O que o povo que estava na rua no mes de junho queria, em último - TopicsExpress



          

O que o povo que estava na rua no mes de junho queria, em último término, de forma consciente ou inconsciente? Para responder me apoio em três citações inspiradoras. A primeira é de Darcy Ribeiro no prefácio ao meu livro O caminhar da Igreja com os oprimidos((1998):”Nós brasileiros surgimos de um empreendimento colonial que não tinha nenhum propósito de fundar um povo. Queria tão-somente gerar lucros empresariais exportáveis com pródigo desgaste de gentes”. A segunda é de Luiz Gonzaga de Souza Lima na mais recente e criativa interpretação do Brasil:”A refundação do Brasil: rumo à sociedade biocentrada (São Carlos 2011):”Quando se chega ao fim, lá onde acabam os caminhos, é porque chegou a hora de inventar outros rumos; é hora de outra procura; é hora de o Brasil se Refundar; a Refundação é o caminho novo e, de todos os possíveis, é aquele que mais vale a pena, já que é próprio do ser humano não economizar sonhos e esperanças; o Brasil foi fundado como empresa. É hora de se refundar como sociedade”(contra-capa). A terceira é do escritor francês François-René de Chateaubriand (1768-1848):”Nada é mais forte do que uma ideia quando chegou o momento de sua realização”. Minha impressão é que as multitudinárias manifestações de rua que se fizeram sem siglas,sem cartazes dos movimentos e dos partidos conhecidos e sem carro de som, mas irrompendo espontaneamente, queriam dizer: estamos cansados do tipo de Brasil que temos e herdamos: corrupto, com democracia de baixa intensidade, que faz políticas ricas para os ricos e pobres para os pobres, no qual as grandes maiorias não contam e pequenos grupos extremamente opulentos controlam o poder social e político; queremos outro Brasil que esteja à altura da consciência que desenvolvemos como cidadãos e sobre a nossa importância para o mundo, com a biodiversidade de nossa natureza, com a criatividade de nossa cultura e como maior patrimônio que temos que é o nosso povo, misturado, alegre, sincrético, tolerante e místico. Efetivamente, até hoje o Brasil foi e continua sendo um apêndice do grande jogo econômico e político do mundo. Mesmo politicamente libertados, continuamos sendo reconolizados, pois as potências centrais antes colonizadoras, nos querem manter ao que sempre nos condenaram: a ser uma grande empresa neocolonial que exporta commodities, grãos, carnes, minérios como o mostra em detalhe Luiz Gonzaga de Souza Lima e o reafirmou Darcy Ribeiro citado acima. Desta forma nos impedem de realizarmos nosso projeto de nação independente e aberta ao mundo. Diz com fina sensibilidade social Souza Lima:”Ainda que nunca tenha existido na realidade, há um Brasil no imaginário e no sonho do povo brasileiro. O Brasil vivido dentro de cada um é uma produção cultural. A sociedade construíu um Brasil diferente do real histórico, o tal país do futuro, soberano, livre, justo, forte mas sobretudo alegre e feliz”(p.235). Nos movimentos de rua irrompeu este sonho exuberante de Brasil. Caio Prado Júnior em sua A revolução brasileira (Brasiliense 1966) profeticamente escreveu: ”O Brasil se encontra num daqueles momentos em que se impõem de pronto reformas e transformações capazes de reestruturarem a vida do país de maneira consentânea com suas neessidades mais gerais e profundas e as espirações da grande massa de sua população que, no estado atual, não são devidamente atendidas”(p. 2). Chateaubriand confirma que esta idéia acima exposta madurou e chegou ao momento de sua realização. Não seria sentido básico dos reclamos dos que estavam, aos milhares, na rua? Querem um outro Brasil. Sobre que bases se fará a Refundação do Brasil? Souza Lima diz que é sobre aquilo que de mais fecundo e original temos: a cultura brasileira.”É através de nossa cultura que o povo brasileiro passará a ver suas infinitas possibilidades históricas. É como se a cultura, impulsionada por um poderoso fluxo criativo, tivesse se constituído o suficente para escapar dos constrangimentos estruturais da dependência, da subordinação e dos limites acanhados da estrutura socioeconômica e política da empresa Brasil e do Estado que ela criou só para si. A cultura brasileira então escapa da mediocridade da condição periférica e se propõe a si mesma com pari dignidade em relação a todas as culturas, apresentando ao mundo seus conteúdos e suas valências universais”(p.127). Não há espaço aqui para detalhar esta tese original. Remeto o leitor/a a este livro que está na linha dos grandes intérpretes do Brasil a exemplo de Gilberto Freyre, de Sérgio Buarque de Hollanda, de Caio Prado Jr, de Celso Furtado e de outros. A maioria destes clássicos intérpretes, olharam para trás e tentaram mostrar como se construíu o Brasil que temos. Souza Lima olha para frente e tenta mostrar como podemos refundar um Brasil na nova fase planetária, ecozóica, rumo ao que ele chama “uma sociedade biocentrada”. Não serão estes milhares de manifestantes, os protagonistas antecipadores do ancestral e popular sonho brasileiro? Assim o queira Deus e o permita a história. Compartilhar: Email Facebook1K+ Twitter237 Google +1 Curtir isso: 43 COMENTÁRIOS de → Ética, Economia, educação, Política Mensagem de São Francisco aos jovens de hoje 20/07/2013 São Francisco de Assis é um dos santos mais amados e populares do povo brasileiro. O novo Papa assumiu o nome de Francisco para cumprir a mesma missão que ele teve, há mais de 800 anos, a de restaurar a Igreja que estava em ruinas. O Papa Francisco tem semelhante missão: a de restaurar uma Igreja arruinada por vários tipos de escândalos internos a ela que lhe tiraram o que de melhor tinha: a credibilidade e a confiabilidade dos fiéis. Aqui transcrevo uma imaginária mensagem de São Francisco de Assis, por ocasião da visita do Papa Francisco de Roma à Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Ela está contida num livro que acabo de publicar pela editora Mar de Ideias, com o título: “Francisco de Assis e Francisco de Roma: uma nova primavera para a Igreja?” Assim falou São Francisco aos jovens de hoje Queridos jovens, meus irmãos e