O artigo de hoje: Portugal vive amarrado ao lobby do mercado interno, isto é dos grupos de interesses que defendem que o crescimento deve ser conseguido à custa do aumento do consumo. É isso que significa a pressão para baixar o IVA na restauração de 23 para 13% (e porque não no sector automóvel?); é isso que significa as declarações do CEO da Sonae Sierra, que diz temer que o corte na despesa pública afectem os sinais de melhoria da actividade nos centros comerciais. Os cortes na despesa vão afectar o consumo e podem prejudicar o crescimento? Claro que sim. Mas a pergunta que temos de fazer não é essa. É: Temos alternativa ao corte da despesa? Não (até Paulo Portas já percebeu isso). Porque continuamos a gastar mais do que recebemos e porque já não temos quem nos empreste dinheiro para manter esses gastos. É isto que os portugueses precisam de perceber, de uma vez por todas: o consumo interno (e, consequentemente a economia interna) só pode crescer em função da procura externa. Senão geram-se desequilíbrios nas contas externas que depois são pagos com língua de palmo. Já foi assim em 1978-1979, já foi assim em 1983-1985 e volta a ser assim em 2011-... (sabe Deus quando vai terminar). P.S. - Várias pessoas me escreveram hoje a perguntar por que não abordei o orçamento do Estado no artigo de hoje. Simples: à hora a que ficámos a conhecer OE, já a página de Opinião tinha fechado
Posted on: Wed, 16 Oct 2013 08:50:13 +0000
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