O paradoxo da informação. Quanto mais temos acesso a - TopicsExpress



          

O paradoxo da informação. Quanto mais temos acesso a informação e a diversidade de possibilidades de nos comunicarmos e com isso vem a necessidade de estar o tempo inteiro conectado e de certa forma envolvidos com milhares de tarefas e trabalhos para que possamos custear nossas necessidades de consumo, sejam elas básicas ou por pura ostentação, pagamos o preço da perda da tranquilidade e o tempo que antes existia para que pudéssemos nos dedicar a criar algo extraordinário. Não se cria nada extraordinário da noite para o dia e nem no ritmo desse mecanismo absurdo que consome tudo para gerar novos desejos de consumo. Nesse momento é que podemos entender o porquê das artes mais acessíveis a população e por isso também mais comerciais terem entrado numa dinâmica de decadência. A necessidade de se vender tomou a frente da necessidade de se criar algo que perdure, que tenha alguma relevância histórica. Se hoje um artista parar TUDO apenas para se dedicar a sua arte de criar, ele morre de fome e desaparece no meio de tantas manifestações que estão em ebulição a todo momento. Quando não existia TV, Revista, Internet e outras distrações e necessidades, a arte era uma forma que o ser humano encontrava de manifestar suas impressões do mundo e os sentimentos coletivos e individuais. Para isso dispunha de tempo e não havia uma cobrança interna e muito menos de mercado para uma produção em massa e veloz. Existia um compromisso com o desenvolvimento da ideia original. Uma música, um poema, um livro, uma peça, era trabalhada quase que de forma artesanal, talhada a mão e ao tempo. Com dedicação e esmero. Sem pressa e sem se importar se seria vendida conforme a demanda do mercado, pois o mercado não era voraz como hoje. Nos dias que vivemos, aquele que não conseguir produzir material suficiente para o consumo desenfreado dessa geração que nada num oceano com profundidade de uma piscina de criança, desaparece. E ouse correr o risco de ignorar a dança que reina nesse baile. Talvez você seja obrigado a ler ou a ouvir que o que fez a meses atrás já não tem qualquer valor e não faz mais qualquer sentido. O tempo sempre foi e sempre será o maior aliado e o maior inimigo de uma criação. Quando se possuí tempo, você tem liberdade para deixar fluir sem medo suas inspirações, quando o tempo lhe coloca na roda viva ou você o acompanha ou some. Deve ser por isso que estamos quase mugindo em nossas canções. Não existe mais tempo nem de desenvolver frases inteiras. E assim caminha a humanidade. Palavras de Tico Santa Cruz
Posted on: Fri, 06 Sep 2013 02:52:06 +0000

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