minhas irmãs. Como vocês, também fui jovem. Era filho de um rico comerciante de tecidos: Pedro Bernardone. Com ele fui às famosas feiras do sul da França e da Holanda. Aprendi francês e conheci um pouco o mundo, especialmente a música dos jograis e as cantigas de amor da Provence. Minha festiva juventude Meu pai, muito rico, me proporcionou todas as facilidades. Eu liderava um grupo de jovens boêmios que adoravam passar muitas horas à noite nos becos das ruas, cantando poemas de amor cortês e ouvindo menestreis que narravam histórias de cavalaria. Fazíamos festins e muita algazarra. Assim se passaram vários e alegres anos. Depois de algum tempo, comecei a sentir um grande vazio dentro de mim. Tudo aquilo era bom, mas não me preenchia. Para superar a crise, tentei ser cavaleiro e fazer façanhas em batalhas contra os mouros. Mas no meio do caminho desisti. Entrei num mosteiro para orar e fazer penitência. Mas logo percebi que esse não era o meu caminho. O chamado para reconstruir a Igreja em ruínas Lentamente, porém, começou a crescer dentro de mim um estranho amor pelos pobres e profunda compaixão pelos hansenianos que viviam isolados, fora da cidade. Lembrava-me de Jesus que foi também pobre e o muito que sofreu na cruz. Certo dia, quando entrei numa igrejinha, de nome São Damião, fiquei longamente contemplando o rosto chagado do Cristo Cruficado. De repente, me pareceu ter ouvido uma voz vindo dele:”Francisco, vá e repara a minha igreja que está em ruinas” Aquelas palavras calaram fundo no meu coração. Não conseguia esquecê-las. Comecei, com minhas próprias mãos, a reconstruir uma pequinina e velha igreja em ruinas, chamada de Porciúncula. Depois, pensando melhor, me dei conta de que aquela voz se referia à Igreja feita de homens e de mulheres, de prelados, abades, padres, não excluindo o própro Papa. Ela estava em ruína moral. Grassavam muitas imoralidades, fome de poder, acumulação de riquezas, construções de palácios de cardeais, de papas e suntuosas igrejas. Tudo aquilo que Jesus seguramente não queria de seus seguidores. A descoberta do evangelho e dos pobres Achei por bem beber da fonte genuina da reconstrução da Igreja: os evangelhos e o seguimento de Jesus pobre. Ninguém me inspirou ou mandou; mas foi Deus mesmo que me conduziu ao meio dos hansenianos. E tive imensa compaixão deles. Aquilo que antes achava amargo, agora, pelo amor compassivo, se me tornava doce. Comecei a pregar pelos burgos as palavras de Cristo, em língua popular que todos entendiam. Via nos olhos da pessoas que era isso que esperavam e queriam ouvir. Todos os seres da criação são nossos irmãos e irmãs Nas minhas andanças me fascinava a beleza das flores, o canto dos passarinhos, o ruido das águas dos riachos. Tirava do caminho poierento a minhoca para não ser pisada. Entendi que todos tínhamos nascidos do coração do Pai de bondade. Por isso éramos irmãos e irmãs: o irmão fogo, a irmã água, o irmão e Senhor Sol e a irmã e a Mãe Terra. Muitos antigos companheiros de festas e diversões se juntaram a mim. Uma bela e querida amiga, Clara de Assis, fugiu de casa e quis compartilhar a nossa vida simples. Começamos um movimento de pobres. Nada levávamos conosco. Apenas o ardor do coração e a alegria do espírito. Trabalhávamos nos campos ou pedíamos esmolas. Queríamos seguir os passos de Cristo humilde, pobre e amigo dos pobres. Tive a compreensão do Papa Inocêncio III que aprovou, não sem hesitações, o caminho que eu e meus companheiros queríamos seguir. Depois de alguns anos, já éramos uma multidão a ponto de eu não saber mais como abrigar e animar tanta gente. O resto da história vocês conhecem. Não preciso repeti-la. Com o apoio do Papa daquele tempo, criou-se a Ordem dos Frades Menores, com diversos ramos, que persiste até os dias de hoje. Vejam, queridos jovens, irmãos e irmãs meus queridos. Tive uma experiência que certamente vocês, como jovens, também tiveram ou estão tendo: de roda de amigos, de festas e de folias. Portanto, temos algo em comum. Mas aproveito agora que estamos juntos para dizer-lhes algumas coisas que considero de suma importância para os tempos atuais. A Mãe Terra está doente e com febre A primeira é: como nunca antes, estamos num momento critico da história da Terra e da Humanidade. O clamor da natureza se faz ouvir de forma cada vez mais forte. Nossa querida Mãe Terra está doente e com febre, pois, já há muito tempo, a estamos superexplorando. Tiramos dela mais do que ela anualmente pode repor. O ar está contaminado, as águas poluidas, os solos envenados e nossos alimentos cada vez mais quimicalizados. O aquecimento da Terra não para de aumentar. Milhares de espécies de seres vivos, nossos irmãos e irmãs, estão desparecendo por ano: uma verdadeira devastação, ocasionada pela forma agressiva com a qual nos relacionamos com a natureza, com os seres vivos e a com própria a Terra. Devemos urgentemente fazer uma aliança global de cuidar da Terra e uns e dos outros, caso não quisermos conhecer grandes dizimações que afetarão toda a comunidade de vida. Corremos, portanto, grande risco. Mas se assumirmos uma responsabilidade solidária e um comportamento de cuidado com tudo o que existe e vive, poderemos escapar desta tragédia. E vamos escapar. Colocar o coração no centro de tudo Uma segunda coisa preciso dizer-lhes como um irmão mais experimentado: temos que mudar a nossa mente e o nosso coração. Mudar a mente para olhar a realidade com outros olhos. Os olhos das ciências hoje nos comprovam que a Terra é viva e não apenas algo morto e sem propósito, uma espécie de baú de recursos ilimitados que podemos usar como queremos. Eles são limitados, como a energia fóssil do carvão e do petróleo, a fertilidade dos solos e as sementes. Ela é mãe generosa. Precisa ser cuidada, amada e respeitada como o fazemos com nossas mães. Vocês sabem que os astronautas, lá da Lua ou de suas naves espaciais, nos testemumharam: Terra e Humanidade são inseparáveis; formam uma única entidade, indivisível e complexa. Por isso nós, seres humanos, somos aquela porção da Terra que sente, que pensa, que ama e que venera. Somos Terra e tirados da Terra como nos dizem as