O cabeamento, isto é, a infraestrutura básica por onde trafegam - TopicsExpress



          

O cabeamento, isto é, a infraestrutura básica por onde trafegam todos os dados via internet, deveria ser público, isto é, integralmente financiado e gerenciado por agentes dos governos. Embora tenda-se a pensar que os estados totalitários sejam mais censores, vigilantes e punitivos em relação à informação (conversas, compartilhamento e produção de bens simbólicos) do que entes privados, quando o sistema de telecomunicações é privado, o problema de eles terem que ceder os dados de seus assinantes para os governos não é o único e nem tampouco o pior. O grande lobby das teles – para o qual a Anatel e o MiniCom são coniventes – prega que elas gastem o mínimo e lucrem o máximo possível extratificando cada vez mais a sua carta de clientes por distância dos grandes centros, capacidade de investimento por parte do cidadão (isto é, quanto cada um pode pagar pelo serviço) e custos de logística. Bem… A verdade é que todas lucraram horrores com as privatizações e ofertam um serviço caríssimo, de baixíssima qualidade e de garantias mínimas de velocidade. O que eles querem? Que, ao invés de pagarmos por planos de acesso ilimitado por velocidade de tráfego (p. ex. 1 Mbit/s, 15 Mbits/s, 50 Mbits/s), que paguemos por pacotes de serviços, tal qual nos cobram pelo acesso à telefonia. Então, as telecoms pregam que sairá mais barato para elas e que a população será mais bem atendida caso os planos passem a ser oferecidos por pacotes de serviços. Dessa forma, cada um de nós teria que pagar separadamente e, certamente, um valor mais caro e com uma velocidade menor, para: a) usar redes sociais; b) usar videoconferência; c) navegar na web; d) acessar e-mails; e) baixar arquivos, aplicativos, músicas e vídeos. Pensem agora na seguinte analogia: ao invés de pagar a conta da água pela quantidade de água que verte de todas as torneiras da casa com a mesma vazão, que passássemos a pagar por torneira. Pior: que, nas torneiras para as quais pudéssemos pagar, que, em algumas delas, vertesse apenas um filete. Quais as consequências disso? A redução da capacidade econômica do país, com a diminuição do compartilhamento da criatividade e da oferta de produtos imateriais cada vez mais importantes para o empreendedorismo e para a emancipação da população; uma maior inibição das pessoas em comentar questões sociais que as atormentam, diminuindo, assim, a capacidade de informação e de conscientização. Por isso, devemos garantir a neutralidade na rede, isto é, a capacidade de os dados trafegarem para todos da mesma maneira. Sugiro acompanherem os trabalhos do prof. Sergio Amadeu da Silveira e do publicitário Joao Carlos Caribe, que discutem essas questões pelo mundo inteiro.
Posted on: Sun, 16 Jun 2013 16:49:56 +0000

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