O quadro é muito complexo: A esquerda foi quem começou tudo, - TopicsExpress



          

O quadro é muito complexo: A esquerda foi quem começou tudo, reivindicando a socialização de um direito: o de ir e vir, cerceado pelo aumento do preço da passagem. A burguesia atacou em duas frentes: criminalizando o movimento através da mídia (tratava-se de "vândalos" e "baderneiros") e usando a polícia para reprimir. A polícia foi incitada pela própria grande imprensa burguesa, que pediu claramente violência do Estado em editoriais. E foi isso que aconteceu. Um fotógrafo até perdeu a visão de um dos olhos. No entanto, o protesto cresceu. Parecia um ótimo sinal. Só que a mídia, ao se dar conta de que não era possível coibir as manifestações criminalizando-as, passou a apoiá-las abertamente e manipulá-las. Agora a estratégia é outra: fazer o café virar café descafeinado, ou seja, levar às ruas bandeiras absolutamente inexpressivas, como "contra a corrupção". Desse modo, o movimento se tornaria tão relevante politicamente quanto um bloco de carnaval. O problema é que, quando a mídia fala em “corrupção”, seu público, cuidadosamente moldado há décadas, entende “PT”. E isso atiçou a direita. Hoje (e na segunda-feira também), o senso comum saiu do sofá e tomou as ruas, com suas bandeiras genéricas e estúpidas. Querem pena de morte para corruptos (ou corruPTos) e Joaquim Barbosa presidente. Reivindicam-no com bandeiras e camisas do Brasil, cantando hino e “eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”. Pode parecer apenas burrice inofensiva. Antes fosse. Mas não é. Não é, porque uma parte dessa burrice, que é o anti-partidarismo, introduziu violência fascista. Militantes de partidos são expulsos de manifestações através de violência. É uma pena que não haja consciência de que essa imposição da bandeira nacional sobre qualquer bandeira partidária seja tão simbólica do fascismo. Parece coisa de general velho e decrépito. Na melhor das hipóteses, todo esse movimento vai servir apenas para alavancar a campanha tucana ano que vem. Na pior, a Dilma sai agora mesmo e botam qualquer coisa à direita no seu lugar. Agora, a esquerda precisa colocar todo e qualquer sectarismo de lado e se unir para disputar o movimento. Se eles são anti-partidários e, em sua maioria, desprovidos de qualquer projeto político, nós precisamos ser absolutamente supra-partidários e organizados. Sabemos muito bem nossas reivindicações principais. Nós, sim, temos um projeto político claro e sólido. Temos que disputar esse movimento, sob pena de sofrermos um retrocesso de décadas no Brasil.
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 00:56:23 +0000

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