primeiras páginas da Bíblia. Mas recebemos uma missão única, como se lê no segundo capítulo do Gênesis: somos colocados no Jardim do Eden, quer dizer, na Mãe Terra, para cuidar e guardar todas as bondades naturais. Somos os guardiães da herança que Deus e o universo nos confiaram e que queremos repassar para nossos filhos e netos, conservada e enriquecida. Além da mente devemos também mudar o nosso coração. O coração é tudo. É o lugar do sentimento profundo, do afeto caloroso e do amor sincero. O coração é o nicho de onde crescem todos os valores e se expressa o mundo das excelências. Junto com a razão intelectual que vocês tanto exercitam na escola, no trabalho e na condução da vida, existe a inteligência cordial e sensível. Ela foi, por muito tempo, colocada sob suspeita com o pretexto de que ela nos tiraria a objetividade do olhar. Puro engano. Hoje entendemos que precisamos resgatar, urgentemente, a razão cordial e sensível para enriquecer a razão intelectual. Só com a razão intelectual sem a razão cordial não vamos sentir o grito dos pobres, da Terra, das florestas e das águas. Sem a razão cordial não nos movemos para ir ao encontro dos que gritam e sofrem, a fim de socorrê-los, oferecer-lhes um ombro e salvá-los. Da razão cordial nasce a ética, aquele conjunto de valores que orientam nossa vida. Por isso, meus queridos jovens, vocês que naturalmente são sensíveis para os grandes sonhos e para o vôo de águia na direção das alturas, cultivem um coração que sente, que se comove e que leva à ação salvadora. Essa razão cordial e sensível é mais ancestral que a inteligência intelectual. É ela que nos faz guardar as boas ou más experiências. Proteger a Mãe Terra, cuidar da vida e optar pelos pobres Uma terceira coisa gostaria de dizer-lhes confiadamente: importa nunca esquecer os pobres do mundo. São milhões e milhões de irmãos e irmãs que nos atualizam a paixão de Jesus. Eles devem ser reforçados em suas lutas e movimentos para se libertarem da pobreza que Deus não quer porque ela os faz morrer antes do tempo. A fome é assassina e nós não podemos permitir esse crime coletivo. Em seguida faz-se urgente proteger a Mãe Terra e cuidar da vida. Ambas estão ameaçadas. Faz-se urgente inauguarmos uma forma nova de habitar o planeta Terra. Assim como estamos, não podemos continuar. Até agora habitávamos dominando com o punho fechado e submetendo tudo. Os novos conhecimentos foram o grande instrumento de intervenção na natureza. Em quatrocentos anos afetamos as bases naturais que sustentam a nossa vida. Alimentamos um projeto de ilimitado progresso. E de fato trouxemos notáveis progressos e comodidades para grande maioria da humanidade. Mas hoje estamos conscientes de que a Terra, pequena e limitada, não aquenta um projeto ilimitado. Encostamos nos seus limites. Porque continuamos a forçar estes limites, a Terra responde com tufões, enchentes, secas, terremotos e tsunamis. Esse modelo agressivo de habitar o mundo, cumpriu sua missão histórica. A continuar assim, pode nos causar grandes prejuizos e eventualmente ameaçar a espécie humana. Temos que mudar se quisermos sobreviver. No lugar do punho fechado para submeter, devemos ter a mão aberta para o cuidado essencial, para o entrelaçamento dos dedos numa aliança de valores e princípios que poderão sustentar um novo ensaio civilizatório. Precisamos produzir, sim, para atender as necessidades humanas. Mas temos que aprender a produzir respeitando os limites da natureza e da Terra, tirando delas o necessário e o decente para a vida de todos, com justiça e equidade. Será uma sociedade de sustentação de toda a vida. O centro será ocupado pela vida da natureza, pela vida humana e pela vida da Terra. A economia e a política estarão a serviço mais da vida do que do mercado. Sejam a mudança que querem para os outros Caros jovens: sejam vocês mesmos a mudança que querem para os outros. Comecem vocês mesmos a viver o novo, respeitando cada um dos seres da natureza, cada planta, cada animal, cada paisagem porque eles possuem um valor intrínseco e em si mesmo, independente do uso racional que fizermos deles. São nossos irmãos e irmãs. Com eles fundaremos uma convivência de respeito, de reciprocidade e de mutua ajuda para que todos possam continuar vivos neste planeta, também os mais vulneráveis para os quais devotaremos mais cuidado e amor. Queridos irmãos e irmãs jovens: resistam à cultura da acumulação e do consumo. Pensem nos outros irmãos e irmãs que são milhões e milhões que vivem e dormem com fome e com sede e passando por grandes padecimentos. Nunca, em nenhum dia, deixem de pensar e se preocupar com os pobres e com seu destino dramático, principalmente, das crianças inocentes. Tenham um consumo solidário e vivam uma sobriedade compartida; façam a experiência de que com menos poderão ser mais e que a felicidade reside não no enriquecimento e numa boa profissão, mas no compartir e tratar sempre humamente a todos os humanos, nossos semelhantes e estar em harmonia com a natureza e os ritmos da Mãe Terra. Alimentar a dimensão da espiritualidade na vida Por fim, caros jovens, irmãos e irmãs meus queridos: nada disso tudo que refletimos terá eficácia se não misturarmos Deus em todos os nossos empreendimentos. Ele não está em parte nenhuma, porque está em todas as partes. Mas está principalmente no coração de vocês. Dentro de cada um de vocês queima uma brasa viva e arde uma chama sagrada: é a presença misteriosa e amorosa de Deus. Ele emerge de forma sensível no fenômeno do entusiasmo, tão forte na idade de vocês. Entusiasmo significa ter um Deus dentro: é o Deus interior, Deus companheiro e amigo, Deus de amor incondicional. A nossa cultura materialista e consumista cobriu de cinzas esta brasa e ameaça apagar a chama sagrada. Afastem essa cinza através da abertura do coração a esse Deus; reservem cada dia um momento para pensar nele, conversar com ele, queixar-se e chorar diante dele e dirigir-lhe uma súplica. Às vezes não digam nada. Coloquem-se apenas silenciosos diante dele. Ele poderá lhes falar e lhes suscitar bons sentimentos e luminosas intuições. Nunca abandonem Deus, porque Ele nunca os