O ano de 1978 foi especial para a biografia política de Antonio - TopicsExpress



          

O ano de 1978 foi especial para a biografia política de Antonio Mariz. O general-presidente Ernesto Geisel havia deflagrado o processo de abertura política “lenta, gradual e segura”. Os governadores seriam eleitos indiretamente, mas teriam que ter popularidade. Era uma tentativa de aproximar o desgastado regime militar e seu braço político, a Arena, do povo, depois da acachapante derrota eleitoral de 1974, para o Senado. O nome de Mariz se emoldurava com justeza no figurino traçado pelo Palácio do Planalto. Era arenista, porém descolado da ordem estabelecida. Tinha popularidade. Seu único defeito, como se veria depois, era ser honesto demais, não se subordinava aos manda-chuvas da política paraibana. Seu opositor era o senador biônico Milton Cabral, desconhecido do povo da Paraíba, apesar de ser paradoxalmente seu representante formal no Senado. Morando no Rio de Janeiro havia muitos anos, o paraibano de Cajazeiras Ivan Bichara Sobreira fora trazido pelos militares de volta ao estado natal para ser governador, em 1974, indicação homologada pela maioria arenista na Assembléia Legislativa. A estréia de Bichara foi mal. No ano em que fora ‘eleito’, os paraibanos escolheram nas urnas o emedebista Ruy Carneiro para senador, derrotando o candidato da Arena. Em 1978, já concluindo o mandato, Bichara anunciou sua candidatura ao Senado. Foi selado, então, o famoso “Acordo de Brasília”. Por ele, Mariz seria o governador; o deputado Ernani Sátiro, senador indireto; e Ivan Bichara, candidato a senador na eleição direta. O anúncio da escolha de Mariz alcançou grande repercussão popular. Pela primeira vez, um candidato em eleição indireta era recebido com entusiasmo pelo povo. Mas as tramas palacianas estavam em curso. Mariz não sabia. Foi dormir governador e acordou com a notícia de que o escolhido dos militares era o professor Tarcísio de Miranda Burity, então secretário de Educação do estado, um neófito em política. Foi um duro golpe, atribuído até hoje ao general Reinaldo Melo de Almeida, filho do festejado paraibano e ex-ministro José Américo de Almeida. Mariz se insurgiu contra a indicação de Burity e anunciou que disputaria a convenção da Arena, num gesto de desafio aos generais. Foram inúteis os esforços de correligionários e amigos para demovê-lo daquele propósito. João
Posted on: Fri, 23 Aug 2013 01:26:06 +0000

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