E temos deputados que nos representam. Ser ciclista, em Votuporanga, então? A impressão que fica é a de que muitos motoristas em veículo de quatro rodas aprenderam desde pequenos, que ciclista é inferior e ele é quem tem que parar, ainda que esteja na preferencial... Coitado do pedestre!... Especialmente para estes condutores superiores, sugerimos que façam um bom movimento com faixas e tudo o mais, que de direito tem uma manifestação ordeira, civilizada, solicitando a inclusão desse preconceito no Código Brasileiro de Trânsito. Quem sabe, na Constituição Brasileira? Bom domingo. Com Deus no coração e mais amor pelo seu irmão, de sangue ou não. Independente de vulnerabilidade social. Ivan Herrera Jordão ihjordao@hotmail
Posted on: Mon, 08 Jul 2013 12:03:49 +0000
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