abandona e abandonará. Vivam como quem se sente na palma de sua mão. E então estarão protegidos porque Ele é Pai e Mãe de infinita ternura. A última palavra pertence ao Deus da vida Desde que o Filho de Deus por Jesus assumiu a nossa humanidade, ele assumiu tambem uma parte da Terra e dos elementos do universo. Portanto, estes já foram divinizados e eternizados. Nunca mais serão ameaçados. Mas nós podemos. Consolam-nos s palavras da revelação dos dizem que Ele, Deus, é “o soberano amante da vida”(Sab 11,24). Ele sempre ama tudo o que um dia criou. Não esquece de nenhuma criatura que nasceu de seu coração. Por isso, confiemos todos, que Ele vai proteger a nossa querida Mãe Terra e garantir o futuro da vida que é o future de vocês todos. Não disperdicem o tempo porque ele é urgente. Desta vez não podemos chegar atrasados nem cometer erros, pois corremos o risco de não termos volta nem formas de correção dos erros cometidos. Mas não percam o entusiasmo nem esmoreça a alegria do coração. A vida sempre triunfa porque Deus é vivo e nos enviou Jesus que disse ter vindo para trazer vida e vida em abundância. Era o que queria, do fundo de meu coração, lhes falar. Por fim, faço-lhes um pedido muito especial: rezem, apoiem, colaborem com o Papa que leva o meu nome, Francisco. Ele vai restaurar a Igreja de hoje como eu tentei restaurar a Igreja do meu tempo. Sem a ajuda de vocês, se sentirá fraco e terá grandes dificuldades. Mas com o entusiasmo e o apoio de vocês, com as orações nos seus grupos e movimentos, ele vai cumprir a missão que Jesus lhe conficou: conferir um rosto confiável à nossa Igreja e confirmar a todos na fé e na esperança. Com vocês ele será forte e irá conseguir. Agora, antes de nos despedirmos, lhes darei a bênção que um dia dei ao meu íntimo amigo Fei Leão, a ovelhinha de Deus: Que Deus vos abençoe e vos guarde! Que Ele mostre sua face e se compadeça de vós! Que volva o seu rosto para vós e vos dê a paz! Que Deus vos abençoe! Paz e Bem Francisco. o Poverello e Fratello de Assis . Leonardo Boff escreveu:”Francisco de Assis e Francisco de Roma: uma nova primavera na Igreja?” Editora Mar de Idéias, Rio de Janeiro 2013. Compartilhar: Email Facebook484 Twitter39 Google +1 Curtir isso: 33 COMENTÁRIOS de → Ética, Ecologia, Economia, educação, Espiritualidade, Política, Religião Confusioni concettuali nel PT 18/07/2013 Secondo me, parte delle ragioni che hanno portato la gente a fiumi per le strade nel mese di giugno, hanno la loro origine in equivoci concettuali presenti nelle politiche pubbliche del governo PT. Non riuscendo a svincolarsi dai lacci del sistema liberale imperante nel mondo, internalizzato, sotto pressione, nel nostro paese, i governi PT hanno dovuto concedere immensi benefici agli arrendatari nazionali per sostenere la politica economica e anche realizzare una qualche ridistribuzione di reddito, attraverso le politiche sociali, ai milioni di figli della povertà. L’Atlante dell’esclusione sociale – I ricchi in Brasile (Cortez 2004) anche se scritto alcuni anni fa, mantiene la sua validità, come ha mostrato il ricercatore Marcio Pochmann (Il paese dei disuguali, (Le Monde diplomatique, ottobre al 2007). Passando attraverso tutti i cicli economici, il livello di concentrazione di ricchezza, e addirittura la finanziarizzazione attuale, si è mantenuto praticamente inalterato. Sono 5000 famiglie allargate che detengono 45% del reddito e della ricchezza nazionale. Sono loro, attraverso le banche che imprestano al governo; secondo i dati 2013, ricevono ogni anno dal governo 110 miliardi di reali in interessi. Per i progetti sociali (bolsa famìlia e altri) sono destinati appena 50 miliardi. Sono i resti per coloro che sono considerati i restanti. In ragione di questa perversa distribuzione del reddito, siamo additati come uno dei paesi con più diseguaglianze del mondo. Vale a dire, come uno dei più ingiusti, il che rende la nostra democrazia estremamente fragile e quasi da farsa. Quello che tiene in piedi una democrazia è l’uguaglianza, l’equità e la scomparsa progressiva dei privilegi. In Brasile è stata fatta solo finora soltanto la distribuzione diseguale del reddito, anche con i governi del PT. Cioè, non è stata toccata la struttura di concentrazione del reddito. Quello di cui abbiamo bisogno, urgentemente, se vogliamo cambiare la faccia sociale del Brasile, introdurre una ridistribuzione che implica intervenire nei meccanismi dell’appropriazione del reddito, concretamente significa togliere a chi ha troppo e ridistribuirlo a chi ha di meno. Ora, questo mai è stato fatto. I detentori del dell’avere, del potere, del sapere e della comunicazione sociale sono riusciti sempre a impedire questa rivoluzione di base senza la quale manterremo indefinitamente vaste porzioni della popolazione ai margini delle conquiste moderne. Il sistema politico finisce per essere al servizio dei loro interessi. Per questo, ripeteva con frequenza al suo tempo Darcy Ribeiro, noi abbiamo una delle élites più opulente, antisociali e conservatrici del mondo. I grandi progetti governativi destinano porzioni significative del bilancio a progetti che le beneficiano e le arricchiscono ancora di più: strade, idroelettriche, porti e aeroporti, incentivi fiscali, prestiti con interessi irrisori della BNDS. E questo viene chiamato crescita economica, misurato col PIB che deve uguagliare l’inflazione, da pareggiare con il tasso d’interessi e il cambio. Si privilegia l’agroindustria per esportazione che porta dollari invece che l’agro ecologia, l’economia familiare e solidale che producono il 60% di quello che mangiamo. Quello che le folle della strada reclamano è: sviluppo in primo luogo e la crescita a suo servizio (PIB). La crescita è materiale, lo sviluppo è umano. Significa più educazione, più ospedali di qualità, più risanamento di base, migliori trasporti collettivi, più sicurezza, più accesso alla cultura e al tempo libero. In altre parole: più condizioni di vivere un pizzico di felicità, come uomini e cittadini e non come puri consumatori passivi dei beni messi sul mercato. Invece di grandi stadi il cui ingresso per assistere ai giochi è in gran parte proibitivo per il popolo, che vuol più ospedali più scuole più centri tecnici più cultura più inserzione nel mondo digitale della comunicazione. La crescita deve essere orientata allo sviluppo, umano e sociale. Se non si allineerà a questa logica, il governo sarà condannato essere più gestore di affari che curatore della vita del suo popolo, delle condizioni della sua gioia di vivere e della sua ammirevole creatività culturale. Il clamore delle strade reclama un Brasile di persone umane e non di affari e di patteggiamenti; una società meno malvagia per quanto riguarda le diseguaglianze più smaccate; relazioni sociali trasparenti e meno scuse che nascondono la piaga della corruzione; una democrazia dove il popolo è chiamato a discutere e decidere insieme con i suoi rappresentanti ciò che è meglio per il paese. Le grida pretendono umanità, dignità, rispetto del tempo di vita delle persone perché non sia sciupato in ore perdute nei pessimi trasporti collettivi ma liberato per la convivenza in famiglia o per il tempo libero. Pare che dicano: “Rifiutiamo di essere descritti come animali affamati che reclamano un pezzo di pane; siamo umani, portatori di spirito e convivialità. Vogliamo bellezza; soltanto unendo pane e bellezza vivremo in pace, senza violenza con humour e spirito ludico sognante della vita”. Il governo deve dare questa sterzata. Leonardo Boff è autore di Spiritualità per un altro mondo possibile, Queriniana, Brescia, 2009. Traduzione di Romano Baraglia – romanobaraglia@gmail Compartilhar: Email Facebook4 Twitter8 Google +1 Curtir isso: 3 COMENTÁRIOS de → Ética, Economia, educação, Italiano, Política Equívocos conceptuales en el gobierno del PT 18/07/2013 Estimo que una de las razones que llevó multitudes a las calles en el mes de junio tiene su origen en los errores conceptuales de las políticas públicas en el gobierno del PT. Incapaz de liberarse de las amarras del sistema neoliberal imperante en el mundo e interiorizado, bajo presión, en nuestro país, los gobiernos del PT han tenido que reconocer inmensos beneficios a los rentistas para sostener la política económica nacional e incluso realizar alguna distribución de la renta nacional a través de políticas sociales a los millones de hijos de la pobreza. El Atlas de la exclusión social – los ricos de Brasil (Cortés, 2004), aunque de hace unos años, mantiene su vigencia, como lo demuestra el investigador Marcio Pochman (Los padres de la desigualdad, Le Monde Diplomatique, octubre de 2007). Pasando por todos los ciclos económicos, el nivel de concentración de la riqueza hasta la financiarización actual se ha mantenido prácticamente sin cambios. 5.000 familias poseen el 45% de la renta y la riqueza nacional. Son las que prestan al gobierno, a través de los bancos, según los datos de 2013, y cada año reciben 110 mil millones de dólares en intereses. Para los proyectos sociales (“bolsa familia” y otros) se destinan sólo unos 50 mil millones. Son los restos para los considerados el resto. Debido a esta distribución perversa de la renta, somos uno de los países más desiguales del mundo. Es decir, uno de los más injustos, lo que hace a nuestra democracia muy frágil y casi absurda. Lo que sostiene la democracia es la igualdad, la equidad y la eliminación de los privilegios. En Brasil hasta ahora sólo se ha hecho una distribución desigual de la reta nacional, incluso con los gobiernos del PT. Es decir, no se ha tocado la estructura de la concentración de la renta. Lo que necesitamos con urgencia, si queremos cambiar la cara social de Brasil, es introducir una redistribución que implica tocar los mecanismos de apropiación de la renta. Concretamente significa tomar de los que tienen de más y pasarlo a los que tienen de menos. Pero esto nunca se ha hecho. Los detentadores del poder, del saber y de los medios de comunicación han conseguido siempre detener esta revolución básica, sin la cual mantendremos indefinidamente vastos sectores de la población al margen de las conquistas modernas. El sistema político termina por servir a sus intereses. Por eso, en su tiempo, repetía con frecuencia Darcy Ribeiro que tenemos una de las elites más ricas, antisociales y conservadoras del mundo. Los grandes proyectos de gobierno destinan una parte significativa del presupuesto a proyectos que las benefician y enriquecen aún más: carreteras, presas, puertos, aeropuertos, incentivos fiscales, créditos blandos del BNDES. Esto se conoce como el crecimiento económico, medido por el PIB, que debe ser analizado junto con la inflación, las tasas de interés y el cambio. Se privilegia el agronegocio exportador, que trae dólares a la agroecología, a la economía familiar y solidaria, que produce el 60% de lo que comemos. Lo que las multitudes de la calle están reclamando es: desarrollo en primer lugar y a su servicio el crecimiento (PIB). El crecimiento es material. El desarrollo es humano. Significa más educación, mejores hospitales, más saneamiento básico, transporte público mejor y más seguro, más acceso a la cultura y al ocio. En otras palabras: más capacidad de vivir mínimamente felices como seres humanos y ciudadanos, no sólo como consumidores pasivos de las mercancías puestas en el mercado. En lugar de grandes estadios cuyas entradas a los juegos son en gran medida prohibitivas para el pueblo, más hospitales, más escuelas, más centros técnicos, más cultura, más integración en el mundo de la comunicación digital. El crecimiento debe estar orientado al desarrollo humano y social. Si no se alinea con esta lógica, el gobierno se ve condenado a ser más el gestor de los negocios que el cuidador de la vida de su pueblo, de las condiciones de su alegría de vivir y de su admirada creatividad cultural. Las calles están gritando por un Brasil de la gente y no de negocios ni de chanchullos, por una sociedad menos malvada debido a las desigualdades escandalosas, por relaciones sociales transparentes y menos excusas para ocultar la plaga de la corrupción, por una democracia donde las personas estén llamadas a discutir y decidir junto con sus representantes lo que es mejor para el país. Los gritos son por humanidad, por dignidad, por respeto al tiempo de la vida de las personas, que no se gaste en horas perdidas en un pésimo transporte público, sino que sea puesto en libertad para socializar con la familia o para el ocio. Parecen decir: «nos negamos a ser sólo animales hambrientos que claman por el pan; somos humanos, portadores de espíritu y de cordialidad, que gritamos por belleza; sólo uniendo pan con belleza viviremos en paz, sin violencia, con humor y sentido lúdico y encantado de la vida». El gobierno necesita dar este giro. Leonardo Boff es autor de Virtudes para otro mundo posible (3 vol.), Sal Terrae 2006. Traducción de María Jose Gavito Milano Compartilhar: Email Facebook65 Twitter42 Google +1 Curtir isso: 1 COMENTÁRIO de → Ética, Economia, educação, Español, Política BOAS-VINDAS AO PAPA CHICO: Frei Betto 18/07/2013 Frei Betto é um dos religiosos (é dominicano) mais comprometidos com as transformações no Brasil. Acompanha os movimentos sociais de base especialmente as Comunidades Eclesiais de Base. Teve o mérito de ter sido um dos implantadores do projeto inicial do Governo Lula da Fome Zero acompanhada do projeto Talher dedicado à educação. Junto do pão deveria chegar tambem a instrução. Foi prisioneiro político por 4 anos e escreveu o belíssimo livro Batismo de Sangue, transformado em filme. Essa saudação expressa o sentimento de muitos cristãos comprometidos, especialmente jovens. Por o publico aqui no meu blog: Lboff **************************** Querido papa Francisco, o povo brasileiro o espera de braços e coração abertos. Graças à sua eleição, o papado adquire agora um rosto mais alegre. O senhor incutiu em todos nós renovadas esperanças na Igreja Católica ao tomar atitudes mais próximas ao Evangelho de Jesus que às rubricas monárquicas predominantes no Vaticano: uma vez eleito, retornou pessoalmente ao hotel de três estrelas em que se hospedara em Roma, para pagar a conta; no Vaticano, decidiu morar na Casa Santa Marta, alojamento de hóspedes, e não na residência pontifícia, quase um palácio principesco; almoça no refeitório dos funcionários e não admite lugar marcado, variando de mesa e companhias a cada dia; mandou prender o padre diretor do banco do Vaticano, envolvido em falcatrua de 20 milhões de euros. Em Lampedusa, onde aportam os imigrantes africanos que sobrevivem à travessia marítima (na qual já morreram 20 mil pessoas) e buscam melhores condições de vida na Europa, o senhor criticou a “globalização da indiferença” e aqueles que, no anonimato, movem os índices econômicos e financeiros, condenando multidões ao desemprego e à miséria. Um Brasil diferente o espera. Como se Deus, para abrilhantar ainda mais a Jornada Mundial da Juventude, tivesse mobilizado os nossos jovens que, nas últimas semanas, inundam nossas ruas, expressando sonhos e reivindicações. Sobretudo, a esperança em um Brasil e um mundo melhores. É fato que nossas autoridades eclesiásticas e civis não tiveram o cuidado de deixá-lo mais tempo com os jovens. Segundo a programação oficial, o senhor terá mais encontros com aqueles que ora nos governam ou dirigem a Igreja no Brasil do que com aqueles que são alvos e protagonistas dessa jornada. Enquanto nosso povo vive um momento de democracia direta nas ruas, os organizadores de sua visita cuidam de aprisioná-lo em palácios e salões. Assim como seus discursos sofrem, agora, modificações em Roma para estarem mais afinados com o clamor da juventude brasileira, tomara que o senhor altere aqui o programa que lhe prepararam e dedique mais tempo ao diálogo com os jovens. Não faz sentido, por exemplo, o senhor benzer, na prefeitura do Rio, as bandeiras dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. São eventos esportivos acima de toda diversidade religiosa, cultural, étnica, nacional e política. Por que o chefe da Igreja Católica fazer esse gesto simbólico de abençoar bandeiras de dois eventos que nada têm de religioso, embora contenham valores evangélicos por zerar divergências entre nações e promover a paz? Talvez seja o único momento em que atletas da Coreia do Norte e dos EUA se confraternizarão. Como nos sentiríamos se elas fossem abençoadas por um rabino ou uma autoridade religiosa muçulmana? Nos pronunciamentos que fará no Brasil, o senhor deixará claro a que veio. Ao ser eleito e proclamado, declarou à multidão reunida na Praça de São Pedro, em Roma, que os cardeais foram buscar um pontífice “no fim do mundo.” Tomara que o seu pontificado represente também o início de um novo tempo para a Igreja Católica, livre do moralismo, do clericalismo, da desconfiança frente à pós-modernidade. Uma Igreja que ponha fim ao celibato obrigatório, à proibição de uso de preservativos, à exclusão da mulher do acesso ao sacerdócio. Igreja que reincorpore os padres casados ao ministério sacerdotal, dialogue sem arrogância com as diferentes tradições religiosas, abra-se aos avanços da ciência, assuma o seu papel profético de, em nome de Jesus, denunciar as causas da miséria, das desigualdades sociais, dos fluxos migratórios, da devastação da natureza. Os jovens esperam da Igreja uma comunidade alegre, despojada, sem luxos e ostentações, capaz de refletir a face do Jovem de Nazaré, e na qual o amor encontre sempre a sua morada. Bem-vindo ao Brasil, papa Chico! Se os argentinos merecidamente se orgulham de ter um patrício como sucessor de Pedro, saiba que aqui todos nos contentamos em saber que Deus é brasileiro! Frei Betto é escritor, autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros. Compartilhar: Email Facebook2K+ Twitter80 Google +1 Curtir isso: 35 COMENTÁRIOS de → Ética, educação, Espiritualidade, Política, Religião Die Kunst der Achtsamkeit in der Krankenpflege 17/07/2013 Während der letzten Jahre habe ich ausführlich über das Thema “Achtsamkeit” geschrieben, vor allem in dem Buch “Achtsamkeit“. Über eine Technik oder Tugend hinaus ist Achtsamkeit u. a. eine Kunst und ein neues Paradigma des Respekts, einer liebenden, gewissenhaften und Anteil nehmenden Haltung der Natur und der menschlichen Beziehungen gegenüber. Ich habe an vielen Versammlungen und Konferenzen über Gesundheitsberufe teilgenommen, wobei ich die Gelegenheit zum Lernen und zum Reden fand, denn Achtsamkeit ist die natürliche Ethik dieser geheiligten Aktivität. Ich greife hier einige Gedanken auf, die mit der Haltung zu tun haben, die diejenigen einnehmen müssen, die sich zu Hause oder im Krankenhaus um Kranke kümmern. Wir wollen auf einige näher eingehen. Mitgefühl: ist die Fähigkeit, sich in einen anderen Menschen zu versetzen und mit ihm zu fühlen, sodass der/die Kranke spürt, dass er/sie nicht allein mit seinem/ihrem Schmerz ist. Liebevolles Berühren: Den anderen Menschen zu berühren heißt, ihm/ihr wieder die Sicherheit zu verleihen, dass er/sie der Menschheit angehört; das streichelnde Berühren ist eine Ausdrucksweise der Liebe. Krankheit ist oft ein Zeichen, dass der Patient kommunizieren möchte, reden möchte und jemanden braucht, der ihm zuhört. Der Kranke sucht nach dem Sinn seiner Krankheit. Die Krankenschwester und der Arzt oder die Ärztin können ihm helfen, sich zu öffnen und darüber zu sprechen. Eine Krankenschwester beschreibt es so: „Wenn ich dich berühre, trage ich Sorge für dich; wenn ich für dich Sorge trage, berühre ich dich … Wenn du alt und müde bist, kümmere ich mich um dich; ich berühre dich, wenn ich dich umarme; ich berühre dich, wenn du weinst; ich kümmere mich um dich, wenn du nicht mehr laufen kannst.“ Feinfühlige Hilfestellung: Der Patient braucht Hilfe, und die Krankenschwester/der Krankenpfleger möchte sich um ihn kümmern. Das Zusammenlaufen dieser beiden Bewegungen erzeugt Gegenseitigkeit und überwindet den Eindruck einer ungleichen Beziehung. Helfende Unterstützung hilft, eine gewisse Selbständigkeit zu bewahren. Hilfestellung muss umsichtig geschehen: den Patienten in dem unterstützen, was er kann, und etwas für ihn tun oder ihm helfen sollte man nur in Situationen, welche dieser nicht allein bewältigen kann. Vertrauen ins Leben zurückgeben: Wonach der Patient sich am meisten sehnt, ist das verloren gegangene Gleichgewicht zurückzuerlangen und wieder gesund zu werden. Daher muss man entschlossen sein, dem Patienten wieder Vertrauen ins Leben zu verleihen sowie in seine inneren Energien: die physische, psychische und spirituelle, denn sie fungieren als wahrhafte Medizin. Es muss zu symbolischen Gesten ermutigt werden, die mit Zuneigung aufgeladen sind. Nicht selten entlocken die gemalten Bilder eines kleinen Mädchens in dessen Vater so viel Energie und neuen Mut, als hätte er die besten Medikamente eingenommen. Dem Patienten helfen, die conditio humana zu akzeptieren: Normalerweise fragt sich der Patient überrascht: Warum musste mir das jetzt passieren, wo doch alles so gut für mich lief? Warum hat mich, da ich noch jung bin, diese schwere Krankheit überfallen? Warum zerbrechen durch die Krankheit Beziehungen in der Familie, im sozialen Umfeld und auf der Arbeit? Diese Fragestellung ist eine bescheidene Reflexion über die conditio humana, die stets unerwarteten Risiken und Verletzlichkeiten ausgesetzt ist. Jeder Gesunde kann krank werden. Und jede Krankheit verweist auf die Gesundheit, die unser wichtigster Orientierungspunkt ist. Doch wir können nicht höher springen als unser Schatten, und wir können das Leben nicht anders willkommen heißen, als so, wie es ist: in Gesundheit und Krankheit, stark und zerbrechlich, leidenschaftlich für das Leben und eventuelle Krankheiten und schließlich auch den Tod akzeptieren. In solchen Momenten stellen die Patienten tiefe Reflexionen über das Leben an. Sie geben sich mit rein wissenschaftlichen Erklärungen (so notwendig diese auch sind) nicht zufrieden, die sie von den Ärzten erhalten. Vielmehr sehnen sie sich nach einem Sinn, der sich durch einen tiefen Dialog mit dem eigenen Selbst einstellt oder durch das weise Wort eines Priesters, Pastoren oder einer spirituellen Person. Sie nehmen dann ihre alltäglichen Werte wieder auf, die sie zuvor außer Acht gelassen hatten, definieren ihren Lebensplan neu und reifen daran. Und am Ende schließen sie Frieden mit sich selbst. Den Patienten auf der großen Reise begleiten: Es gibt einen unausweichlichen Moment im Leben, da alle, selbst die ältesten Menschen der Welt, sterben müssen. Es ist das Gesetz des Lebens, dem Tod ausgesetzt zu sein. Dies ist eine alles entscheidende Reise. Man muss darauf durch ein Leben vorbereitet sein, das sich hat leiten lassen von großzügigen, verantwortungsvollen und nützlichen moralischen Werten. Dennoch wird von den meisten der Tod wie ein Angriff oder eine Entführung empfunden, der gegenüber man machtlos ist. Und schließlich begreift man, dass man für alles Rechenschaft ablegen muss. Die diskrete, respektvolle Anwesenheit der Krankenschwester oder des Krankenpflegers, die/der da ist, um die Hand zu halten, tröstende Worte zu sprechen, den Patienten einzuladen, freudig dem Licht entgegenzugehen und in den Schoß Gottes, der Vater und Mutter der Güte ist, einzukehren, kann dem Sterbenden Hilfe sein, das Leben beruhigt und voll Dankbarkeit über das Erlebte zu verlassen. Wenn der Patient religiös ist, flüstere ihm tröstende Worte des Hl. Johannes ins Ohr: Wenn dein Herz dich anklagt, bedenke, dass Gott größer ist als dein Herz. (1Joh 3,20). Der Patient kann sich dann beruhigt Gott überlassen, dessen Herz reine Liebe und Gnade ist. Sterben heißt, in Gottes Arme zu fallen. Krankenpflege erweist sich hier viel mehr als eine Kunst denn als Technik und setzt beim Gesundheitspersonal eine Lebensdichte voraus, spirituelle Sinnhaftigkeit und eine Blickrichtung, die über Leben und Tod hinausgeht. Diesen Zustand zu erreichen ist ein Auftrag, den die Krankenschwestern, -pfleger, Ärzte und Ärztinnen anstreben müssen, um wirklich ganz dem Leben zu dienen. Es steckt durchaus Sinn in all diesen weisen Worten: Die Tragödie des Lebens ist nicht der Tod, sondern dass wir innerlich sterben, während wir noch am Leben sind. Siehe auch Leonardo Boff: Achtsamkeit, Von der Notwendigkeit, unsere Haltung zu ändern, Claudius, 2013 Übersetzt von Bettina Gold-Hartnack Compartilhar: Email Facebook4 Twitter5 Google +1 Curtir isso: 1 COMENTÁRIO de → Ética, Deutsch (german), educação, Espiritualidade, Religião Equívocos conceptuais no governo do PT 13/07/2013 Estimo que parte das razões que levaram multidões às ruas no mes de junho tem sua origem nos equívocos conceptuais presentes nas políticas públicas do governo do PT. Não conseguindo se desvenciliar das amarras do sistema neoliberal imperante no mundo e internalizado, sob pressão, em nosso pais, os governos do PT tiveram que conceder imensos benefícios aos rentistas nacionais para sustentar a política econômica e ainda realizar alguma distribuição de renda, via políticas sociais, aos milhões de filhos da pobreza. O Atlas da exclusão social – os ricos no Brasil(Cortez, 2004) embora seja de alguns anos atrás, mantem sua validade, como o mostrou o pesquisador Marcio Pochmann (O pais dos desiguais, Le Monde Diplomatique, outubro 2007). Passando por todos os ciclos econômicos, o nível de concentração de riqueza, até a financeirização atual, se manteve praticamente inalterado. São 5 mil famílias extensas que detem 45% da renda e da riqueza nacionais. São elas, via bancos, que emprestam ao governo; segundo os dados de 2013, recebem anualmente 110 bilhões de reais em juros. Para os projetos sociais (bolsa família e outros) são destinados apenas cerca de 50 bilhões. São os restos para os considerados o resto. Em razão desta perversa distribuição de renda, comparecemos como um dos países mais desiguais do mundo. Vale dizer, como um dos mais injustos, o que torna nossa democracia extremamente frágil e quase farsesca. O que sustenta a democracia é a igualdade, a equidade e a desmontagem dos privilégios. No Brasil se fez até agora apenas distribuição desigual de renda, mesmo nos governos do PT. Quer dizer, não se mexeu na estrutura da concentração da renda. O que precisamos, urgentemente, se quisermos mudar a face social do Brasil, é introduzir uma redistribuição que implica mexer nos mecanismos de apropriação de renda. Concretamente significa: tirar de quem tem demais e repassar para quem tem de menos. Ora, isso nunca foi feito. Os detentores do ter, do poder, do saber e da comunicação social conseguiram sempre impedir esta revolução básica, sem a qual manteremos indefinidamente vastas porções da população à margem das conquistas modernas. O sistema politico acaba servindo a seus interesses. Por isso, em seu tempo, repetia com frequência Darcy Ribeiro que nós temos uma das elites mais opulentas, antisociais e conservadoras do mundo. Os grandes projetos governamentais destinam porções significativas do orçamento para os projetos que as beneficiam e as enriquecem ainda mais: estradas, hidrelétricas, portos, aeroportos, incentivos fiscais, empréstimos com juros irrisórios do BNDES. A isso se chama crescimento econômico, medido pelo PIB que deve se equacionar com a inflação, com as taxas de juros e o câmbio. Priviligia-se o agronegócio exportador que traz dólares à agroecologia, à economia familiar e solidária que produzem 60% daquilo que comemos. O que as multidões da rua estão reclamando é: desenvolvimento em primeiro lugar e a seu serviço o crescimento (PIB). Crescimento é material. Desenvolvimento é humano. Signfica mais educação, mais hospitais de qualidade, mais saneamento básico, melhor transporte coletivo, mais segurança, mais acesso à cultura e ao lazer. Em outras palavras: mais condições de viver minimamente feliz, como humanos e cidadãos e não como meros consumidores passivos de bens postos no mercado. Em vez de grandes estádios cujas entradas aos jogos são em grande parte proibitivas para o povo, mais hospitais, mais escolas, mais centros técnicos, mais cultura, mais inserção no mundo digital da comunicação. O crescimento deve ser orientado para o desenvolvimento humano e social. Se não se alinhar a esta lógica, o governo se vê condenado a ser mais o gestor dos negócios do que o cuidador da vida de seu povo, das condições de sua alegria de viver e de sua admirada criatividade cultural. As ruas estão gritando por um Brasil de gente e não de negócios e de negociatas; por uma sociedade menos malvada devido às desigualdades gritantes; por relações sociais transparentes e menos escusas que escondem a praga da corrupção; por uma democracia onde o povo é chamado a discutir e a decidir junto com seus representantes o que é melhor para o país. Os gritos são por humanidade, por dignidade, por respeito ao tempo de vida das pessoas para que não seja gasto em horas perdidas nos péssimos transportes coletivos mas liberado para o convívio com a família ou para o lazer. Parecem dizer: “recusamos ser apenas animais famintos que gritam por pão; somos humanos, portadores de espírito e de cordialidade que gritamos por beleza; só unindo pão com beleza viveremos em paz, sem violência, com humor e sentido lúdico e encantado da vida”. O governo precisa dar esta virada. Leonardo Boff é autor de Virtudes por um outro mundo possível (3 vol) Vozes 2006. Compartilhar: Email Facebook10K+ Twitter231 Google +1 Curtir isso: 133 COMENTÁRIOS de → Ética, Ecologia, Economia, educação, Espiritualidade, Política, Religião ARQUIVOS julho 2013 junho 2013 maio 2013 abril 2013 março 2013 fevereiro 2013 janeiro 2013 dezembro 2012 novembro 2012 outubro 2012 setembro 2012 agosto 2012 julho 2012 junho 2012 maio 2012 abril 2012 março 2012 fevereiro 2012 janeiro 2012 dezembro 2011 novembro 2011 outubro 2011 setembro 2011 agosto 2011 julho 2011 junho 2011 maio 2011 abril 2011 março 2011 fevereiro 2011 CATEGORIAS Ética Deutsch (german) Ecologia Economia educação English Español Espiritualidade Eventos Fotos Indicações Culturais Italiano Outros Autores Política Religião Sem Categoria Teologia Videos ÚLTIMAS DO TWITTER Papa Francisco ao chegar ao Brasil,simples,despojado,viajando num carro simples e num papamobile aberto mostrou que a primnavera chgegou. 1 day ago No dia 24,às 19.00 hrs, lanço na Livraria da Vila da Rua Lorena em São Paulo o livro "Francisco de Asis e Francisco de Roma". 1 day ago RT @BlogClaudioNun: @armandobatalhaj @LeonardoBoff : “Francisco @Pontifex_pt não começou com a reforma da cúria, começou com a reforma d… 1 day ago FACEBOOK Leonardo Boff
Posted on: Wed, 24 Jul 2013 14:27:17 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015